Cacau Loureiro
ABSTER-SE
Abstenho-me em julgar algumas ações humanas,
afinal, não vim ao mundo para isto.
Minha missão não é apontar fortes nem fracos,
pois que sou apenas uma ramificação deste
universo, o qual esbanja harmonia e perfeição.
Em qualquer direção que nos propusermos a
olhar... fitemos e vejamos quantas maravilhas
sequer nos são perceptíveis...
Diante estamos de tanta correria!
Os princípios da tolerância e da caridade
massificaram-se em nós. A ambição destituída
do sentido de aperfeiçoamento moral, petrificou
a solidariedade entre os seres.
O mundo exige sacrifícios, bem o sabemos, mas
só os fortes sobrevivem e só os tolos não lutam,
quiçá amam.
O homem é um universo em si maravilhoso e
poucos se apercebem ou assimilam isto.
Apesar das injustiças a que nos submetem os
atuais tiranos, das armadilhas que nos armam
o próprio destino, das inversões de valores
com as quais nos acostumamos, das coações
do homem pelo homem com as quais nos
defrontamos, ainda encontramos nos seres,
em cada passo, o dom divino; o existir nos
comprava, sem maiores explicações o fato
em si.
As asas do autoconhecimento estão em nossos
corações, e estes voarão tão alto e longe enquanto
desejarmos.
Como já disse um poeta: “a felicidade não está onde
a procuramos, mas sim onde a colocamos”, partindo
desse princípio, o homem será livre sempre e jamais
deixará de buscar o remédio para as suas dores.
Em qualquer lugar que estejamos, grades jamais
apreenderão nossa imaginação inventiva, ou
cercearão nossa evolução criadora. E apesar das
misérias geradas pelos totalitarismos e pelas
desmedidas ambições humanas, os nossos corações
serão sempre libertos, imunes às utopias, porém,
sempre abertos às novas perspectivas de vida.