Carlos Fuentes
Portanto, somos nós, aqui, a ter a responsabilidade da mudança. Devemos começar por nós mesmos, aprendendo a não rejeitar antecipadamente o novo, o surpreendente, aquilo que parece ser radical. Isto significa afastar os destruidores de idéias, que apressadamente reprovam qualquer proposta nova como irracional. Eles defendem tudo aquilo que já existe como racional, independente de quanto possa ser absurdo ou superado. Isto significa lutar pela liberdade de expressão e pelo direito de manifestar as próprias idéias, mesmo quando heréticas, e isto significa iniciar já este processo de reconstrução, antes que a ulterior degradação dos sistemas políticos faça retornar nas praças o totalitarismo, tornando impossível uma transição pacífica rumo à democracia do século XXI. Se começarmos agora, nós e nossos filhos poderemos participar da reconstrução não somente das nossas obsoletas estruturas políticas, mas de nossa própria civilização. Como a geração dos revolucionários do passado, nós temos um destino a criar.
Toda descoberta é um desejo, e todo desejo, uma necessidade. Nós inventamos o que descobrimos; descobrimos o que imaginamos. Nossa recompensa é o encantamento.
Todas as coisas são naturalmente feitas para mudar, alterar, morrer, a fim de permitir que outras sucedam.
Não desconfie. O medo, a dúvida e a suspeita convidam à traição. Cuidado com quem te aconselha a tomar cuidado.
Certamente, existem atos que só acontecem porque os tememos. Se o nosso medo não os convidassem, não viriam.
A inveja mata o amor, mas não o desejo.
Esta é a verdadeira punição da paixão traída. Você odeia a mulher que quebrou o pacto de amor, mas continua desejando pois sua traição foi a prova da sua própria paixão.
A morte espera o mais corajoso, o mais rico, o mais bonito. Mas os iguala ao mais covarde, ao mais pobre, ao mais feio, não apenas no ato morrer, nem mesmo na consciência da morte, mas na ignorância da morte. Sabemos que um dia virá, mas nunca sabemos o que é.