Ben Oliveira
Sabia que um livro não era só um livro. Tudo tinha um significado. Havia uma teia invisível que conectava as palavras. Era como magia.
Escrevia com propósito. Escrever era o seu modo de dizer ao mundo: “Eu estive aqui. Não é perfeito. Não é nenhuma obra de arte. Mas é algo meu. Nosso”. A história compartilhada com os leitores deixava de ser dele, abria suas pequenas e frágeis asas e deixava se levar pelo ar
Às vezes, não podemos derrotar nossos demônios, mas se pararmos de enxergá-los como inimigos e aceitarmos que até mesmo na luz há trevas, eles deixam de nos incomodar
Não me orgulho do que tive de fazer para sobreviver; era matar ou morrer – preferi matar, só não sabia na época que eu seria meu próprio alvo, a vítima perfeita! Meus sonhos, meu amor, meus desejos. Foi como vender minha alma. Nem mesmo o próprio diabo cobraria um preço tão alto. Foi assim que me tornei esta morta-viva
Tinha um medo terrível de últimas páginas, últimas linhas, últimas palavras. Preferia deixar o peito aberto e sentir a tinta rasgando suas folhas e costurando outras. No final, havia sempre algo inacabado, aberto a múltiplas possibilidades. Um eterno ciclo de aprendizados. E as histórias, elas nunca o deixavam sozinho
Todo sonho exige sacrifícios… escolhas que se você nunca tivesse feito, jamais teria dado início a jornada.
Os anos roubaram seus dentes, seus cabelos, seus amores, seus filhos, seus nomes... Recompensando-a com o vazio e a saudade
Independente do seu coração esperar o melhor das pessoas, almas que foram infectadas pelo mal dificilmente encontram a luz novamente
Adorava se perder entre as páginas do livro. Em dias em que a realidade parecia pesada demais para suportar, as histórias eram sua salvação.
Não te ensinaram que existe um mundo dentro de cada um de nós e que está tudo bem não se encaixar no mundo do outro.
Você vai entender que somos complexos demais para alguém tentar generalizar a existência humana e que todos devemos questionar as verdades que nos ensinam e a desconstruir nossos próprios preconceitos.
Todo escritor é um sonhador (ou foi um dia). Alguns perdem o brilho nos olhos. Outros continuam lutando pelos ideais. Liberdade é um deles.
Nossos olhares se cruzam. Vejo a esperança brilhando em algum lugar dentro dela. Ela repete o seu mantra: isso é tudo temporário. Quero dizer a ela que algum dia ela vai poder voltar a fazer aquilo que move sua alma; quero lembrá-la que os sacrifícios, às vezes, pagam os sonhos. Mas o dia está tão escuro e a chuva está tão forte, que sinto o espírito gelar.