C l e i r
Malícia
...E ele dizia...
_ Teu beijo tem sabor de maçã.
_ Tua pele aquece como sol da manhã.
_ Rolando na cama tens perfume de flor.
_ Acariciada, exalas bálsamo de amor.
Confiei!...
Tinha-me o corpo ainda em broto...
Cravo cravado, me fazendo gemer...
No auge do amor a estremecer.
P’ra mim...
Versos de Zeus.
Quanto engano!
Quando se fora,
Amor cigano.
Nem adeus...
Cleir
Eu sei sorrir...
Sorrir a cada amanhecer...
Sorrir com o sol que aquece a terra...
Sorrir com as lágrimas das nuvens que banha as plantas...
Sorrir diante do alimento que nutre...
Sorrir com o entardecer...
Sorrir às batidas das ondas do mar como um hino de sereias...
Sorrir com a noite que desce...
Sorrir com a lua que por si trás as utopias enamoradas...
Sorrir com a coreografia das estrelas no tapete escuro...
Sorrir com tálamo que me aconchega...
E num sorriso brando e sublime...
Inclinando os joelhos, agradecer ao Arquiteto da Natureza...
E é nesse sorriso que me entrego ao letargo, nos belos devaneios.
Cleir
Mas não é?!
Que bom seria se a humanidade medisse o amor na mesma medida que mede a falsidade.
Cleir