benini benvenuti
Eu sigo calçando
com os meus passos inquietos
alegrias se apressando
e passados secretos
contorno
retorno
revivo
A ânsia que me consome
já fragmenta meus resquícios sanos
minh'alma anorexica, com fome
causa em mim severos danos
enlouquecendo
tremendo
temendo
As mãos que acariciavam
agora estão cansadas
das noites que mutilavam
do depois tão machucadas
naufragando
alucinando
lutando
Há dias de glória em meu olhar
e tormentas na tardia neste sorriso
me equilibro para me livrar
do pavor que tanto esquivo
sentindo
exaurindo
afligindo
Então a culpa se alastra
como um vírus imortal
parecem animais com mordaça
pedante e demasiado bestial
julgada
ignorada
...
...
...
lágrimas de uma invisível.
Amor, chama que aqueçe
com o tempo esfria
como fumaça desaparece
e que só causa histeria
Amor, algo passional
incontáveis loucuras
uma entrega acidental
nada além do que negrura
Amor, juras fúteis
prometendo a eternidade em segundos
pactos de sangue inúteis
que duram até o primeiro infortúnio
Amor, crises existenciais
ciumenta possessão
é adverso demais
pra pouca compreensão
Amor, idas e vindas
na estrada da vida movimentada
decepções em cada esquina
de criaturas mal amadas
Perdoe-me por essa visão
que mais parece obscuridade
mas é que me iludi de antemão
e conheço da tal hostilidade
Te desenhei em meus sonhos
delineei cada curva do teu corpo
pintei seu olhar azul clarinho
e fiquei a admirar-te um bocadinho
Seus cabelos esvoaçantes
carestia benigna
simpatia por tua beleza
simpatia por tua delicadeza
Olhando suas formas
deslizando sem pressa de hora
desejando teu toque respeitoso
decifrando teu sorriso malicioso
Vividamente
intensamente
ardentemente
secretamente
Sentimentos impudicos
pensamentos puros
envolvendo-me estou
encontrando em ti, quem eu sou
...
...
...
Profere de mansinho
bem baixinho ao meu ouvido
...
...
...
O sol se põe
mas o meu amor permanece.
Voltando ao casulo
asas semi-abertas
meios nulos
vergonhas incertas
Um medo prisioneiro
de correntes maciças
um desejo lisonjeiro
de livrar-se da liberdade postiça
Tem seus costumes
e manias particulares
sua ansiedade se resume
em tiques singulares
Dias de aceitação
vive o momento
Noites de negação
tortura-se com pensamentos
Impulsiva
sentimental
meio maníaca
um tanto irracional
Saber controlar
seus próprios limites
saber enfrentar
suas neuroses neuríticas
...
...
...
Não desista agora
minha preciosa pequenez
Bordoadas na vida
de equívocos presentes
atitudes iludistas
esperando ingenuamente
Tentando
insistindo
tanto, tanto
coexistindo
Olhos lacrimados
não enganavam mais ninguém
coração solitário
recordando um passado outrem
Palavras fáceis
conquistaram a carência
gestos irrefutáveis
admirável eloquência
O que foi real
onde se escondeu a integridade
mentir é tão bestial
de extrema inutilidade
Mas nessas linhas retas
a unica torta foi você
vou seguindo sem indiretas
pois sei que essas agridoces palavras
irá enfim entender
...
...
...
Colecione tuas mentiras
e desintegre-se com tua guria
Perdida
Sem rumo
Sozinha
No escuro
Sofrendo na sanidade
procurando por resquícios
de um lar sem maldades
de um lar sem vícios
Encontrada
no fundo do poço
acompanhada
de desgosto
Catavélica
tão anêmica
cética
tão descrêntica
Almejava demasiado
e desmoronava por entre enganos
eram sonhos alucinados
era a felicidade debaixo dos panos
Sem sentir
sem nenhuma razão
querendo desistir
mas ainda não
...
...
...
Continuando
bravamente
relutando
firmemente