Aylor Lopes Jr.
Entre o tirano e o dominado existe uma simbiose; o tirano pelas suas crueldades, o donimado pelas suas covardias.
Há pessoas que são como a lua; são belas, com fases, ofuscam muitas estrelas, nos fascinam sempre, mas não têm o principal: Vida!
O amor é uma doença tão contagiosa, com efeitos colaterais, conhecidos e desconhecidos,
muitas vezes até fatais o qual passamos a vida toda tentando contrai-lo.
Danças enquanto minhas lanças são sinceras e fatais! Sou pássaro em quietude, enquanto tú gralhas sem destino, sou sem ninho por não te ter!
Fagulhas
Algo mudou.
Uma pequena fogueira achei,
talves finita, não sou preciso e sou sem presságio,
apenas me aqueço do que posso,
fico encantado pelo fogo que me arrefece.
Mas o que me fascina mais são as fagulhas incandescentes,
que bailam no ar em brasas
embaladas pelo vento das dúvidas;
sei que terão uma chama breve,
pois são estilhaços de uma fogueira acesa à pouco.
Talvez esse fogo nem tenha o fulgor e alimento
suficiente,
para ao menos amainar o frio que me cala fundo.
Eu errante, só resta sentir o calor que ainda emana e,
boquiaberto ficar esgueirado nesse refúgio olhando o vazio;
o vóo breve dessas fagulhas.
Perda
Sofro calado a tua ausência, mas sei que te tenho,
por promiscuidade ou pura ilusão,
sofro só tua ausência, pois na certeza cêga te
carregarei, que te tenho ou não,
sou um cêgo, mas tateando te acharei,
entre guias ou sarjetas; aí serei a pessoa mais feliz; por te ter!
Marujo incauto
Sou um novo nessa epopéia,
a desvincilhar novos horizontes,
eu, numa náu provida de fartos desejos,
à procura de uma terra fecunda a me esperar,
sou eu, pequenino em proezas, um marujo sem comandante; à procura de
terras fecundas. Sentirei-me fartado ao avistar essas terras, apagarei as tempestades passadas;
pisando em suas terras, fincarei minhas estacas, naquilo que nem imagino.
E minha imaginação a vagar, posso até escutar agora, a terra me dizendo uma frase que só eu
decifrarei: Tú és daqui; mais um pecador incauto!
Com a plenitude serena, sem desacatos, sem palavras obscenas, muito menos truculências verbais, morais ou físicas, tiramos de letra, não um inimigo, mas sim um terrível obstáculo. Caminhemos, daqui por diante, visando outros horizontes, que não sejam tão terríveis, por onde já passamos. Deus esteja conosco!
BOLINHOS DE ARROZ
Quando criança e xereta comilão, pedia para minha mãe fazer uns bolinhos de arroz, adorava, degustava como um crocodilo mastiga sua presa. Com o passar dos tempos, nos distanciamos, sempre sentia aquela falta: Dos bolinhos de arroz. Entra ano, sai ano; os tempos eram outros, mas não podia me reencontrar com minha mãe, já com outras idades, que o "bolinho de arroz" vinha à tona; fartava-me só em pensa-los. Não é que, vai um dia, família reunida, para nos gladiarmos, surge minha "brilhante' ideia, tentando amenizar as vias de fato. Por que não façamos um "bolinho de arroz", elaborado, lógico, por mamãe. Num é que ela se aventura? Mão na massa, ovos, farinha, fermento, etc e tal. E sai o tal do bolinho, foi aquela festança entre nós; vamos come-los, não deu certo. Agora num sei, idade, o ponto, a altitude, longitude, frigideira, óleo, etc. Mas ficou, o bolinho tão duro, tão duro, que, discretamente todos deram, um chega pra lá. Tadinho; ia passando, no local do crime, um amarrotado cachorrinho de rua, vulgo 'vira latas". Eu, com minha vontade de ajudar e disfarçar aquele horrendo fiasco, tive a brilhante ideia. Vou jogar um bolinho pro cachorrinho, pensei, cachorro roe osso, então que seja. Não é que na hora de jogar acertei na cabeça do cãozinho? Acho que deu fratura exposta, o bicho saiu num pinote, que nem o maior maratonista chegava perto. Até hoje não se sabe mais a história do bichinho, e eu também, nunca mais pedi pra mama fazer um bolinho, nem que seja de "pensamentos".
QUAL É O CÚMULO?
...da burrice? Tirar par ou ímpar com o espelho.
...da rapidez?
Fechar uma gaveta com a chave dentro.
...da confiança?
Jogar palitinho pelo telefone.
...do egoísmo?
Não vou contar, só eu sei.
...da sorte?
Ser atropelado por uma ambulância.
...da tragédia?
Ser atropelado por um carro de funerária!
...da lerdeza?
Apostar corrida sozinho e chegar em segundo lugar.
...da rebeldia?
Morar sozinho e fugir de casa.
...da economia?
Usar o papel higiênico dos dois lados.
...do basquete?
Jogar uma bola na cesta e acertar no sábado.
...da concisão?
Escrever redação sobre futebol dizendo: "Partida adiada devido ao mau tempo".
...da força?
Dobrar a esquina.
...da paciência?
Encher uma piscina com conta-gotas.
...da ignorância?
Abrir a caneta para procurar as letrinhas!
Em um ímpeto de patriotismo bradei, encarando os tanques: Ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil.............imagina que deu! Cadê os patriotas?
Não estamos preocupados com números de manifestantes, mas sim com nossas ideologias patrióticas.
Não estamos a nos beneficiar da pobreza, que impera, mas sim acalmá-la.
Queremos um bem comum, entre raças, credos, ideologias.
Busquemos sempre a união, e não desavenças, procurando a prosperidade e diálogo, acharemos um comunhão fraterna. Não procuramos inimizades e sim a paz. Repetindo; o número não é essencial, mas sim a qualidade!
QUE EM NESSA NOITE ESPLENDIDA, NUNCA DEIXEMOS DE AGRADECER AO QUE TENHAMOS, AGRADECENDO SEMPRE À DEUS, TUDO EM NOSSA VOLTA, SEJA MAL OU BEM, FAZEM PARTE. TUDO TEM UM SENTIDO, MAS SEMPRE O BEM PREVALECERÁ. GOSTAR DO PRÓXIMO JÁ É UM INÍCIO.
Provenhamos que nossos decúbitos nunca sejam em vão!
Que a prosperidade sempre vingue, que o renascer renasça em tão belos horizontes, os quais imaginamos te-lo sempre conosco.
Quando não se quer; não se quer, quando se quer, vai à luta para poder querer, mede-se primeiramente o querer, porém, fica a dúvida; querer ou não querer. Chorando te clamo, te quero; ao mesmo tempo me duvido, será que é isso mesmo que quero? Mas se eu te quiser, e se tu não me quiseres, ficarei aos prantos da não querência, negando-me um: eu te quero. Acalento-me na dor da recusa, más penso; eu me quero e logo penso em outro que me queira!
Ah! Quem me dera a quimera de estar contigo, a sonhar sonhos esquecidos, tocar-te os outroras,
relembrar quem fomos, os calabouços, as histerias.
Ah! Quem me dera sonhar contigo,
sempre nos imaginando naquele "Vale" que a vida nos ofereceu, e nós, a escalar íngremes façanhas daquilo que temos e tememos, a própria vida!
Se tivesse eu as garras triunfantes de um
alpinista, talvez não ficasse só aqui, trémulo diante de tal façanha, iria deslumbrar, escalar esse desconhecido que fascina, alucina e destrói.
Farinha do mesmo saco.
Eu, mísero desprezado, amarelado, más já refinado, sou eu farinha,
que fiquei estocado, fui até aberto; porêm nunca usado.
Quem saiba fui descartado por nobre conhecedor ou até mesmo por um leigo,
que me deixou aberto, ao relento, nem ao menos provou meu odor, coloração, textura até talvez
minha oriunda nobreza, o trigo.
Sou eu agora par de outro saco, em mesma circunstãncia, doentio pelo
desafeto de ser desprezado e com tanto talento de ser, ao menos alimento!