Caio Dias
anioevortrar bea
te amo com todas as forças
com todas as letras
te amo acima de tudo, e de todas as coisas
Mesmo que me mutilem todos meus tendões
Que me atirem às duras prisões
Hei de te amar por todo o meu tempo
Mesmo que entorpeçam todos meus sentidos
Que me estourem os meus bons ouvidos
Hei de te amar em todo pensamento
Mesmo que não exista alguém que me socorra
Que me coloquem em fria masmorra
Que não se sinta todo meu apreço
Mesmo que tentações me sejam impelidas
Que o corpo são se transforme em feridas
O meu amor não muda de endereço
Mesmo que me condenem a morrer de fome
Mesmo que me maltratem que mudem meu nome
Mesmo que me torturem me tornem demente
Mesmo que me açoitem que me sacrifiquem
Que me retalhem que me crucifiquem
Hei de te amar com esse amor fervente
Mesmo que não se entenda o meu grande desvelo
Que não se ouça o meu brado de apelo
Que não se sinta minha amargura
Mesmo que me confinem numa negra gruta
Que me espanquem até com força bruta
Hei de te amar até minha loucura
E mesmo que até me dispam em gelado inverno
Que me prometam um tórrido inferno
Que passem a vida a me fazer medo
Mesmo que me exilem em terras estranhas
Me supliciem me rasguem as entranhas
O meu amor tem força de um rochedo.
Apenas pedaços do que restou,
Olho em volta pra juntar o que me sobrou.
Em volta... Todos tão cheios de si,
Dualidade gerada ao fato de simplesmente existir.
Reflita, tente ser melhor. Falhe. Volte duas casas automaticamente
E perceba que não resta amor quando o medo se faz presente.
Na tentativa de desatar minhas cordas vocais, me enrosco num no.
Preso. Assim como um pássaro, aguardando o momento de voar,
Porém quando livre, sempre opto a me aprisionar.
Não importa de quantos angulos vejo,
Não encontro fuga desse enredo.
Aqui. Vi minhas fotos perderem a cor, minhas letras valerem de nada,
Percebi então que na derrota que se dá valor a caminhada.
Me conforta. Mesmo morto, não me sinto tão só.
Pedindo licença pra entrar em casa,
Trago comigo nada mais que minhas escrita,
Arranhões no chão de uma jaula.
Coisa que talvez já foram ditas.
Abro velhos cadernos.
Antigamente eu era externo,
Outrora expunha o que sentia,
Hoje o silêncio confirma a apatia. Meu confidente.
Sem diálogos, prosa, uma péssima ideia escrever um livro,
Quanto menos falo melhor eu me sinto.
Reticências sempre será o destaque dessa história,
Está é uma obra de ficção que no fim não vai ter dedicatória.
O sono me fadiga, ouço da esperança promessas.
Dizem que é a última que morre. Não posso provar.
Vou embora.
Só volto depois de me achar...