Carlos Furtado
A MORTE FÍSICA
Repentinamente ela chega,
muitas vezes sem avisar, sem cumprir qualquer ritual.
Retira-se do corpo físico, às vezes, até jovem e saudável.
Mesmo sem o sê-lo, causa para uma dor inexplicável.
Dilacera corações, transforma sentimentos.
Propicia a familiares, amigos e amantes, uma sensação de impotência, de falta.
Não importa, ninguém está imune.
Interrompe sonhos, projetos e planos.
Imprime a necessidade de um novo começo, no dia-a-dia, nas relações.
Não há como medir a falta.
Cada um reage de uma forma diferente.
Sabemos que um dia ela ocorrerá, mas, nunca estamos preparados para a sua chegada.
Acreditamos que a partir de cada partida, um novo plano passará a ser a morada do espírito.
Mas não aceitamos com naturalidade a partida física.
Só a sintonia com o Onipotente, pode permitir o equilíbrio emocional e a força para suportar a ausência física.
COMO SÃO DELICIOSOS OS TEUS BEIJOS
Com a união de nossas bocas;
sentir a leveza dos teus lábios.
Entrelaçando a minha língua com a tua língua;
pude sorver a delícia do teu hálito.
Unindo a minha boca com a tua;
pude desfrutar do teu delicioso beijo;
sentir o teu controlado sussurro.
Tateei com suavidade o teu corpo.
O aconchego nos permitiu uma serena intimidade;
Um desejo gostoso aquecendo nossos corações e nossas almas;
resplandeceu uma perene vontade de troca de carícias, de querer e de ternos sentimentos a serem fortalecidos a cada dia.
Destarte, foi cristalino e pude perceber COMO SÃO DELICIOSOS OS TEUS BEIJOS
Ah o amor!
Quantas e quantas vezes em minha existência já o experimentei.
Ora desabrochando todos os sentimentos ternos que possuo em meu coração e nestes momentos ofertei o que gostaria de receber.
Ora recebendo sentimentos que os achava infinitos, querendo que o tempo parasse para nunca mais deixar de experimentar tamanha felicidade.
Ora me acovardei deixando de vivenciá-lo em sua plenitude, pensando que poderia ser eterno.
Ora chorei por ter percebido e deixado de lutar, fazendo a minha parte.
Ah, será um sentimento que nasce como dizem os poetas das profundezas do coração.
Ou será um exercício, um condicionamento e a vontade de querer amar?
O NATAL DE MINHA INFÂNCIA
Desde os tempos de infância, sempre fico na expectativa da chegada do NATAL.
Ainda criança, estudar era muito bom, mas, chegar as férias, aprovado, era muito melhor, pois, logo vinha a boa nova - o NATAL.
Período de ganhar presentes, roupas novas, brinquedos e viagens.
O NATAL é mágico, um colorido de luzes, a brilhar na cidade, nas ruas, nas casas.
Nos lares, as árvores de Natal, as guirlandas, os presépios, nos remontam ao nascimento do menino Jesus.
As orações pela paz, harmonia, prosperidade e saúde, tornam-se momentos de fé e esperança para um Ano Novo que se aproxima.
Relações carregam-se de afetos, sentimentos afloram e aquecem corações.
Fluem a humildade e a generosidade da partilha.
Senão a doação financeira para quem precisa, o desapego assume relevância fazendo com que o pouco que nos propomos a ofertar, seja muito para quem recebe.
As saudades doloridas pelas distâncias ou pelas lembranças daqueles com quem convivemos, nos fortalece na caminhada da vida.
Então é NATAL, festa da família, período de acreditar, período de encher os coraçõezinhos das crianças de sentimentos ternos e de relembrar como era lindo o NATAL DE MINHA INFÂNCIA.