Cacau Braga

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Definitivamente um bom som
De repente a voz...
Paul ou John?

Inserida por cacaubraga

No redemoinho o saci pára.
O mundo gira e o saci espera.
Não é o saci que roda, é o mundo que gira pela janela!

Inserida por cacaubraga

FLOR
- Olá, flor!
Disse já quase sem sentimento, num piloto automático. Talvez porque eu de fato não fosse a sua flor. Hoje já nem me importava mais, no entanto, em outro tempo, quisera eu sê-la. Ao menos sabia que ninguém poderia relacionar flor a algo que não fosse belo. No entanto, não era a beleza que eu almejava... O que até hoje me agrada é essa pequena palavra sempre me soar como um carinho.

Queria ser uma flor
Com pétalas suaves...
- Pedacinhos de veludo -
Queria ser uma flor vermelha
Uma rosa?
Não...
Um tipo desconhecido
Nem bonito nem feio
Que pudesse simplesmente
E para sempre
Ser chamado de flor

Inserida por cacaubraga

A morte
É apenas um ponto
No meio de um livro

Inserida por cacaubraga

Declaração do amor

Hoje o amor contou-me
Não como uma confissão, mas num tom descontraído
Contou-me que andava perdido
Por entre meus olhos, por entre meus risos

Hoje a alegria contou-me
Cochichou discretamente como se segredo fosse
Contou-me o motivo de ser:
O amor embalava uma vida mais doce

Inserida por cacaubraga

Quando o tempo parar de correr
Vai ser um corre-corre danado
Para o mundo aprender a viver

Inserida por cacaubraga

Não tenho pressa do amor
O amor se apressa naturalmente
Ele escorre feito água
Invade, chega.
O amor encontra meios
Ele decide, a gente descobre
E nos acorda no susto de um beijo...
Quem for teimoso,
Oras! Que discorde!

Inserida por cacaubraga

Um quê de inesperado

Desculpe pela falta e pela insegurança
Desculpe pelo não, pelo talvez e até mesmo pelo sim
Desculpe pelo controle e principalmente pela falta dele
Mas não peço desculpas por tudo
Guarde um pouco do que tenho de errado
De ilógico e impulsivo
Que a verdade em mim é mesmo assim
É esse quê de inesperado
Que tenta alcançar alguma razão de ser...

Ainda que seja muito
Desculpe pela demora
Que cada um tem seu tempo
E cada tempo guarda uma história

Escuta! Mesmo longe, escuta!
Os meus sonhos gritam
É uma dependência incurável
Minha vida desaprendeu a ser minha
Quisera eu ser a lua!
Que toda noite espia o mundo inteiro,
Entra pela fresta da sua janela,
Suspira os seus segredos...

Escuta! Nem o céu me encontra agora!
Pra onde eu vôo ninguém vai
Estou sempre entre as lembranças
Para que elas estejam sempre em mim
Enquanto as estrelas passam as noites se exibindo
Oferecendo-me a solidão numa bandeja
Os dias se preparam para vir com luz intensa
Revivendo o medo que a lua guarda
De que o lobo algum dia a esqueça

Inserida por cacaubraga

O artista não pode ver o amor de forma racional. A razão que aceite o artista da forma que ele é.

Inserida por cacaubraga

Vazio



A minha saudade acho que é essa dor...
Essa que agora diminui a velocidade do tempo
Que inventa um eco pro silêncio...
Absurdo? Um eco mudo, seja lá como for.

A minha saudade deve ser essa pouca força
Os olhos que não sustentam as lágrimas
A voz com vontade de ser rouca

A minha saudade é bipolar:
Triste pelo vazio do presente
E feliz por ainda assim saber amar

Inserida por cacaubraga

- Estou completamente apaixonada!
- Jura? E por quem?
- Ah... ele é lindo! Quando eu penso nele, meus olhos brilham e meu coração quase pára... Fico imaginando como será o dia em que ele finalmente vai chegar...
- Como assim? Ele está longe?
- Não! Está vindo tão rápido... Você logo vai conhecê-lo! Passo meus dias arrumando as coisas para que ele possa vir logo...
- E quando ele chega?
- Não sei... Gosta de me surpreender! Quando me distraio, ele aparece. Mas não me importo se ele demora um pouco, porque todas as noites basta fechar os olhos para vê-lo.
- Mas qual o nome dele, afinal?
- Futuro.

Inserida por cacaubraga

FIM

Como é o fim? O fim tem sabor, dói?
Como ele anda e como pára?
O fim espera, vai por inércia?
Passa por nós e continua esbarrando nos outros,
ou tropeça e cai nos nossos pés?
Como é o fim, afinal?
É o nada, o começo de algo, o meio do caminho?
Ele existe ou é lenda?
O fim está?
O fim é?
O fim é só o ponto, a última página do livro?
Tem forma de quê?
Quando menos se espera...
Fim?

Inserida por cacaubraga

Frio

O frio inspira
Os pés gelados chamam o chocolate e o edredom
O corpo fica quente, mas o frio continua no ar
Frio que passa pelo rosto até ser quebrado pelo café
O cheiro do café inspira
Calor que desce e alaga o estômago
Faz efeito nos pés,
Abre os olhos e eletriza a mente
A agitação inspira
Companhia torna-se necessária
O telefone pula para a cama
O edredom perde metade das palavras
A conversa inspira
Bocejar é inevitável
A cafeína evapora
Travesseiros abraçam
A escuridão acalma
O telefonema inspira
A voz vira imagem turva
A paixão é inspiradora.

Inserida por cacaubraga

A questão é que a questão não estava definida como uma questão de fato. Mal era fato. A coisa indefinida que aquilo se transformou foi tomando forma de nada, mas um nada com forma de algo, que apesar de ser algo, era indefinido e que, talvez por esse motivo, não passava de nada. E se tudo era confuso nessa hora, era justamente porque a palavra adequada ainda não existia para descrever. Não que a cuca fosse incapaz de inventar algum termo esquisito que desse a idéia da coisa toda, mas é que o simples fato do fato ainda ser nada, dificultava os pensamentos daquela criatura que se esforçava para me entender! Porém, sejamos francos: não era lógico o raciocínio? E se o óbvio ainda não tinha atingido aquela cabeça no topo do corpo comprido que me olhava de cima, alguma atitude eu deveria tomar! E foi assim, sob pressão extrema, que aprendi aquela bendita palavra: mamadeira!

Inserida por cacaubraga

HAI KAI
Os olhos fechados
Assistem a imaginação
Disco na vitrola

Inserida por cacaubraga

A SALA
Estive andando pela sala essa manhã
A sala esteve rondando ao meu redor
O sofá estava no mesmo lugar
As cadeiras, tapetes e lustres
Tudo como sempre
Eu sentada e a sala girando
Eu girando e a sala parada
As cortinas estavam inquietas
Vestindo o avesso da casa
A casa voando e os pensamentos no chão
Os pensamentos voando e a casa...
Bom...a casa nem estava mais ali
A sala era só meu refúgio

Inserida por cacaubraga

ENLACE
Ele ultrapassa as razões criadas por ele
As tantas razões que não chegam num acordo
Ele ignora todas
Elas viram pedaços de vidro camuflados no chão
Um perigo que não é notado
Não há nada que o faça voltar agora
Ele sabe que uma coisa é certa:

Um passo lento pode dizer muita coisa
Mas um passo para trás pode dizer ainda mais

Então ele continua
A mão abraça fortemente o motivo de tudo
Aquele minúsculo sol
Um símbolo em extinção, talvez...
Pra ele, a prova da certeza absoluta
Não usa palavras, somente um gesto
As mãos unidas apoiadas no joelho
Abrem a pequena caixa felpuda
A luz maior não vem do pequeno sol
E sim das pupilas do olhar da moça

Inserida por cacaubraga

SÓ PALAVRAS


Tudo que vira palavra
Antes era sentimento
Pensamento vago ou insistente
Vontade de sair correndo
E a palavra escrita
Não é nada mais que um grito preso
De quem não sabe querer
Fernando estava certo:
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer

O CICLO


Faz, cansa, pára
Quer continuar
Porque parar também cansa
Continua, faz, cansa
Quer parar
Porque continuar cansa
Pára, cansa, continua
Mesmo cansado quer continuar
Continua, cansa, pára
Mesmo parado quer cansar
Então pensa...
E começa tudo outra vez.

Inserida por cacaubraga

BRANCO



Os espaços em branco

São muitos

O branco aparece em todo lugar

E, ao contrário da paz,

Ele traz conflito,

Vazio...

O vazio conflita com o todo

Porque é algo que não deveria existir

Com tanto de tudo

O vazio não cabe

Nem para trazer o eco

Nem para ilustrar a solidão

Inserida por cacaubraga

As letras vinham meio perdidas

No meio das folhas do livro

Aquelas informações meio sem sentido

Em meio a gráficos e estatísticas

Provaram que tudo era meio insosso

Mera questão de oxitocina e não existia meio-termo

Meio cá meio lá eu acabei perdendo a certeza

E me vi sentada naquele meio-fio

Em um meio que não me pertencia

Meio atônica e amuada

O sol do meio-dia fervendo a cabeça

Apenas na companhia do meio–busto que me fitava pensativo

E foi por meio dele que concluí:

Aquela atopia científica meio lógica

Não passava de um meio utópico de classificar o amor

Inserida por cacaubraga

COTOVELO


Ontem me peguei pensando no quão inútil o cotovelo é! Se fosse substituído por um parafuso ou algo do tipo, ninguém sentiria falta. Uma das partes do corpo mais desobedientes e indisciplináveis! Desobediente porque antes que se perceba já está se apoiando em algo – normalmente onde não deveria apoiar-se – e indisciplinável porque é impossível puni-lo, visto que o cotovelo praticamente não sente dor alguma! Por mais que a mão se esforce ao beliscar, ele sempre passa ileso. As mãos também têm lá sua incômoda independência... Quem as dá o direito de tapar os olhos na melhor cena do filme?! Falta ao corpo comunicação, certamente, ou o que explicaria as palavras que a boca solta, sem perguntar aos pensamentos, sem deixar o ar sair, sem que a memória tenha tempo de guardá-las?! O que explicaria a dança dos pés prestigiando uma música que o cérebro rejeita? O cérebro, responsável por tudo o que acontece em cada centímetro do corpo, não consegue controlar seus pupilos, mesmo usando estratégias desleais como sonhos ruins, crises depressivas que resultam em atitudes involuntárias... A verdade é que o corpo só obedece a uma voz, que às vezes passa dias, meses e até anos sem dizer uma só palavra, mas que, quando resolve mandar, até o esquecido cotovelo obedece sem questionar. Essa voz confunde desde o dedão do pé até os escondidos tímpanos, faz os olhos mudarem de opinião quanto à beleza das coisas e a pele fingir que está frio em pleno dia de sol! Então, quando tudo parece que vai sair do controle, a voz paralisa cada músculo, cada pensamento e diz pro cérebro que o nome disso é amor. E é nesse momento que cada célula do corpo entende que a única ordem impossível de se ignorar é a do coração.

Inserida por cacaubraga

DESCRIÇÃO



O salto deixa o chão delicadamente

E volta a tocá-lo

Como um cetim caindo sobre a pele

O chão ganha desenhos imaginários

De círculos imperfeitos

Mas que ficam em harmonia

Com os outros muitos

Que há pouco foram desenhados

Segundo as regras dadas pelo ar

Ar pesado de ritmo.

Círculos perfeitos roubam a cena,

A atenção e tudo mais

Olhos atentos aos olhos alheios

-Nossa primeira dança-

Inserida por cacaubraga

HAI KAI


O salto alto
Se perde do chão
Amor à vista

Inserida por cacaubraga