Bruno Bueno Requena

Encontrados 4 pensamentos de Bruno Bueno Requena

Engraçado como as coisas acontecem, quando tudo parece precipitar das mãos, eis que surge outra para reter os sedimentos, me sinto diferente, algo estranho me acontece, um novo momento que crio em meu macrocosmo pulsante, eu preparo a cama para dormir leve, tudo me cabe, parece perfeito o estado que me encontro, abraços fortes, sim necessito agora de abraços fortes.

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Sinto-me só como nunca antes havia me sentido, uma solidão de gente, uma solidão de mim para comigo mesmo, uma solidão de olhar-me no espelho e me ver, nada mais se refleti, pois o que me cerca é uma superfície de átomos, é uma superfície qualquer que não me serve, não me cabe, pois é pouco, eu preciso de mais. Eu preciso dar a alguém tudo isso que sinto, eu preciso de alguém que queira isto que dou e aceite com respeito de querer receber, mais não encontro. Verifico que o tempo não me serve, pois eu quero agora, cansei-me dessa espera sem fim, eu quero você e agora, mais quem é você? Eu não sei.

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Eu tenho me esforçado constantemente para que as coisas melhorem, só que existem fatores que não dependem de mim. Todos tem seus limites, suas predileções, idéias, pontos de vista, é que em algumas situações, precisamos deixar de lado nossas vontades para que tudo se equilibre. As vezes os sentimentos se confundem e se chocam com a real situação, a cena acontece, em pleno improviso, isso exige de nossa maturidade e experiência, do controle sobre a mente. Há de haver respeito, muita observação, sim, prestar atenção nos sinais e necessidades que a cena nos exige, é tudo muito difícil, pois deixar de lado aquilo que queremos para que aconteça a atuação perfeita, e duro. Os sentimentos exercem grande peso nessas situações, pois equilibrar a razão com o que se sente é algo complicado, difícil para mim, meu equilíbrio não foi atingido, o que sinto começou a me escapar, quando conheci...
...Capta essa outra coisa que quero dizer, interprete as entrelinhas, é difícil eu sei, mais para mim é insuportável, compreendo o que você é, pois percebo, mesmo que sem querer aquilo que você é, e isso me assusta, expressei-me muitas vezes erroneamente, a sua visão míope, impede o entendimento daquilo que não se entende, meu coração está ferido...
...O amor é lindo, mais machuca imensamente quando desrespeitado, tido como um nada, pois a pessoa que ama é frágil, mesmo que esse sentimento seja forte e imenso, nos deixa frágil. Porque ages assim? Tu pegaste a espada e me feriu, fingiu não haver sangue no tapete, as feridas estão abertas, estou, estou te perdendo e tu estás me perdendo também, só que não te importa a perda, pois não lhe é importante, mais para mim só resta as lagrimas que percorrem meu semblante triste, e tudo se encaminha para um final triste, aquilo que outrora pensei ser lindo, que eu pensava não ter fim, este sentimento que deveria ser eterno, é assassinado por suas palavras e ações. Feriste-me profundamente, não sei mais o que fazer, só me resta deixar o rio da vida correr e esperar que deságüe, assim terei noção de quão fundo eis, espero que me de pé, pois neste lago de tristezas não saberei nadar, tu não notaras que me afogo. Triste fim que se aproxima...

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Angustias da vida cega e encenada.

A alma gritava em plena madrugada e o corpo sentia os espasmos constantes de uma dor brotando que germina em poros secos, desidratados pela servidão contida em ares de completa solidão, o momento era de lagrima que escorre pela pele fria, tudo me ligava à morte, a sensação asfixiante e o conforto estofado da imobilidade abaixo da terra, é triste pensar na inutilidade da mente, existir e não ser nada, ser o que não se quer, sendo aquilo que me tornam aquilo que me tornei, moldado por chuva acida lapidado por mãos que percorrem o corpo, rasgando, sangrando, cicatrizes internas e externas, repletas de angustias, preso a sensação de diálogos mudos, a mímica paralitica de uma falsa expressão contida, eu grito em mim, pois me falta coragem para gritar em ti o que é obvio, as pálpebras que fecham aos que existem, morrendo na escuridão forçada dos olhos, em cena muda declamo o que sou, por expressões vazias, em cubos planos imóveis e tortos, a mão tremula sobre o papel risca a folha virgem, cravando traços de uma existência corroída, a tentativa de ser o que se pensa existir, a falsidade humana, a falta de calor em mãos gélidas, laços estabelecidos facilmente rompidos, pela falta de sentidos, quem sente sofre, pois sentir é ser frágil, é o que some e não volta, pois o medo da entrega submerge nosso intimo e se instala por completo em nossos nervos, eu tenho medo, muito medo de me entregar, pois o abismo que me separa, e infinito e amedronta quem espia seu interior, meu silencio emite ondas que perseguem quem grita por vida, eu suplico por ar, pois é de direito meu o ato de viver, observar o que me cerca e memorizar o que me afeta e tudo me afeta, pois sofro de sentidos, analiso e concluo não haver respostas para o que procuro, as línguas cansadas, a pele pálida, o chorar de magoa, dizer que amo é de mais para quem ouve, pois o medo da dor e tão grande, que a distancia é obtida como necessária para quem sente o que nos obriga a ser frios, fracos, tolos, doentes da alma, suicidas naturais, um salto livre e nu sobre pedras pontudas, aguardando a queda ansioso pelo nada seguido de sangue e lagrimas, assim existo, sou matéria orgânica, que ao final, apodrece em meio sujo, o que resta de mim são traços, fotografias e memórias alheias, assim concluo minha dor, existo e não existo, E-X-I-S-T-O! A existência é natural, o sentido que é oculto, a procura desgasta, exige do corpo e da mente, revela e confunde, compreendo minha loucura como necessária e obrigatória presença em meus dias de angustia e caretice, verifico que a solidão me persegue, e eu aprecio sua presença, por motivo de força maior é natural a dor, mais insuportável a falsa felicidade fingida e encenada, falsas personalidades, doces amargos, sensações fúteis de prazeres bobos e forçados por fatores abstratos, que nos levam a fantasias, que nos levam a dor, me exigem o sangue, o segredo intimo que percorre meu corpo, furtam-me a esperança de confiança no ser humano, furtam-me a existência, negam o direito ao grito, rotulam-me hermético, rotulo-te narciso. Pela manha percebo a vida, mais um dia que respiro, lavo o corpo e completamente nu sobre a face do espelho refletida à imagem que sou, percebo minha existência física, mais me foge a existência da alma, pois me é negado o sopro de vida, o peso de viver, comprime, esmaga, e eu desisto, sou fraco, me suicido, torno-me parte do circo, marionetes tolas, vidas manipuladas, frases feitas, poemas rasgados, gritos engasgados, vidas fúteis, o que sou então se não o nada, sou a morte fingida de pernas quebradas, sou a dor material, sou a lama, meus lábios gélidos beijam as bocas vivas retirando-lhes o resto de esperança, mordo-lhes a língua, sugo-te o sangue, finjo ser aquilo que desejas, e te possuo, pinto telas com as mãos, como maças, lhe atiro fogo e vejo queimar, pois estou morto, já me falta o ar, é a busca incessante de ser não é mais, já não existe, enterraram me vivo, sofro a asfixia de ser aquilo que um dia pensei ser.

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