Carolina Hahmeyer
Borboleta parece flor que o vento tirou para dançar.
Ê tempo. Que tudo vê, tudo muda e tudo cura quando o silêncio preenche, é porque chegou o fim.
E os dias já não são mais os mesmos. A virtude de cada encontro se dissipa num olhar, num respirar! As terras que hoje eu caminho, já não são mais fofas e verdejantes. Ah! Sonho meu, que realidade é essa?
Não mexa no meu silêncio, se não puder lidar com meu barulho. Só eu sei o turbilhão de vozes que habitam dentro de mim.
Esse é um amor impossível
Eu não vou mais sentir você
Mas eu carregarei esse sentimento
Para sempre, porque você fez a minha vida
Parecer um paraíso
Hoje acordei cansada, querendo colo, querendo menos. Sim! Menos desprezo, menos solidão, menos sentimentos. Esses sentimentos que me consomem, me confundem, me desmotivam.
Hoje acordei sem energia, querendo me desligar de tudo. Desligar das emoções, desligar do comprometimento, do discernimento e da vontade de querer fazer tudo diferente.
Hoje acordei sem querer arriscar, querendo permanecer invisível e passiva. Passiva e não me ofender com a opinião alheia, não ir em busca de desafios e aguardar, aqui, quietinha no meu mundo, o que a vida tem para me dar.
Hoje acordei e não era eu. Me quero de volta.
Nascemos e morremos sós. Por isso, a nossa vida está em nossas mãos.
É uma baita sacanagem deixar pro outro a responsabilidade de nos fazer feliz, pois somos totalmente responsáveis pela vida que optamos ter.
Sabe quando você jura pra si mesma que será a ultima vez? A última vez que não responderá mais, que não atenderá uma só ligação e que seus olhos não correrão mais pro lado da cama, em busca do sua cara metade. E promete também, que todos aqueles sentimentos que você quer oferecer para o outro com esmero e carinho, você guardará novamente. Na mesma caixinha decorada, que já viu tantos amores passar, caiu no chão, já foi reformada milhões de vezes, mas continua ali. Firme. Ê coração que tudo vê, tudo sente e nada sabe. Sim! Porque a gente, com o tempo, acostuma-se com a ausência e percebe que nada e nem ninguém é obrigado a gostar de você, como você gosta do outro. Ninguém vem com um chip identificado e personalizado e com a certeza que, com aquela pessoa você vai ser feliz e fazê-la feliz. E você promete que será a última vez que lerá as mensagens no celular, que escutará a música de vocês dois, que verificará a caixa de e-mail de cinco em cinco minutos, que não suspirará pelos cantos da casa, que não irá lembrar dos momentos, das risadas, dos encontros, das confidências e dos abraços. Todos os dias você promete que será a última vez, de novo.
A culpa também pode ser uma desculpa para não fazer o que se deve. Reconhecer a culpa, até certo ponto, é válido, contudo, corrigir o erro, refazer o prejuízo, é mais importante. Não existe batalha perdida, lutas sem objetivos. Mesmo perdendo, você sai ganhando. Mesmo quando você abaixa a cabeça e sente que está tudo perdido, lembre-se que é assim que os mestres, na cultura oriental, cumprimentam seus alunos. Não é porque você virou as costas, que você deixou de lutar. Reconhecer o erro é aprendizado, é evolução. Voltar atrás é a oportunidade de fazer de novo, com nova experiência. Ciente que o caminho da vitória é a dedicação e a certeza que você é capaz de conquistar tudo que está reservado para você. Da próxima vez que sentir-se derrotado, não se culpe. Não culpe seu adversário e não se faça de vítima. Pare e analise onde errou e aprenda com seus erros, refaça sua trajetória e busque seu caminho.
Jamais imaginei que conseguiria viver assim. Largada, perdida, sozinha. O mundo está repleto de momentos para serem vividos, experimentados. E eu fico aqui, na minha, na esperança que a felicidade bata a minha porta. Nunca fui de desistir e não será agora que a vida irá me decepcionar. Às vezes, acho graça nas pequenas coisas e acredite, choro também por elas. Outras vezes tento esquecer alguns momentos e é nesse instante que a verdade vem à tona e o que era para ser esquecido torna-se ainda mais presente. E já não consigo esquecer, controlar.
Quisera eu mandar em meus sentimentos, no meu coração. Se eu tivesse uma amnésia hoje, todos os meus problemas seriam resolvidos. Viver o presente não é complicado. O complicado é você ter que viver o presente, com as lembranças do passado. Ter essa carga nos ombros para levar com você, para todos os lados, no cinema, no mercado, no chuveiro, na viagem de fim de semana, até quando você muda pra outro país. E através de muitas tentativas você tenta guardar essas lembranças. Algumas vezes, você as coloca em uma caixa, outras você as esconde debaixo da cama, mas deixa sempre ao seu alcance para que não as perca de vez.
Existem pessoas que são mais radicais, tomam banho de mar, de cachoeira, procuram ajudas espirituais na intenção de livrar-se de vez das tais lembranças. Mas são tentativas em vão. Porque elas não saem do seu corpo, da sua mente, com água corrente e sabão. Não. Elas ficam marcadas na sua alma, como cicatrizes e são pra sempre.
Jamais imaginei que conseguiria viver assim. Nessa busca desenfreada de um sorriso, de um abraço, de um ombro para que eu pudesse desabar, de um ouvido amigo para me escutar. Uma busca que já virou vício. Essa dependência de pequenas emoções e de grandes momentos, que tornam os meus dias mais interessantes, menos cansativos, mas ainda assim, monótonos.
Por isso, pense bem, avalie o seu presente e viva-o intensamente. Pois são os momentos de hoje, que ficarão em suas lembranças no amanhã. Liberte-se e seja feliz.
Não se identifique com o sofrimento.
Não o alimente.
Logo ele morre por falta de atenção e desaparece.
Não escolher um caminho a seguir, também é uma escolha. Quando nos deparamos com o medo, é preciso escolher: desistir dos nossos sonhos ou enfrentar esse medo com muita coragem. Nada é mais desesperador do que desistir. Nada é mais assustador do que o medo.
Não escolher um caminho, é também deixar de viver e isso é uma escolha que você faz. Morre-se por não tentar, por não decidir, por deixar de escolher.
Vive-se por um instante em completo estado inexpressivo, sem cor na alma, sem brilho no olhar, sem calor nas veias.
Não deixe de fazer suas escolhas, mesmo que a sua única opção seja não escolher.
Cicatrizes
Mudanças são sempre bem-vindas. Umas nos transformam de repente, outras vão nos transformando devagarinho e que só percebemos depois de muito tempo.
A menina que um dia morou no corpo de uma criança e foi transformada repentinamente em Mulher, por uma gravidez, por exemplo. Dormiu menina, acordou Mãe.
Mas existem outras mudanças que vão acontecendo com o tempo, imperceptíveis nos primeiros momentos e que você tem que estar madura e consciente de si para percebê-las. O tempo é sábio. Colecionamos cicatrizes pelo corpo, pela alma, pela vida. Cada uma delas representa uma mudança, um despertar, um Morrer.
Olhar-se no espelho ou para dentro de nós mesmos requer coragem, força e sabedoria.
Reconhecer que em cada cicatriz existe uma história e uma lição a ser aprendida, é uma forma de entender que não estamos nesse mundo à toa. Estamos em eterna evolução.
Perceba que em todos os momentos vividos e experenciados, a vida foi lhe moldando para você ser o que você é hoje. Algumas cicatrizes foram feitas por você mesmo, outras, as pessoas te ajudaram a conquistá-las.
Por isso, nunca deixe de acreditar que você é forte e que após cada queda, você irá se machucar, sim! Mas a sensação de poder curar suas cicatrizes com o aprendizado da vida, valerá muito mais!
Às vezes é difícil aceitar as voltas que a vida dá, né? Dá uma vontade enorme de permanecer no passado, de morar naquele abraço, de se perder em momentos inesquecíveis e jamais encontrar o caminho de volta.
Hoje, acordei em seus braços e não quero levantar. Hoje, me permitirei reviver, sentir tudo de novo, mais uma vez, para que eu possa por alguns instantes, me reencontrar.