Aurora

Encontrados 10 pensamentos de Aurora

DESPERTO...
Vem, sereno da noite
Vem e depois não me conte
Vem orvalhar das manhãs
mas por favor nem me note

Quero nuvens de anseio
longe de meu travesseiro
espero que tudo que quero
não encontre meu desespero

E com toda essa angústia
Que ainda assim eu durma...
Quero tudo longe de meu dia
tudo que não me alivia
Lá, bem alto...nas brumas.

Vem segredo das fontes
Vem, aura dos montes
Vem esconder as maçãs
Simuladas de meu semblante.

Quero tantos devaneios!!!
(dentro de meu traveseiro)
E quero tudo que anseio,
encontrando-me primeiro.

E com toda essa espera
Ainda assim, que eu desperte...
Quero tudo perto de mim,
tudo que enfim...
Aqui me des-concerte!

Marevida

Em maremoto de loucas brumas
na sua garganta de água viva
começa de novo nos luares vazios
a mirar estrelas em meio à noite-vida.

Nos céus alagados, e no fim de tudo
a aliciar melodias de uma estranha Lua
entre cores-vida de uma noite nua
tramar batalhas no seu mar profundo.

Recolhendo gritos em sua ânsia
submerso... a sorver lágrimas
de outros naufrágios de cristais marinhos
e tantas labaredas de enregeladas lástimas.

Sol denso arraigado na noite
a agarrar segredos da retina da Lua
a moldar ensaios findos de ternura
vagando submerso, sem pressa
cantando baladas nos seus insucessos
de alagados maremotos, terremotos,
e gritos náufragos de amor-amigo.

Abriga o Mar, obriga a mar
em seu desespero de cristais marinhos
a mirar estrelas de loucas brumas
Nos céus alagados, e no fim de tudo
A desafogar esse Sol em lacuna
e ficar pouco menos no fundo.

Dos vácuos lugares, luares em tempestade
Maremoto que rebenta e que tenta
No afã intranqüilo e inconstante
buscar triunfante no meio da noite lenta
um colo em essência...arfante.
(aurora)

Em que Estrela, ou
Dimensão te encontras?

Amigo poético,
Que revela em versos
Que esgoela ventos,
Alimenta pensamentos,
Planeia tempos e arte
Confunde momentos,
Esquiva-se e parte...

Não te prendas a compreender
Quem de válido é essa aurora
Nem te envolvas em saber
Como conspira o Mar
Seria em vão...

Tão pouco ouse desvendar
Em que fase essa Lua
Que brilha no bruno
Encontra-se (ou não).

Onde estás amigo?
Ainda comigo?

DES-PERTO

Vem sereno da noite
Vem e depois não me conte
Vem orvalhar das manhãs
Mas por favor, nem me note.

Quero nuvens de anseios
Longe de meu travesseiro
Espero que tudo que quero
Não encontre meu des-espero.

E com toda essa agonia
Ainda assim, que eu durma
Quero tudo longe de meu dia
Tudo que não me alivia
Lá, bem alto nas brumas.

Vem segredo das fontes,
Vem aura dos montes
Vem esconder as maçãs
Simuladas de meu semblante.

Quero tantos devaneios!
(Dentro de meu travesseiro)
Mas quero tudo que anseio
Encontrando-me primeiro

E com toda essa espera
Ainda assim, que eu desperte.
Quero tudo perto de mim
Tudo que, enfim
Aqui me des-concerte.

AVOADA...

Porque pés no chão
Se aluar é tão bom?
Jazer nas alturas
Viver de loucuras
Dispensa elucidação.

É aqui que percebo
Onde está o aconchego
Onde busco minha paz
Eis me no alto, a flutuar,
E descer...Talvez jamais.

O chão não mais me quer
Até entendo...tanto faz,
Onde pousaria meu pé?
Os calos doem, melhor assim
Estar aqui é bom para mim.

A razão me repudiou
Desde então, quem sou?
Pensamento em ventos,
Utopias ao relento
Em segredos desatentos!

Ah! Quão bom voar
Nem penso voltar
O chão é frio e duro!
Nos vácuos desvãos
O ar é tão puro.

Alarma-me a idéia
De ter que pousar
Neste mundo louco
Me deixe então aqui ficar...
Ao menos mais um pouco.
(aurora)

MIL SUSSURROS

Quero cerrar meus olhos
Abrir os braços, e...voar.
Alçar vôo supino, cruzar nuvens
Sentir a brisa em minhas candente faces.
Traspassar o escuro do céu
Com o escuro de seus olhos.
Pousar um pouco na Lua
E sentir o cheiro das estrelas.
Saltar mais alto
E ser perseguida por ventos e pratas
Bailar em asas de um cometa
Desequilibrada e satisfeita.

E dessa vez quero regressar!
Quero buscar meu sonho almejado
Mergulharei nos mares
Vasculhando lugares com calma
Em busca desse amor prometido
Intenso, propenso a acalentar até a alma.
De pele, que zele por mim
Quero receber esse amor de toque
Afeto, sem receio e sem grito
De risos e prantos, anseios tantos!
Depois nadar de volta, escalar uma onda
Tão somente a espera do Sol.

Quero o fogo do sol, a queimar-me a pele.
Sufocar devagarzinho,
Parar de respirar, sentir o tempo parar.
Adivinhar lhe o calor, beber lhe a energia.
Em longos segundos, desvencilhar-me de tudo
Estremecer, de cheiro e paladar.
Te quero sol eterno, em risos e lágrimas
Ardente e inteiro em si, intenso em mim.
Quero incinerar minha pele
Em seus raios me aconchegar
Em suas não palavras vãs,
Em adoráveis mil susurros...

SEDE

Expiro... pouco a pouco
Levando-te em meu peito
Qual um parasita louco
Em batidas convulsivas
E faiscantes na mente
Tantas imagens lascivas

Lágrimas de champanhe
A jorrar destes olhos
Que desvendas tão sinceros
Rubros de lampejos
Espumas de prata
(E nem ouso falar do beijo)

Lascas de diamantes,...
Cristais do tempo num instante
Almejo a sombra do Sol
Ai! Onde está meu farol?

Cálice de prantos,
Careço de momentos...tanto!
Minha poesia geme,
Minha melodia treme.
Cale-se (insano coração)
Ou então
Se quiseres, vai...pede
Que minha alegria é sede.

Meu colo é leito mareante
Que afoga sentimentos
Tempestades e ventos
Arrebatam-me
E batem desesperos
E esperas
Me desfaço...liquefaço
Para que me reinventem

És Sol,
E tua luz falta me faz
Transformaste gota de Luar
Em Mar cristalino, desnudo
Me transbordo, escorro
Sem destino, isso é tudo

Vem alumiar
A escuridão desse Mar...
Socorro!

CASTELO DE AREIA

Ternura verdadeira,
Estreante e derradeira
Constrói-se
Unindo momentos feitos grão,
E pensamentos feito canção.
Amizade...
Feito castelo de areia,
Amor projetado em ascensão.

Às vezes vem a onda
E esparrama,
Espalha e entorna sonhos.
E eis que grãos vão simbora,
Parecem se dissipar
Desfazendo nossa alegria...
E agora?

Mas, sendo sólido
Não se desfaz por completo.
E de volta se restaura...
Como um abrigo,
Para morarmos
Sempre amigo,
Para amparar-nos.

Que recompensa...
Esse nosso castelo
Feito de grãos de poema
De palavras e temas
Que nos une em frases
Faz que minha Lua de fases
Faz-se inteira (ou quase)
Mas, sobretudo...
Intensa!

(Aurora)

ÁGUARELA

Lua vida no ar
Onde está a cantar, sem estar
A subir á noite em fuga ausência
Profundo descuido
Sem cuidado, sem nada.
Vagando em busca de ciência,
De si em essência...

Deseja pintar-se em vidas
Bela em tela
Cores em águarela
Água-íris a escorrer
Fecha os olhos e ainda ouve...
O canto que quer viver!


Pois quando pensa ser Lua
Torna a ser Mar
Entorna-se em mar
Tanta água, quase sem mágoa.
Ofuscada com o canto,
E com esta dor...

Raso descuido
Sem cuidado, sem nado.
Transbordando
Em busca d’outro grito
Sabendo-se mais um rito
Antecipando seu desamor.
(aurora)