Athena
Eu nasci personagem
Vivo vidas que não vivi.
Não sou eu que crio histórias,
As histórias vêm até mim.
Queria eu da minha vila
Escrever o dia inteiro
Passaria todo o dia
Ouvindo o mar falar do veleiro
Mas junto da vida vem o mundo
E esse, poeta imundo
Trabalha em me impedir
Ergue um moro bem na costa
E me limita a existir.
Brasileira
Logo de longe eu a via
Correndo e a tudo atrevia
Logo de certo eu sabia
Que fugia de quem não devia
Veio comigo a ter
Pensar, se possível, dizer
Que não tinha nada a perder
E gritava pro mundo saber
Diga que sou brasileira
de sangue que corre na veia
diga que sou brasileira
que sangra, que corre, e guerreia
diga que sou brasileira
de sangue que corre na veia
diga que sou brasileira
que grita, que chora e incendeia.
Eu danço
Eu danço porque a dança liberta
Eu danço porque a vida não basta
Eu dança pois minh'alma se alegra
Eu danço e não danço pra você
Eu danço em mim
Abro a cela por 3 minutos
Para que meus monstros possam ver.
Mas um dia, eu sei
Vou poder me libertar
Ei de gritar pro mundo
E até o infinito vou dançar.
Sim, um dia eu me liberto
Essas grades não são tão resistentes quanto minh'alma
Verei o mundo, imenso e aberto
E em cada canto eu vou dançar.
E não és tu quem ditará meu ritmos
Não és tu que escreverás meus poemas
Não és tu que cantarás minha liberdade
Serei eu, livre e puro como o canto dos pássaros.