Bruna Paterlini Marques
Quando tu olhar pela janela, vai ver o sol brilhar. E o brilho vai ser tanto que quase irá cegar os teus olhos. E aí tu vai lembrar de mim. E vai me ver através do brilho, e querer me tocar novamente. Vai ver eu estendendo a mão para ti, e ao tentar tocar… Irei sumir. E tu vai perceber que aquela imagem não foi nada mais que uma lembrança. Uma lembrança muito querida, que tu vai querer ter de volta por mais vezes. Quem sabe eu apareço novamente. Saiba que o que você viu, eu vi. Vi você, tentei lhe tocar. Tentei ter novamente. Mas não deixo de te amar e pensar todos os dias da minha vida.
Tem como pegar o sol? Tem como comprimir ele, até que haja força o bastante para se transformar em um mero átomo e… Explodir? O brilho do sol que incendeia o espírito dos mortais, que transforma sorrisos, que cria imagens perfeitas, como sombras. Raios de sol, combinados com a magia do reflexo do luar, aquele sol que transforma nossa vida em um amor lunar. Somos vítimas de um amor de constelações. Ora, meras constelações, quem elas são? Queria eu ser vítima do universo com um paralelo ascendente à tudo isso
Um sorriso torto, um abraço dado. Uma xícara de café com uma pitadinha de açúcar. Três passos a diante, uma sombra se mexe. A cadeira cai com um súbito pulo. Risadas e risadas em meio à surpresa do encontro repentino. Três despedidas, uma mesma saudade. Quatro beijos, todos infinitos. Nove toquinhos no braço, noventa olhadas na mão à procura de vestígios de amor. Um olhar ao redor, uma vida se passando aos olhos. Algumas falas, o mesmo sentimento. Um sofá, duas pessoas. Um só amor.
É chato fazer promessas e promessas que depois simplesmente serão jogadas ao vento e misturadas com os sedmentos da rua imunda.
Sonhos infundados repletos de magia e felicidade contemplada reanimam o meu viver, junto ao céu resplandescente em todas as manhãs. É o destino novamente agindo sobre os indefesos seres que ali mesmo rastejam com sua insignificância, sendo levados sem ao menos resmungar.
A perfeição de uma bela melodia é sua voz trazendo-me a vida em comum à sua alma, como nosso infinito amor à um simples pôr-do-sol.
Me acompanha nessa dança? Vamos passar bailando por todos aqueles obstáculos tolos e no fim, agradecer pelo simples gesto de dar uma chance à vida.
O vento sopra, carrega os detritos e nos leva até um mundo contrário onde a compreensão reina. O vento é puro do seu jeito, como você é feliz independentemente de suas escolhas. Deixe que o vento se encarregará de levar-te às suas origens.
E como em um passe de mágica, toda a harmonia se refez e o som pôde sair como uma bela melodia por entre os instrumentos quebrados.
Certo dia eu estava dentro do ônibus em um engarrafamento causado por causa do sinal com defeito, olhando para tudo, pedindo para que algo me tirasse do tédio. Existem momentos em que estamos tão entediados que começamos a reparar até mesmo no fio de cabelo dançando no chão por causa da leve brisa. Eu estava assim, até que olhando para os prédios ao meu redor, pude perceber um casal simpático de idosos repousando na varanda. Ela, uma senhorinha simpática com rugas causadas por causa da velhice, sentava em uma cadeira de balanço (sim, daquelas de vovó mesmo) e tomava seu chimarrão. Ele, com brancos e poucos cabelos, sentava em direção à porta da varanda e via algum programa que passava na televisão. Fiquei o tempo inteiro olhando para eles com um sorriso estonteante, imaginando se algum dia eu estaria ali, no lugar dela, sendo paparicada por alguém como ele, que quando a olhava, fazia refletir um tanto de amor. Nossas ações de hoje não passam de reflexos do futuro: às vezes perfeitos, mas muitas vezes sofrendo desvios. Planejamos tudo do modo em que queremos que seja, mas o futuro se encarrega se levar-nos para estradas alternativas, das quais nunca pensamos seguir, e por mais incrível que pareça, ao olharmos para trás, vemos que muitas coisas foram apenas devaneios, outras valeram ou não seguir, e outras precisávamos ver que não dariam certo, mesmo que na hora tenhamos brigado por não ter sido o que esperávamos. É a vida... Muitas vezes o errado, supérfluo, nos parece irresistível, mas acabamos seguindo pelo certo sem ao menos perceber. O vento se encarrega de levar-nos segundo os corações que nos atraem, que nos tem por inteiro. Nos leva para o coração que cuidará como nenhum outro cuidou. Onde o silêncio reina enquanto as almas descansam sem pesar sobre os corpos quase desnudos relaxados sobre as cama. Caminhos... Apenas fios emaranhados que um dia voltarão às suas origens.
Muita normalidade às vezes nos faz perder as estribeiras. Perca logo um pouco a cada dia, é mais gostoso e você se sente melhor, afinal quem é que gosta de ser sempre certinho
Enquanto as árvores balançam, vejo por entre as folhas verdes os raios de sol. Tais raios arranhavam meus olhos, fazendo-os doer com seu brilho incessante. Porque eu não conseguia parar de olhar para aquilo que só me causava tamanha dor? Tudo tem um sentindo, ou não era para ser. Eu olhava os raios do sol para alcançar você. Eu olhava para encontrar teu sorriso, pois aqueles raios, por mais que machucassem meus olhos, me transcendiam paz, irradiando serenidade, e um pouco de você. Não importa o tanto, mas era você lá, em meio àquele brilho todo. E quando chegou a noite, aquilo que machucava meus olhos, passou a amaciá-los, para que recebessem teu afago, teu carinho, tudo o que deseja me passar. Não importa o que aconteça, o dia, o lugar, o ano. Eu sempre vou te amar, tendo o sol, ou mesmo o luar.
Do dormir ao despertar, o pensamento é o mesmo. Todo o amor, a vida que insiste em bagunçar com tudo, a paixão ardente dentro desse coração doente. O mundo não para, mas cada vez que aquele olhar sedento de amor se encontra ao meu, tudo fica em câmera lenta e o meu corpo perde os movimentos e é guiado por ti, como em uma dança. Passamos por todos com passos leves, vagando por aquela imensidão que é a vida.Quero poder o ter para sempre, iluminando meus passos, querendo estar realmente perto de mim, me amando e me levando para absorver o brilho da lua, vendo a imensidão do mar. Venha comigo, me dê a mão e vamos andar por aquele jardim ensolarado. Venha, me ame e vamos mostrar o motivo dessa nossa união. Em alguns anos, iremos olhar para trás e lembrar dos nossos momentos. Depois, olharemos para frente e veremos a caminhada que ainda nos espera.
Chega a ser engraçado enquanto as pessoas estão apaixonadas. Colocam em todas as redes sociais, fazem questão de mostrar para todos, aumentam o ego de uma forma inacreditável. A pessoa apaixonada se sente leve, confiante, ri atoa pelos cantos só de receber uma mensagem ou de lembrar algum momento, fica leve, anda escutando música e quase dança na rua. Estar apaixonado é bom. Mesmo todos cansados de ouvir a mesma história, a pessoa “in love” conta uma, duas, cinco vezes. Sem dizer os apelidinhos que são dados: Um é o “bê”, a outra o “nem”. Fulano é o “mor” e Beutranho “amorzinho”. Outros que são dados com o tempo (aqueles característicos que só os dois sabem o motivo) e uns que deram início a tudo (pequena, fofura, “mô”, entre outros). O apaixonado chega a ser idiota. Se você pensa que é adulto, nunca se apaixonou, porque todos se revelam extremamente crianças, arrumam briguinha por qualquer coisa e fazem as coisas mais ridículas que sem ter alguém tão íntimo, simplesmente não faria. Estar apaixonado é bom… Até a parte que algo acontece e os dois terminam. Aí é um desespero. Procuram todas as pessoas que deixaram para ficar com “o dengo” em busca de refúgio, pedem desculpas aos amigos que tiveram que deixar, se arrependem por ter deixado de ir naquela festa. Tudo isso é para amenizar a vontade de correr de volta para os braços da pessoa. Isso é um ciclo vicioso. Ninguém fica sem um romance, nem se quiser. Tirando as pessoas que nasceram predestinadas a ficar com apenas um companheiro, não se preocupe se terminar por algum motivo, sozinho não ficarás. O sofrimento faz parte. Lágrimas, gritos, desespero... Isso tudo é consequência. A saudade fica, mas logo aparece alguém para preencher aquele espaço. Atenção: preencher não é substituir, porque um "amor" jamais substituirá o outro. Mas a vida segue. As pessoas se preocupam demais com um romance que não deu certo e esquecem da vida que tem em volta. Bem, não fiquem assim, no final, as boas memórias prevalecerão e apenas sorrisos sairão. Chega de sofrer pelo que passou! Cadê aquela paixão? Hora de correr atrás do que não deu antes. E aí, outro amo, outros apelidos, outras memórias... Talvez dessa vez eternas.
Senti necessidade de escrever agora.
Eu estava na sala, sentada, enquanto via tv. As horas foram passando, vi que estava tarde e resolvi trazer o notbook para o quarto, para ver um filme até dormir. Arrumei as coisas, liguei o ar, peguei a coberta, fui ao banheiro. Faltava fazer o que eu faço toda noite: fechar bem as cortinas para não entrar um raio de sol pela manhã. Fui até a janela. No momento em que fui fechá-la, uma luz veio a clarear meus olhos. Foi aí que reparei a enorme lua que estava quase encostando no horizonte, já baixa, fugindo de ser o reflexo do sol que logo viria. No mesmo momento, vi um avião. A pista de pouso do aeroporto é na direção da janela do meu quarto, mas eu nunca havia visto um avião desse modo. Normalmente, quando os vejo, é de manhã ou pela tarde, dá para ver o nome da companhia aérea, ouço o barulho, mas não passa de mais um voo. Hoje, não sei se foi por conta do barulho do ar condicionado ou se foi porque estava tomada pela imagem, mas não ouvi aquele barulho usual de avião. Foi uma das imagens mais lindas que eu vi. O avião, todo iluminado, clareando parte do céu com suas luzes, descia em direção à pista e lá estava a lua, no meio do caminho. O avião, claro, não parou e seguiu seu caminho. Passou de uma maneira, na frente daquela enorme lua amarelada que podíamos ver suas crateras, de forma que parecia que sua asa esquerda a cortaria. Mas então ele passou. Parecia estar devagar, planando verdadeiramente no ar, pronto para uma descida leve, como muitas outras que o piloto certamente já devia ter feito. Bem, qual a moral disso, eu não sei. Não sei muito menos o porquê de eu sentir essa irresistível vontade de escrever sobre isso, um avião passando em frente à lua. Talvez porquê a lua estava perfeita e enorme, e o avião não parecia uma marca voadora, mas parte da paisagem. Da minha paisagem. E assim, eu sorri, e me arrependi amargamente de não ter comprado uma câmera melhor. Mas essas coisas simples que ficam na memória sim, que conquistam o meu coração.
Aquele corredor vazio logo foi ocupado por dois corpos sedentos. Dois corpos que tinham o mesmo objetivo, que sentiam os mesmos calafrios, que precisavam um do outro. Ele com aquela firmeza que a deixa em suas mãos, ela que transforma sua delicadeza em ferocidade e o faz se entregar. O gosto que precisavam sentir, as sensações únicas que só tiveram juntos. Do corredor para o quarto, acabando em um agradável papo na varanda. Carinhos, quantos carinhos. Abraços, beijinhos, risadas, uma xícara de café, pés frios tentando se aquecer e as mãos entrelaçadas. Só os dois, já com saudade, sem mesmo terem se separado.
E que as estrelas alcancem todo o infinito que eu não fui capaz de alcançar, nem ao menos de tentar.
Quando você for sorrir, lembre-se: Sorria com a boca, com as bochechas, com os olhos e, acima de tudo, sorria com o coração. Não há nada mais bonito que um sorriso sincero e que esboce a felicidade perfeitamente.
Vou sonhar com um abraço teu, um carinho meu e um cantinho nosso. Uma xícara de café, um lero bom e um cafuné. Eu e você, nosso apê, prazer.