Azis Abrahão

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OS NAMORADOS

Eram estranhos - dois desconhecidos:
Duas almas, dois destinos e duas vidas.
Mas hoje, obra dos deuses e cupidos,
São, numa só, criaturas confundidas.

O amor pode explodir, como um lampejo,
De olhares que se cruzam, casualmente,
Na viva labareda de um desejo,
Brotando, com ardor, tão de repente.

Pode nascer, também da convivência,
Que é comum no trabalho ou nos estudos,
da qual resulta aquele mútua influência,
Tendo a amizade e a união por seus escudos.

Às vezes pode vir da afinidade,
Divina sedução entre duas almas,
Que vincula os destinos e os invade,
Aureolando-os de glórias e de palmas.

Não raro ele provém da simpatia,
Divina sedução entre duas almas,
Que vincula os destinos e os invade,
Os olhos carregados de ternura.

Na comunhão da vida, é o mensageiro
De dois seres, no enlace emocional,
Em que cada qual vê, no companheiro,
Seu sonho, sua ilusão, seu tipo ideal.

É o namoro a radiosa temporada,
Da história conjugal o seu advento,
Como estágio inicial de uma jornada,
Cujo epílogo é o próprio casamento.

(Ao mestre Azis, in memoriam)

Inserida por jotacarlos1977