Biografia de Bertolt Brecht

Bertolt Brecht

Bertolt Brecht (1898-1956) foi um importante dramaturgo alemão do século XX. Criador do teatro épico, sua obra visava esclarecer as questões sociais da época.

Euger Berthold Friedrich Brecht nasceu em Augsburg, no estado da Baviera, na Alemanha, no dia 10 de fevereiro de 1898. Começou a escrever ainda jovem, publicou seu primeiro texto em um jornal em 1914. Cursando Medicina, trabalhou em um hospital em Munique durante a Primeira Guerra Mundial.

Em 1918 escreveu as peças “Tambores da Noite” e “Baal”, que foram encenadas em Munique. Em 1919 Bertolt Brecht ingressou no Partido Independente Socialista. Em 1923 casa-se com Marianne Zoff, com que teve uma filha. Em 1924 escreve “O Homem é um Homem”. Em 1927 muda-se para Berlim, onde junto com o músico Kurt Weul criam a “Ópera dos Três Vinténs” (1928), que fez grande sucesso.

O período seguinte foi bastante produtivo, escreveu as peças: “Happy End” (1929), “Santa Joana dos Matadouros” (1929), “A Mãe” (1930), entre outras.

Brecht tinha influências marxistas, o que fez de seu teatro uma forma de conscientização do povo para questões da sua própria realidade. Na peça “Mãe Coragem e seus Filhos”, apresenta as questões da guerra e do capitalismo.

Em 1933, com a perseguição nazista, Brecht exilou-se na Suíça, depois em Paris e na Dinamarca. Nessa época escreveu “Terror e Miséria do Terceiro Reich” (1935) e “A Vida de Galileu” (1937).

Em 1941, com a invasão da Dinamarca pelos alemães, Bertolt Brecht se exila em Nova York. Em 1947, dois anos após a Segunda Guerra Mundial, Brecht retorna para Berlim. Em 1948 publica o livro “Estudos Sobre Teatro”, onde apresenta a teoria do teatro épico. Em 1949, com o apoio do governo da Alemanha Oriental, Bertolt Brecht fundou uma companhia de teatro a “Berliner Ensemble”, que montava principalmente as suas peças.

Bertolt Brecht faleceu em Berlim, de ataque cardíaco, no dia 14 de agosto de 1956.

Acervo: 105 frases e pensamentos de Bertolt Brecht.

Frases e Pensamentos de Bertolt Brecht

Do rio que tudo arrasta se diz que é violento. Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem.

Bertolt Brecht

Nota: Trecho do poema Sobre a violência.

O Analfabeto Político

O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.

O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio dos exploradores do povo.

Bertolt Brecht

Nota: O texto é atribuído a Brecht pela primeira vez em Terra Nossa: Newsletter of Project Abraço, North Americans in Solidarity with the People of Brazil, Vols. 1-7 (1988, p. 42), mas em alemão, a língua original do autor.

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Um homem tem sempre medo de uma mulher que o ame muito.

INTERTEXTO

Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro

Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário

Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável

Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei

Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.

Aquele que não conhece a verdade é simplesmente um ignorante, mas aquele que a conhece e diz que é mentira, este é um criminoso.