bell hooks
"Normalmente os machos adultos que são incapazes de fazer conexões emocionais com as mulheres que escolhem para ter intimidade estão congelados no tempo, incapazes de deixarem-se amar por medo de que o objeto de seu amor vá abandoná-los. Se a primeira mulher que amavam apaixonadamente, a mãe, não foi fiel ao seu vínculo de amor, então como podem confiar que sua parceira o amará verdadeiramente? Muitas vezes, em seus relacionamentos adultos estes homens agem de novo e novamente para testar o amor de sua parceira. Enquanto o adolescente rejeitado imagina que ele já não pode receber o amor de sua mãe, porque ele não é digno, como um homem adulto ele pode agir de maneiras que são indignas e ainda demanda da mulher em sua vida que ela lhe ofereça amor incondicional. Este teste não cura a ferida do passado, limita-se a reencenar e, em última análise, a mulher vai se tornar cansada de ser testada e terminar o relacionamento, reencenando assim o abandono. Este drama confirma para muitos homens que não podem depositar a sua confiança no amor. Eles decidem que é melhor colocar a sua fé em ser poderoso, em ser dominante. "
Desde do início do meu envolvimento com o movimento de mulheres fiquei incomodada pela insistência das mulheres brancas liberacionistas que a raça e o sexo eram duas questões separadas. A minha experiência de vida mostrou-me que as duas questões são inseparáveis, que no momento do meu nascimento, dois fatores determinaram o meu destino, ter nascido negra e ter nascido mulher.
Honrar a nós mesmas, amar nossos corpos, é uma fase avançada na construção de uma autoestima saudável.
No momento em que escolhemos amar, começamos a nos mover contra a dominação, contra a opressão. No momento em que escolhemos amar, começamos a nos mover em direção à liberdade, a agir de formas que libertam a nós e aos outros.
A ficção popular escapista encanta os leitores adultos sem desafiá-los a se educarem para uma consciência crítica.
Eu não terei a minha vida reduzida. Eu não vou me curvar ao capricho ou à ignorância de outra pessoa.
Saber ser solitário é fundamental para a arte de amar. Quando conseguimos estar sozinhos, podemos estar com os outros sem usá-los como formas de escape.
O amor é uma combinação de cuidado, compromisso, conhecimento, responsabilidade, respeito e confiança.
Quando largamos o medo, podemos aproximar-nos das pessoas, podemos aproximar-nos da terra, podemos aproximar-nos de todas as criaturas celestiais que nos rodeiam.
Cresci sabendo que queria ser escritora. Desde os tempos de menina, livros têm me oferecido visões de novos mundos diferentes daquele com o qual eu tinha mais familiaridade. Como terras exóticas e estranhas, livros me proporcionaram aventura, novas formas de pensar e de ser. Sobretudo, apresentaram uma diferente perspectiva, que quase sempre me forçava a sair da zona de conforto. Eu ficava admirada por livros poderem oferecer pontos de vista diferentes, por palavras em uma página poderem me transformar e me mudar, alterar minha mente.
Assim como me rebelei contra as noções sexistas do lugar da mulher, desafiei as noções de lugar e identidade da mulher dentro dos círculos do movimento de libertação da mulher; não consegui encontrar meu lugar dentro do movimento. Minha experiência como jovem negra não era reconhecida. Minha voz, assim como a de mulheres como eu, não era ouvida. Sobretudo, o movimento mostrou como eu me conhecia pouco e também como conhecia pouco meu espaço na sociedade.
Enquanto não consegui fazer minha voz ser ouvida, não consegui pertencer verdadeiramente ao movimento. Antes de exigir que os outros me ouvissem, precisei ouvir a mim mesma, para descobrir minha identidade.
Mamãe se casou jovem, quando ainda era adolescente, teve bebês nova e, apesar de nunca dizer que era ativista do movimento de libertação da mulher, vivenciou a dor da dominação sexista, e isso fez com que ela incentivasse todas as filhas, nós seis, a nos autoeducarmos, para que fôssemos capazes de cuidar das próprias necessidades materiais e econômicas e jamais sermos dependentes de qualquer homem. Era óbvio que deveríamos encontrar um homem e casar, mas não antes de aprender a tomar conta de nós mesmas. Mamãe, ela mesma refém das amarras do patriarcado, incentivou-nos a nos libertar.
Em um determinado momento da história dos Estados Unidos, quando mulheres negras em todas as regiões do país poderiam ter se juntado para exigir equidade social para as mulheres e reconhecimento do impacto do sexismo em nosso status social, estávamos, em geral, em silêncio. Nosso silêncio não era mera reação contra as brancas liberacionistas nem gesto de solidariedade aos patriarcas negros. Era o silêncio do oprimido: aquele profundo silêncio engendrado de resignação e aceitação perante seu destino.
Tínhamos medo de reconhecer que sexismo podia ser tão opressivo quanto racismo. Apegamo-nos à esperança de que a libertação da opressão racial era o bastante para sermos livres. Éramos uma nova geração de mulheres negras que tinham sido ensinadas a se submeter, a aceitar a inferioridade sexual e a permanecer em silêncio.
Ao apoiar o sufrágio de homens negros e ao condenar as defensoras brancas dos direitos das mulheres, homens brancos revelaram a profundidade de seu sexismo - um sexismo que era, naquele breve momento da história dos Estados Unidos, maior do que o racismo deles.
Todos ansiamos por amor – todos o buscamos –, mesmo quando não temos esperança de que ele possa ser de fato encontrado.
O amor-próprio não pode florescer em isolamento. Não é uma tarefa fácil amar a si mesmo.
Contemplar a morte sempre me leva de volta ao amor.
Quando escolhemos amar, escolhemos nos mover contra o medo – contra a alienação e a separação. A escolha por amar é uma escolha por conectar – por nos encontrarmos no outro.
Quando somos ensinados que a segurança está na semelhança, qualquer tipo de diferença parece uma ameaça.
Nossa confusão em relação ao que queremos dizer quando usamos a palavra “amor” é a origem de nossa dificuldade de amar.