C.M CrisMilanni

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E lá estava Ela outra vez, olhando sua face no espelho. Parecia não se reconhecer, as marcas aparentes estavam mais acentuadas.
Havia uma sombra na cortina embaçada que cobria os teus olhos.
As muitas noites insones, várias poesias sendo tecidas na tua mente inquietante... enquanto o punho se contorcia, os dedos procuravam desenhar as palavras no papel.
Num breve instante, entre um lapso de memória e alguns segundos de pura insanidade, registrava tuas tristes quimeras.
A sobriedade afastava alguns fantasmas, num pouco de lucidez, ainda havia vestígios dela.
E logo quando a perdia... podia fitar na tua frente, os demônios que lhe roubavam a quietude. Era como olhar dentro do olho Diabo, lhe tragava para dentro de si! E num inferno, a tua alma viajava... saia do teu corpo, vagando pelos umbrais de teus infortúnios, era como ter mil açoites sobre a tua carne.
Quando o mundo de tuas fábulas se colidia com o teu caos, Real... Havia uma guerra por dentro de si, à qual fazia sangrar por todos os lados. E nessa hemorragia de sentidos saturados, morria a menina nos versos, dando lugar a estranha criatura.
Tantas noites insones, lágrimas, feridas e tantos outros finais não escrito nas tuas páginas. Haveria um final feliz para aqueles profundos olhos tristes?
"Não sou já gente, se é que fui gente vez alguma! Será esta alma que trago maior que a minha?"
Pudesse eu aprender a abraçar as sensações imensas, em vez de me afundar nelas, sem deixar qualquer sensação tornar-se numa angústia profunda. Sinto a analgesia de não se ser ninguém; E se choro e agonizo é por este exagero de mim... que não caibo em nenhum lugar. Deste modo exagerado que tenho de sentir tudo - de querer tudo e não ter nada!
O que sinto ser é um transbordar de Ser, uma contradição imensa em si. Há alguma paz nisso, mas não tanta que dure...
Desejei tanto, quis tanto florir... se fosse uma Flor, seria a mais bela entre elas. E se à mim fosse concedido um par de asas, nem o céu me serveria de limite.
Enfim, assim vou vivendo, quem sabe um dia ainda aprendo a deixar menos de mim por ai... e levar menos dos outros pra onde