Carlos Silveira
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DOR OBSCENA
Aceno para dor
Que visita sem hora
marcada, chega do nada
Atrevida sem pedir licença
Uma dor obscena
Que flerta comigo
Dor que dança
Que me balança
Como se martelasse
Fazendo tudo pulsar
Hora da entrega
Confesso os temores
Antes de agonizar
É hora da viagem
Não sei onde vou parar
Na estrada desconhecida
Talvez encontre um abrigo
Em algum lugar
E assim descansar