Bárbara Oliveira
Sempre fui melhor com comentários sarcásticos do que com sentimentos. Sempre fui melhor em causar uma risada do que falar “eu te amo”. Na verdade, evitava ao máximo falar algo assim, é uma frase muito forte. Sempre fui um pouco assim. Fui tímida, medrosa, fechada. Usava o sarcasmo pra camuflar o que eu sentia de verdade. Fugia de assuntos quando nervosa. Era tímida quando não conhecia alguém, ou quando o assunto me deixava sem palavras. Sempre fiquei sem jeito fácil. Minha timidez sempre vencia, ás vezes, tudo passava quando eu me soltava, mas nunca foi com qualquer um. Medrosa tratando-se de sentimentos, sempre evitei criar expectativas, para não me decepcionar depois. Eu fugia, tentava esquecer qualquer sentimento. Até que um dia, ouvi dizer que o amor cura. E não é que era mesmo verdade? Eu mudei muito… Melhorei tanto desde que tenho você. É realmente estranho como o amor transforma. Eu acredito que você quem me deu coragem para enfrentar aqueles medos que, para mim, eram incuráveis. Você trouxe mudanças. E eu sei que você não escolhe o amor e sim o amor que te escolhe, mas se um dia eu pudesse escolher, ainda assim, escolheria você.
Escrevo como se cada frase escrita por mim fosse mudar alguma coisa — secar a lágrima que escorre no rosto de alguém, pôr um sorriso num rosto emburrado. Nada acontece. Nada muda. Minhas palavras podem não mudar a vida de outras pessoas, mas salvam a minha. Sinto paz ao escrever. Me sinto bem. E no final, sou apenas isso: Alguém que escreve pra salvar a própria vida.