Bruno Arruda
Aqui parado nada se ajeita
No meu quarto vejo um cena perfeita:
3 cédulas azuis, um tênis solitário,
Uma escova e uma meia.
Mas aqui parado nada se ajeita,
Uma bermuda branca, uma rede,
Livros e roupas à mesa.
Comendo mesmo de barriga cheia.
Porém aqui parado nada se ajeita,
Uma música de kid abelha,
2 violões com 5 cordas cada,
Uma lousa toda rabiscada.
Aqui parado nada se resolve,
Meus livros me esperando,
Meu amor me desamando
Embora eu concorde
Mas aqui parado nada se resolve,
Dia que voa, amizades se dissolvem.
A métrica reprova-me
Mas a poesia me perdoa.
Por vezes desejei a eternidade
O que pode querer um ser temporal
Senão a atemporaridade?
O que deseja um mortal?
Tão frágil e tão impotente...
O universo que existe
em cada mente
Não une nem se encaixa
Apenas quem transcende
Que decide poder nada decidir
E quando nós sairmos desta caixa
Vamos nos banhar de luz
E provar do ouro que não reluz
Encontre-me antes de partir
Talvez amanhã seja tarde
Dê ouvidos a aristóteles
Se já não é mais ou
Se ainda não o é
Não importa.
O instante é tudo que existe.
Acordei-me com vontade de dizer
"Te amo"! Sabe, frases clichês devem ser ditas vez em quando
E caso você diga que errei a gramática
Direi-te que minha poesia é pragmática
Não me importa regras, régua ou rédeas
Métrica muito menos...
Apenas entenda meu sentimento
É sincero e vem do coração
É como uma canção brega
Que embarga o peito do ébrio
E o faz pensar: "Ah, que belo dia este para eu mudar..."