Carolina DeLima
Tenho muitas coisas escritas, em cartas, cadernos, folhas rasgadas, guardanapos, uma reciclagem sem fim de meus pensamentos... Costumávamos, eu e uma grande amiga, chamar a escritura de terapia! Escrevíamos nas ultimas páginas dos nossos cadernos, era uma bagunça só... Era o nosso momento, íntimo e puro. De letras de músicas a palavras soltas que alguém dizia. Acho que há um tempo não tenho me consultado com um guardanapo qualquer, e é isso que deve estar me deixando meio seca. Seca de palavras, seca de carinho, de conforto e pensamentos. Acho que viver só de números faz mal. É muito bom poder escrever e saber que podem até não entender o que escrevo ou o que pensei quando escrevi, mas está registrado, está lá, eu sei que está! Não há contexto que explique a vontade de extravasar letras. Essa liberdade, de usar e abusar dos meus pensamentos é o que mostra minha verdadeira identidade a mim mesma, eu sou quem realmente importa saber quem eu sou, o que eu sou. Não é a primeira vez que exponho isso, mas, e daí? Como diz o poeta, "Sei que as vezes uso palavras repetidas, mas quais são as palavras que nunca são ditas?"