Bruno Siqueira Dutra

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De repente, eu me calei.
Me encostei no canto da parede e deslizei até o chão.
Não tinha acontecido nada, isso era o mais estranho, não havia motivos, eu acho.
Inclinei minha cabeça até senti-la pressionada e olhei fixamente pro nada, na linha do horizonte de onde eu estava.
A sensação podia ser descrita como aquele momento que você tem a palavra na ponta da língua e não consegue pronunciar. É uma sensação incomoda, angustiante. Mas também não há pensamentos, nem sentimento de choro, nem de abandono, nem falta de algo, só minha mente silenciosa, batimentos cardíacos calmos. Está tudo completo. Não há nada do que reclamar. No entanto, é como se nada daquilo fizesse sentido, mas eu não cogito em pensar muito sobre isso porque nem eu mesmo sei explicar, só sei sentir, sentir que algo está errado mas não sei o que é e isso começa a me preocupar.

E o Oscar vai para: A alma!

Quem é melhor atriz do que ela?
Quem interpretaria com tanta destreza um papel como esse?
Vigor, maestria, sutileza e intensidade.
De fato, ela incorpora o personagem.
Ela chora, ela sorri, ela fica com raiva e se mostra imbatível, invulnerável.
Entretanto, ela muitas vezes romantiza a falsidade.
Ela maquia a verdade.
Uma verdade sobre ela.
Ela pode ser quem ela quiser ser, menos a si própria.
Porquê? Por que a expõe, a torna frágil, indefesa.
Ela é fraca mais finge ser forte.
Ela é medrosa mas finge ser destemida.
Ela se sente perdida mas finge que sabe aonde está indo.
Ela está cansada mas finge que tem energia pra dar e vender.
Ela já não vê sentido em mais nada mas continua seguindo em frente.
O ontem já foi e isso dói.
O amanhã é incerto e isso assusta.
E o hoje, ela atua em seu teatrinho da maneira mais artística possível.
Ela é perfeita, ela é linda.
Embora se sinta insuficiente, incapaz e até inconveniente, eu a admiro muito.
Eu torço pra que ela tenha dias melhores.

Porcaria de Medo que me prende, me amarra sem ao menos haver corda.
Que me domina como se eu fosse um cavalo selvagem.
Droga de força invisível, eu te odeio.
Droga! Mas odeio mais admitir que as vezes te admiro também.
Por sua causa eu deixei de fazer muitas coisas, de falar muitas coisas na hora da emoção e analisando hoje, eu preciso reconhecer, sem sua intervenção, meu mundo estaria de mal a pior. Não sou seu amigo e nem seu admirador mas obrigado.

Respira, respira.
Deixe o ar entrar, deixe o ar sair.
Calma, não pense, não se desespere.
Feche os olhos, deixe as lagrimas secarem.
Siga minha voz, siga sua voz, siga nossa voz.
Deixa ela te guiar, você está indo bem.
Você está aqui, agora, nesse momento, você existe. Coexistimos.
Tudo é complexo, nada é tão simples.
Sente? Você é real. Você é amado. Você é suficiente.

Imersão
No mais profundo eu, desbravando a imensidão aleatoriamente caótica e triste do meu ser.
Mergulhando fundo num mar assustadoramente desconhecido.
É silencioso e aconchegante ao mesmo tempo.
É perigoso e traiçoeiro.
Me engole aos poucos, me abraça como um conhecido, me leva ao seu interior, onde eu me perco. O que restou de mim, está deixando de existir.
E infelizmente, eu já não me importo mais.