bholao

Entre todos
No meio dos arranha-céus
Lado a lado com o interior
Uma onda invisível de amor
A tudo percorre
Sem ninguém ver

Arremessado pelo vidro
Este estilhaçou
e dele
nada surgiu.

Ouvindo um assobio sombrio
de uma voz conhecida
criada e estregada
nada escuto

Pelos quatro cantos do mundo
a corrida se passou
mas os corredores,
esses se perderam,
esqueceram a alegria.

Sede de viver
de sentir,
entre o desespero de viver ou de morrer
agonizando
me questiono

acelerado busco algo
tudo passa
tão veloz
e ainda assim
algo não muda

um pincel
molhado e colorido
se solta a pintar
sem saber
alegra a tela

tudo parado
sobrancelhas erguidas
sente-se a respiração
o toque do ar
todo o processo
e nada.

sem direção
aonde os pés me levam
só esses sabem.

faleceu
já não está mais entre nós
só

à toa,
curtindo a briza,
ordem em fim.

leve,
fluindo sem espera,
o trem não vem mais,
o onibus já se foi
não quero mais voltar
perdi o endereço
fico por aqui

de outro mundo
ele veio
diz que já esteve aqui antes
e que quando eu estiver pronto
ele voltará

as cortinas se abriram
e o palco
estava cheio

a graça
verde como o céu
se veio não disse
nada informou
improvisou.

original
ou usado
novo
ou velho
quem pode dizer?