Caio Gabriel A. Herc.
A LOUCURA QUE ME AFETA
Oh! Loucura perceptível,
Aguentar-te é tarefa impossível.
Deixe-me e vá com o vento,
Não quero mais tormento.
Oh! Insanidade provida de crueldade,
Assassina de meu sono
E ladra de minha sanidade.
Peço que suma com a tua destrutiva capacidade
Oh! Pensamento sem dimensão,
Que contraria toda a razão.
O que fiz para merecer
tamanha maldição?
CRIATIVIDADE
Criatividade é arte.
Arte criativa espetacular.
O poder imaginativo.
O cérebro criativo.
Não para de pensar,
Não para de pensar.
A criativa arte de imaginar
E assim criar.
E SE?
E se a escuridão em minha mente não existisse?
E se por um segundo ela não me perseguisse?
E se fosse possível viver em paz e tocar a felicidade?
E se a vida não fosse adepta da crueldade?
E se esses sonhos fossem realidade
E por um minuto eu não enxergasse a melancólica verdade?
E se essa verdade não tivesse deixado sequela?
E se eu conseguisse viver em meio a ela?
E se meus poemas falassem de amor
Ao invés de expressarem minha dor?
E se nós conseguíssemos ter tudo aquilo que desejamos?
E se?
POR QUE DEVO SOFRER?
O coração que pulsa incessante em meu peito,
É a morada do agonizante sofrimento.
Sim! Ela é cruel e se chama vida.
Vida essa que fere ainda mais as minhas feridas.
Ao choro do nascimento,
Não devo meu agradecimento,
Pois por sua causa estou preso,
Nessa vida que exala indiferente e cortante desprezo.
O que está lendo? Simplesmente indignação.
Sou poeta e sinto a emoção,
Mas porquê vivo essa maldição?
Já não sei a resposta, mas aqui deixo minha mágoa,
Meu ressentimento e minha lágrima.
Por que devo sofrer?
Este é o questionamento
E perante a vida o meu comportamento.
BLOQUEIO CRIATIVO
Escrevo esse texto com grande bloqueio criativo,
Mas ainda com a dor que assola o peito de domingo a domingo.
Peço que não julgue a falta de coerência nesse "poema",
Pois aqui só vim avisar desse meu triste problema.
Dizem que tenho o dom para poesia.
Olha só, quem diria!
Eu que nunca fui bom em nada,
Encontrei algo para acalmar a minha alma desalmada.
Por favor, já disse para não tentar entender,
Uma vez que esse "poema" é só o lamento de um ser,
Cujo bloqueio criativo hoje não irá vencer.
O FUNDO DO POÇO
Do fundo desse poço, não tente me tirar.
Deixe-me definhar, nessas águas sujas afundar,
Pois mereço esse fim.
Mereço esse triste, porém justo desfecho para mim.
Oh! Solidão desse poço profundo,
Me afogue nessas águas que carregam a dor do mundo.
Não quero fugir daqui, essa é a minha penitência.
Sim, é aqui que ficarei até o fim da minha existência.
Olá! demônios que se satisfazem com a minha dor.
Há muito tempo perdi o meu amor.
Achei que dessa vez fosse diferente,
Mas novamente estou aqui, um homem infeliz e consigo mesmo descontente.
A ESTROFE FINAL
Para bem longe vou correr.
A essa melancolia não vou me prender,
Pois preciso entender,
Compreender
Que sorrir talvez seja melhor que sofrer.
Vivo entre a juventude e a velhice. Cabeça que pensa como homem velho e coração que palpita como o de um garoto sonhador.
A noite é dos perdidos em meio a neblina,
Dos tristes, devassos e dos amantes de nicotina,
Dos que detestam o alvorecer,
Dos que ousam se atrever.
Dos que foram cegados pelo nevoeiro,
Das crianças que abrem o berreiro.
A noite é dos céticos,
Dos imorais, monstros e dos textos poéticos
Dádiva
Não somos poetas de mentirinha,
Somos poetas de carteirinha.
Temos a poesia como dádiva.
É mágica! Um remédio eficaz contra toda mente sádica.
Dias atrás encontrei um caderno antigo cheio de poeira.
O que estava escrito não era nenhuma bobeira.
Dizia que os poetas são detectores de farsas
E que a poesia é imunizante que nos protege das desgraças.
ASAS BRANCAS
Coloque suas pérolas, aquele colar.
Deixe o nosso amor falar.
Seja o anjo de asas brancas que do apocalipse irá me salvar.
Diga tudo o que está guardado,
Pois a ti estou e sempre estarei destinado.
Uma palavra bonita
Que a ti foi dita,
Mas que não encontrou o seu coração,
Será classificada como um esforço em vão.
FERROADA
A rejeição é como um ferrão cheio de veneno.
Encare ela e se sinta vulnerável e pequeno.
É doloroso, mas por ela já fui ferroado.
É como ficar preso numa cerca de arame farpado.
Pode ser mais fatal que uma facada.
É como cair em uma maldita cilada.
Tortura que pode durar uma eternidade
E que pode perdurar até que seja tarde.
Deveria ser crime ou haver multa
Para aqueles que fogem da luta,
Pois é nossa obrigação batalhar
Contra aqueles que querem nos humilhar.
Mais mentiras
Prometeu o mundo dos sonhos em sua campanha
E escondeu que em pouco tempo estaríamos na teia da aranha.
Tudo bem, já era esperado,
Já que depois de tantas mentiras sei detectar um mentiroso SAFADO.
Com uma frieza imensa
Revelaram a minha sentença.
Fui acusado de bruxaria,
Pois para eles é crime a liberdade e a autonomia.
As minhas palavras são dinamites.
Hoje te ataco para ficarmos quites.
Hoje te convido para o combate
E não aceitarei derrota ou empate.
Hoje o oprimido derrota o opressor.
Hoje quem foi agredido será o agressor,
Pois quem foi chamado de fraco se enfureceu.
Hoje derrubarei as estátuas dos reis que um dia o homem enalteceu.
Não deixe que sua liberdade seja roubada,
Meu camarada.
A liberdade é seu bem mais precioso,
Ela é a virtude do vitorioso.
Muitos podem desacreditar,
Apesar disso nunca pense em se curvar.
Escute o meu sermão
E se alguém te rejeita, jamais implore por atenção.
O povo precisa levantar a voz,
Lutar como um leão feroz,
Pois nada aqui é bom ou suficiente.
Queremos um país decente.
Político honesto é conto de fadas.
Inúmeras nações são enganadas.
É necessário espernear e armar um barraco,
Pois esses desgraçados já encheram o nosso saco.