Bêbado Escritor
Já vivi o bastante para não ver o tempo voltar
E aprendi, que quando me arrependo
Talvez a cura não tenha tempo de curar
A paixão nos destrói
A paixão nos envergonha
Traz para perto o amor que dói
Afasta o amor que sonha
Tudo é intenso,
Tudo é muito vivo
Tudo é novo
Gestos simples
Enxerga a beleza nos olhos da pessoa amada
E lacrimeja de felicidade
Mas as marcas da devoção
não são fáceis de esquecer
O perdão não é bastante
A paixão é o amor destrutivo, que ninguém consegue conviver
Ah! como é bom viver
Ao menos uma vez, vivi um paixão..
O que nos resta
Com os mesmos olhos que vi o mundo
Agora nem mesmo, sou capaz de enxergar
Os medos da infância voltaram
A voz perdeu o grave
O corpo desfalece
Mas tive tempo
Revi meus erros
Pensei demais
Tanto que já não lembro
As brigas, os maus momentos
Vivi com gente que não vive mais
E olhando para as minhas mãos enrugadas
Esqueci mais uma vez,
Mas dessa vez não foi minha culpa
Foi da luz do sol, que surgiu enquanto caminhava pela a estrada.
No que estava pensando?
Por que me aborreci tanto com aquilo?
Por que não vivi mais aquela amizade?
Por que não amei mais os que me amaram?
nem passou por esses pensamentos o arrependimento
O que restou,
foi o doce gosto das memórias,
dos sentimentos
Já vivi o bastante para não ver o tempo voltar
E aprendi, que quando me arrependo
Talvez a cura, não tenha tempo de curar
No fim, as boas lembranças das nossas vidas
é o tudo que vai restar.
Quanto mais imposto o tom
Mais incógnito é o som
Tudo vibra quando o mudo fala
A sabedoria sem notas
Rege a sinfonia que escuta a própria fala
Dizer sem saber
Convence o critico que procura falha
Cria essência
Torna incerto o que discurso exala
A verdade fala por si só
Não se preocupa com o tom que dita a fala
Não nota quem argumenta só.
Aprende quem escuta
A verdade não luta
Não precisa de si, fá ou dó