Camila Vasconcelos Chagas
O Silêncio
Ai aquelas frases que nunca forma ditas!
Aquele ensurdecedor silêncio.
Não o silêncio que sublima, é o silêncio que destrói, que maquina.
A forma mais clara de demonstrar o quanto não há importância,
O quanto não adiantará falar,
O quanto não quero ser ouvida, porque talvez a escuta leve à solução que não quero que chegue.
Quem cala não quer solução, não deseja expressar o que poderia resolver o conflito.
Na maioria das vezes o silêncio não é uma tentativa de apaziguar,
É um modo para afastar de nós tudo que não nos interessa.
Então fica claro que o não interesse se refere anão entrar em acordo, ao não querer.
Precisamos tomar muito cuidado com nosso silêncio.
Depois de algum tempo nem as mais doces e sinceras palavras serão capazes de curar as feridas que ele causa.
O silêncio dia a dia vai roendo um pouquinho de tudo que é bom na relação, seja de amizade, seja de amor, seja parental.
Policie-se para que seu silêncio não seja demonstração de indiferança.
Muitas vezes não percebemos para onde estamos guiando nosso destinos... mas nossas ações tem mais efeito que nossas intenções.
A vida vivida não é a falada
A incongruência das falas em relação às ações é uma constante no mundo moderno. São tantas teorias, tantas fontes que falam do que é certo a ser fazer, que tornamo-nos perdidos, apodrecidos por discursos bonitos e sem efeitos na vida prática.
Não há como negar que a ditadura do politicamente correto repercute bem mais no discurso do que na vida diária daqueles mesmos que a impõem.
A sociedade deveria ser regida não pela “divulgação” de um bom ato individual e a sua visibilidade social e sim, pelo bom grado que temos em exercer atos cidadãos e humanos – bons feitos. O bom grado vem pela aceitação social das falas.
A imposição social sempre molda um sistema mercantil de boas ações, na verdade, boas palavras apenas.
Quem dera tais palavras fossem retiradas das teorias e aplicadas em boas ações “vividas”.