Broliani
DESCULPE-ME O POETA
Prefiro a vida do romance que machuca,
à ficção da poesia que conforta.
Prefiro o romantismo e suas marcas profundas,
às farsas e seus afagos poéticos.
Prefiro a verdade poética do romântico,
à ilusão romântica do poeta.
Prefiro o segundo do romance sem tempo,
à eternidade da poesia sem fim.
Prefiro o cinza do romance imperfeito,
à cor da poesia sem defeito.
Prefiro a triste lembrança do romance,
à feliz imaginação da poesia.
Prefiro o calor de um abraço mudo,
à palavras em folhas frias!
Claudio A Broliani
SIMPLESMENTE
Seria tão simples dizer o que sinto,
sem pormenores, apenas conclusos.
Porém tão difícil definir o que sinto,
sem o encanto dos atavios inclusos.
Pois na tristeza de sentir o que sinto,
pelo entrave do verbo em desuso.
Perderia a alegria de viver o que vivo,
na ausência de ver em você o que vejo,
quando digo, simplesmente... te amo!
Claudio Broliani
QUIETUDE
Em voga a difusão do sarcasmo.
Disseminado por redes em teia.
Mentem déspotas em espasmo.
Sob as vistas da passiva plateia.
É povo que leva a fome na face.
De ter ao menos da vida o justo.
Conhecem do pão nem o gosto.
E do vil tirano ignoram o disfarce.
No gládio diário és vencido.
Em achaque lhe roubam a renda.
Negando tirar dos olhos a venda.
Entregas a chave ao bandido.
Pensam estarem livres os tolos.
Experimentando a pura ilusão.
Em lento trotear de acéfalos.
Ao abate seguem em procissão.
Desconhecem a essência liberta.
Conquistada pela dura batalha.
Onde a vitória e a vida é incerta.
Separar a liberdade e a migalha.
Tendo direito à escolha... e cobrar!
Indolentes engolem a seco essa sede.
Na fartura que essa terra concede.
Faltou a esse povo na guerra sangrar.
Em meio à multidão que negaceia.
A solitude é o caminho que resta.
Nessa senda que se abre em fresta.
A quietude é minha íntima aldeia.
Claudio Broliani
NAU BRASILIS
Nessa Nau que singra a imensidão,
E sem remanso enfrenta sortilégios,
Da procela irrompida em sofridão,
Às sereias seus cantos e sacrilégios.
Aflora em aguda lamina o arrecife,
Rasgando como seda o frágil casco,
Sob o peso da mão fria do carrasco,
Finda sem rima mais essa estrofe.
Restando só horizonte sem brilho,
Aonde se mirava belo firmamento,
Naufragado em dor nesse momento,
És triste a visão deste tombadilho.
Apenas destroços insistem a flutuar,
Lançados ao mar e a própria sorte,
Esperança de novas viagens a sepultar,
Nas profundezas em leito de morte.
E a Nau imponente foi despedaçada,
Pagando pela imperícia de seu capitão,
E pela ganância corrupta da tripulação,
A todos afogou nessa funesta jornada.
Claudio Broliani
DIVINO TEMPORAL
Eis que irrompe em trovão sem aviso.
Ecoando e quebrando o imane silêncio.
Ressonante acústico compasso preciso.
No coração és da tormenta prenúncio.
Rutilam raios que cegam os olhos,
Ensandecer brilhar incandescente.
Visão confusa piscando em fachos.
Relâmpagos que ofuscam a mente.
Torrencial cascata despenca do céu.
De sensações o verdadeiro dilúvio.
Tempestade que vem como alívio.
Pelo amor que escorre em seu véu.
Das sinapses a paixão é relâmpago.
Nas veias tempestade em ebulição.
Sacro temporal que atinge o âmago.
Pois no peito o que pulsa é trovão.
Claudio Broliani
DISSONETO – SONETO DISSONANTE
Estou ouvindo o som da voz interior,
Eco silencioso quase mudo,
Notas tentando escapar ao exterior,
Luto para esconde-las do mundo.
Desafinadas encontram passagem,
Em altos trovões de gritos surdos,
Buscam em folhas calma paragem,
Entoar os segredos mais profundos.
E despertam da inércia a coragem,
Em sentimentos que não se medem,
No recitar da poesia mais louca,
Os versos dessa rima imperfeita,
Na musicalidade em voz rouca,
Dissonante a métrica perfeita!
Claudio Broliani
EPÍLOGO DO BARDO
Seresteiro solitário da emoção,
De cantilena rude sem melodia,
Nas duras letras de sua autoria,
Doa histórias puras em canção.
Sem harmonia arranha o tom,
Porém continua o seu cantar,
Na fantasia de ser seu o dom,
Poemas tristes insiste entoar.
A pena ou lápis é seu florete,
Amareladas folhas seu Coliseu,
Inapto vocábulo é seu verbete,
E na esgrima inábil padeceu.
Sentindo a vida que se extingue,
Pelo golpe que lhe feriu o peito,
Faz poesia escorrida em sangue,
Pois dos versos a morte é o leito.
Em canto de dor serás esquecido,
E linhas de vida no tempo sumirão,
Mas se de alguém tocou o coração,
És a razão... de ter o poeta existido!
Claudio Broliani
MITIGAR DA ALMA
E quando por fim à hora chegar, será na exata contagem improrrogável, naquele momento que não se adia e nem se transfere, apenas se aceita acolher, na paz da consciência que em sua existência valorosa soube caminhar, sem medo de amar ou morrer.
E quando por fim à hora chegar, que seja ela rápida como o segundo em que os olhos se fecham e como em eternidade se vive, nas lembranças que nesse piscar sem volta revemos toda a glória da história, que pudemos ao lado daqueles que amamos de forma bela escrever.
E quando por fim à hora chegar, que possa ser ao toque da trombeta inaudível, e pela sutileza do canto da Valquíria, que em sua montaria alada apontará o caminho para Valhalla, onde o descanso se faz merecido, a aquele que soube lutar e ser digno, nessa dura batalha que é viver.
E quando por fim à hora chegar, haverá de ser na mansidão dos sentimentos, naquele instante de último sopro, que traz a calma ao coração e ao todo, onde sem os grilhões do peso do corpo, a essência leve e liberta viaja de volta pra casa, para finalmente à verdadeira morada... a alma imortal devolver.
Claudio Broliani
CHEIRO DE VIDA.
Vida que busco levar em profunda harmonia,
entre os erros e acertos que tanto me fazem companhia,
nesse caminho estreito que se alarga mesmo em desencontros,
pois nele se podem encontrar momentos de pura alegria,
que preenchem o vago espaço que carrego no peito,
nessa árdua caminhada íngreme,
sem cor e por vezes vazia.
São flores, amigos e amores,
com aroma, calor e sabores,
todos com seu perfume, presença e encantos,
emanando sua luz que pulsa, aquece e envolvem,
pelo mais gentil e sublime sentimento, afastando o frio escuro da noite, trazendo de volta à alma o brilho do dia,
na paz tranqüila e na sutil beleza em aquarela de cores,
que somente entende o elevado valor, aquele que teve na vida como eu,
a felicidade de encontrar em seu trilhar...
flores, amigos e amores!
Claudio Broliani
BELEZA NATURAL
De filhos frutos dulcificado...
nos agracia e alimenta,
Em fresca sombra robusta,
se doa a nós em abrigo,
No aroma que seduz a todos que dela experimenta,
É rio de alma corrente que traz sabor e vida consigo.
Elementar em sua exuberância és tu... ó natureza!
Florida essência lúdica...
em quimeras de aquarela,
Sutileza e formas desiguais na sua perfeita beleza,
Pulsa forte em bálsamo de cores... mesmo singela.
Somos dela os súditos,
rainha maior em seu trono,
Brinda-nos em seu cálice...
que eclode em sépalas,
Das criações é a mais linda, florescendo sem dono,
Divinas rosas livres se abrem...
em corola de pétalas!
Claudio Broliani
UM CANTO AO VENTO
Na fresca sombra de uma árvore,
as horas passam a velocidade do vento,
as folhas poetizam a voz do vento,
a pele se arrepia ao toque do vento.
Na imensidão de um céu azul,
as nuvens flutuam a força do vento,
os pássaros pairam a razão do vento,
a mente viaja ao sopro do vento.
Na vontade que nos move,
a vida segue ao sabor do vento,
os versos surgem ao canto do vento,
e o vento venta, e o vento leva!
Pois na verdade;
Tudo é vida;
Tudo é verso;
Tudo é vento.
Claudio Broliani
ESPETÁCULO SEM ENTREATO
No suave perfume em milhares de cores.
Doce faz Inebriante aroma de primavera.
Inspira tons de amores vivos em quimera.
Feitiço cromático apaixonante das flores.
No cintilar que aquece é esperado o verão.
Brilhante astro a pairar supremo no espaço.
Produz em beleza refletida o raiar da visão.
Sol soberano, de vital calor em seu abraço.
No frio assovio canta-se a musica do vento.
Dançam leves e livres as folhas de outono.
Movem-se sem peso em lindo bailar lento.
Flutuam soltas em derradeiro último sono.
No úmido gotejo choram nuvens de inverno.
Cobrindo de cristal toda terra que pulsa feliz.
Alimentando o solo na fecunda força motriz.
Restabelece a vida em dádiva de ciclo eterno.
Claudio Broliani
ÂNFORAS DOS SONHOS
Desperta anáfora na mente em pertinaz fremir.
Consonante descerram-se as ânforas dos sonhos.
Alva a consciência em penumbra busca de remir.
Diáfano desejo na renitência que sangra os olhos.
Na congruente incoerência, guardo em mim um eu que não é meu, dos versos sem rima e das rimas sem nexo, dizendo o que não sei, em pensamentos que não vivo, são sentimentos que desejaria tê-los vivido, ao menos por um dia.
Expressão irreal de caminhos que não se trilha, na remota capacidade de elevar-se a alturas além do alcance das sublimes fantasias, onde poderia encontrar talvez escondido no que escrevo o que de fato é meu, distante destas linhas perdidas e fora de sintonia, que nada mais são do que versos que soam com dor e sem poesia.
E novamente poder dizer aquilo que eu sinto, em frases simples que surgem naturalmente como o respirar, mesmo em sibilo sussurrar, e assim conquistar seu mais puro sorriso, pois é nele que reside toda a felicidade de que preciso.
E enfim, as ânforas que a muito foram lacradas finalmente serão abertas, onde nelas como vasos haverá a beleza da flor e quem sabe um pouco de amor, além do perfume doce da poesia, e somente então se revelarão também os sonhos, que sobreviveram regados pelas lágrimas dos meus olhos.
Claudio Broliani
ME AME
E da triste solidão que dói e atormenta,
és a pura emoção que minh’alma anseia.
E da certeza que essa esperança alimenta,
és paixão que ainda no meu corpo incendeia.
Desejos que foram em mim despertando,
delicada e gentil mansidão me envolvendo.
Gemidos contidos é música entoada em soluços,
acorde da lira dos anjos a delicia dos seus beijos.
Entre os lençóis o toque da sua pele macia,
as carícias avançam na sensação que vicia.
Do arrepio álgido no doce calor de seu cálice,
ao elevar cálido de prazer extenue em seu ápice.
São horas que voam neste dia perfeito,
despertar com você chamando meu nome.
Alcanço a paz com sua cabeça em meu peito,
ter-te novamente nos braços pedindo... me ame!
Claudio Broliani
PERIGO É NÃO AMAR!
Amarei sem receio seus defeitos;
Pois cansado estou da perfeição;
Sendo ela apenas uma vil ilusão,
peco em buscar amores perfeitos.
Fácil amar em olhar aprisionado;
Quando se vê só o maravilhoso;
Um mero aceno se faz gostoso,
...para um coração apaixonado.
O errado é sonhar com calmaria;
- Pois amar tem tristes verdades!
É gostar de desafiar tempestades,
é pra quem com a morte flertaria.
Se mede o valor pela dificuldade,
... quando tudo parecer perdido,
... e lutar não fizer mais sentido;
O amor ainda é sublime vontade.
E assim edificaremos nosso altar;
Sobre a solidez de toda verdade,
que vai muito além da sanidade;
Nessa louca viagem que é amar!
Claudio Broliani
PÉROLAS E CONCHAS
Pérolas...
Chega como onda,
Que feroz açoita as rochas,
Comprimindo o peito que arfa sem ar,
Então urra o prazer como oceano que estronda,
Em duas partes encaixadas perfeitas unidas em conchas,
Tensão, alívio e a seiva inunda a gruta, como as ondas do mar,
E ela vibra, espasmos seguidos movimentam o quadril em marolas;
Conchas,
Assim chega o descanso,
Para os amantes em êxtase,
Que esperam para de novo se amar,
Se beijam sem pressa como rio em remanso,
Já escrevendo um novo início para sua catástase,
Pois pra eles seus corpos são como as ondas do mar.
Na eterna viagem para beijar com néctar a praia que banhas!
Pérolas...
Claudio Broliani
INARMONIA EM RASCUNHO
Não, não me peça um verso a mais,
nem me impeça de ser só um som,
sem arranjos que descrevam o tom,
no descompasso de poemas banais.
Dos traços sou apenas o desalento;
Que na imagem carente de poesia;
Violenta o verbo em sonora heresia;
Nessa prece carregada de lamento.
O poder da palavra é imensurável;
És passagem para infinitas viagens,
que vórtice de sentimento inefável;
Revela-nos mais... que mil imagens.
... sou assim a imagem desvendada;
Aquela pintura em tinta derramada,
que na ausência de feições perfeitas,
...é reles esboço em linhas mal feitas.
Então, sendo eu um pouco do verso,
... em partes sou um tantinho de dor,
mas que também pode ser o inverso;
Quando escrevo à imagem do amor!
Claudio Broliani
MITOS QUE MENTEM!
É nesse Olimpo sem deuses,
... de escarpa afiada e aguda;
Onde a escalada em elipses,
... nos traz marcas profundas.
Em busca da Atlântida perdida;
Mergulhando sem ver o fundo;
Atrás do tesouro mais fecundo;
Afunda mais uma alma iludida.
Esperar encontrar numa fonte;
Que a poção nos de juventude,
... para irmos além da finitude;
... É entregar a alma a Caronte!
Mas o Olimpo não nos leva ao céu,
e o mar aos tesouros de Atlântida;
Não morrer não nos afasta do fel,
do fio da vida que corta a carótida.
Não faça dessa falsa história a sua;
Pois a vida não é peça em tragédia;
Nasce o sol em espetáculo de dia;
Sendo a escuridão o palco da lua!
Então contemple do céu a beleza,
... e do mar a sua vasta imensidão;
Pois na vida o que vale é a nobreza;
De morrer pelo que rege o coração.
Claudio Broliani
PENA E POESIA
Não... não sintas pena de mim!
Enquanto houver força no verbo,
mesmo sem força nos braços,
haverá ainda a força da mão,
que empunha firme a pena,
que delicada grafa o verso!
Claudio Broliani
SONHO DE AMOR
E assim eu fui tudo o que você queria,
... para lhe ver feliz e não mais sofrer,
...com toda paixão que em mim cabia;
Mesmo assim você foi sem eu querer!
Na cruciante espera pelo adormecer,
fica a bela lembrança como bálsamo,
...para em seus doces lábios fenecer;
E possuí-la de volta em meu tálamo!
Nessa rotina que morro ao anoitecer,
...no véu da fria noite que me abraça;
Sonho com seu beijo servido em taça;
E assim renasço em novo amanhecer!
Claudio Broliani
VOLÚPIA
Escalando o ardor do seu lume,
que minh’alma enfim ascendeu,
...elevando-me até o seu cume,
ao seu corpo o meu se rendeu.
Primazia estar em seu abraço;
Aplacando nosso desejo vadio;
És alento da volúpia e cansaço;
Doce aconchego após o gládio.
Impossível pensar em dormir;
Pois agora não basta sonhar;
Em ti ninfa eu preciso suprir;
A volúpia que tenho de amar.
E para eternizar esse instante;
Seu corpo nu se veste de luar;
E pra sedutora deusa radiante;
Até a lua se curvou para olhar.
Claudio Broliani
RUGE A FÊMEA, GEME A FERA!
...No arrepio, que percorre a espinha;
Há penugem eriçada por toda a pele;
Em suave toque que do sono desvele;
Desperta a fera desejosa e mansinha.
Sagaz como fêmea voraz em seu cio;
Se move maliciosa em busca da caça;
No seu bailar leve, envolto em graça;
Ataca a presa, por ser esse seu vício.
Implacável em seus desejos insanos;
Avança com sede direto ao pescoço;
Mas dominando a presa sem esforço;
Ela se entrega, a prazeres mundanos.
Então, a predadora já não é mais feroz;
Agora a presa que impõe seus fascínios;
Subjugando a fêmea aos seus domínios;
A devora e sacia-se sendo agora o algoz.
Claudio Broliani
SUFRÁGIO, FARSAS E SOFRIMENTO - ATO FINAL
...Pelas raias dessa loucura,
...vagueio sem me mover...
Das imagens que posso ver,
Uma brilha em noite escura.
Formas e faces destorcidas,
Vultos disformes a me seguir,
Entre horrendas vozes a ganir,
Palavras lúgubres proferidas.
Uivo sinistro de toque sórdido,
De punhal a perfurar o peito,
Imóvel estirado neste leito,
O final em cenário mórbido.
Em triste cânticos os acordes,
Tocados em hedionda sinfonia,
Pelo barqueiro que ri da agonia,
Levando almas ao negro hades.
No aproximar do nefasto cais.
O cheiro pútrido dos pecados.
Dos ímpios sendo queimados.
Nas eternas chamas bestiais.
És ardiloso em sua armadilha,
Mercador de falsas promessas,
Encarcerando almas possessas,
Cria funesta horda em matilha.
Mas o epitáfio de ato infernal,
Apresenta-nos o inesperado,
Imagem de brilho sagrado,
Desce dos céus anjo celestial.
- Neste não tocarás corruptor!
Com este não fizeste o pacto.
Pois a ti ele não deste o voto.
E nunca foste seu este eleitor.
Sendo assim não te pertence,
Decretou em tom canoro,
Angelical em seu decoro,
E pela fé que sempre vence.
Alçado em paz por alvas asas,
Sou retirado do vil tormento,
Deixando pra trás em lamento,
O biltre cão em meio as brasas.
Saio do cenário em catástase,
Entre cortinas de tons matizes,
Enquanto apagam-se as luzes,
Ouço o público em puro êxtase.
Ao palco volto do anfiteatro,
Para agradecer a feliz plateia,
Que grita em uivos de alcateia,
...confundindo vida e teatro.
Andando entre os camarins.
Penso na real pantomina.
Do político e da colombina.
Que nos fazem de arlequins.
Claudio Broliani
A BELA
Hoje uma simples palavra bastaria,
para dizer o que sinto por ela,
estando envolto em calmaria,
sussurrar ao ouvido o quanto és bela!
Amanhã isso parecerá pouco,
merecendo ela muito mais,
sendo ingênuas palavras de um louco,
que como poema não soam jamais!
Eternamente ecoarás como heresia,
pois o amor é pura sutileza,
onde nem mesmo a perfeita poesia,
justiça faria... a tamanha beleza!
Claudio Broliani
QUADRIS
Naquela voz,
de timbre sereno.
Ou naquele sussurro,
o gemido abafado.
Naquela boca,
de gosto divino.
Ou naquele beijo,
o desejo afogado.
Naqueles contornos,
do corpo moreno.
Ou naquelas curvas,
o “shape” dourado.
Naquele seu perfume,
que é um doce veneno.
Ou naquela mistura,
do nosso suor salgado.
E a hora onde me perco,
É no vai e vem que ela me ganha,
E o momento que mais sou feliz,
É no balanço dos seus quadris.
Claudio Broliani