AugustoSisos
Godiva do firmamento,
oferta-se sempre nua.
Vestida de encantamento,
perfeita dama brilhante que flutua.
Amanitas
Dos ziguezagueantes galhos
que pendem o caule vermelho
de quiméricas raízes
caem, aqui e ali.
doutrinados frutos pretéritos.
E eles caem aos poucos,
aqui e ali,
entre gestos e palavras.
Vagas frases e palavras
pretensamente completas
no lapso de ambíguas reticências...
Como são belos os cogumelos!
AugustoSisos
TALVEZ NO COMEÇO DA PRÓXIMA HISTÓRIA, UM BOTECO NO CÉU.
Aqui na terra não está nos meus planos montar um boteco. Mas e depois que eu morrer e for para o céu?... talvez sim! por entre as brancas brumas reluzentes, monte enfim o meu boteco. Porque ouvi dizer que por lá a galera celestina toma bastante vinho e às vezes, veja só, até umas geladas! Será mesmo?!... Mas e se eu for pro inferno!?... Ah! ai terei que mudar os meus planos, e estando naquela região mefistofélica, quem sabe tentarei ganhar a vida, ou melhor, a morte, vendendo artigos religiosos!?
Seria esse mundo pleno
se todo dom da amizade
não visse a diversidade
como uma dificuldade,
mas o estimulante aceno
da nova oportunidade.
Roubaram um pé de rosas do meu jardim.
Ah, mas esse ladrão eu não condeno não!
Que todos fossem assim!
Nesse mundo desmedido
transgressor envaidecido
com um pé de rosas na mão.
Sob a casca polida
do cepo pútrido
da nossa sofisticação,
a equidade é uma quimera.
Há virtudes suspeitadas
e verdades renegadas.
Entre os triviais disfarces,
versões da cada razão,
é a consciência lícita
uma subordinação.
Eis a civilização !
O conhecimento é como o cimento
na construção dos pilares da sabedoria.
Do pensamento, o firmamento.
É como o sol que nos alumia.