Brunna Reis
Às vezes a ordem dos fatores alteram os resultados, o que vai não volta, os opostos não se atraem, e assim nós vivemos bem, ilogicamente.
Eu não posso tocar o medo, ver o medo, cheirar o medo, nem ao menos posso falar com ele. Então por que o deixarei tomar conta de mim?
Deveria ter remédio para esta doença de se achar melhor que o próximo, de julgar o próximo, de tentar melhorar o próximo, porque isto não é ser humano e nem é evoluir como ser humano. Isto é uma doença e doenças matam o ser humano.
FALSEANDO O AMOR DE ALGUM DIA
Eu poderia ter passado direto
Não deveria ter olhado à luz que rodeava seu sorriso
Eu poderia ter negado desde o primeiro dia
Mas a euforia presente no meu olhar assentiu automaticamente
Eu poderia ter deixado você ir
Mas eu juro que a saudade surgiu decidida a ficar
Eu poderia ter sofrido quieta
Mas a confiança fez com que eu clamasse ao pé do seu ouvido
E digo também: meu amor ainda não foi o suficiente
Ainda mostrarei-te a paixão artística de um poeta
Ainda esquematizarei a tua vontade
Em bilhões de linhas
Porque se eu dominasse a música
Cantaria-te
Se guardasse um dom artístico
Te pincelaria em um quadro
E se a ciência minha fosse
Construiria uma máquina do tempo para conhecer-te mil vezes mais
Mas que proeza eu cometo?
Já que o amor eu nem mesmo conheço?
Poderia até falsear um começo
Para registrar em um breve soneto