Carlos Antunes

Nada melhor que o tempo e a gravidade pra ensinar que a beleza física definha enquanto a dignidade e seus sinônimos se eternizam.
Nesse contexto ser belo por si só não garante predileções.
Alie à beleza adjetivos que te enobreçam como ser humano e serás eternamente lembrado.

Não devemos pautar nossas atitudes e moldar a nossa personalidade baseados nas atitudes dos outros, muito menos justificar nossos erros pendurados na falha dos demais. Somos retrato das nossas ações e achar que os atos de terceiros justificam nossas falhas é um mero engodo. Estaremos traindo a nós mesmos e é aí que reside a ignorância do ser humano.

A cada dia que passa sinto que as pessoas se tornam mais e mais interesseiras. Afinal de contas o ser humano é um ser interesseiro por natureza. Mas sinto que o interesse observado ultrapassa as razões óbvias de existência. É bem verdade que as amizades verdadeiras de outrora se tornaram mais vazias e sem o calor dos bons tempos. Talvez, ou não, pelas responsabilidades desenvolvidas ao longo da vida (trabalho, família, filhos, etc). O fato é que, pra quem valoriza isso, fazem falta as risadas e as boas conversas de canto, as brincadeiras e o divã gratuito das horas difíceis, os quais eram uma constante naquele tempo bom. O interesse negativo que passo a observar nas pessoas é aquele que se resume à condição de você somente ser lembrado se efetivamente tiver alguma serventia, alguma utilidade. Acredito que ainda temos tempo e juventude para resgatar aquelas pessoas que sabem mais de você do que qualquer outra. E fazer isso gratuitamente é manifestação de que o ser humano ainda pode se desprender do individualismo que toma conta da nossa raça ao longo dos tempos.