Asmóteles de Pléon
São duas as posses que a vida oferece aos valorosos para que desistam de buscar a verdade: certeza absoluta e razão ilimitada.
Coerência nunca foi virtude. Nunca será. Coerência é apenas uma maneira de cobrarem que você cometa sempre os mesmos erros.
Procrastinação é decidir ir, querer ir, ter de ir, mas ficar se enrolando nas despedidas. Pior é achar que são os outros que não o deixam ir.
As pessoas nos seus apartamentos sentam no trono da sua inteligência e lá ficam: - Me basto! Quando me levantar, dominarei o mundo!
O objetivo do conhecimento é a paz de espírito. Qualquer coisa além, é pura vaidade. E o conhecimento se transmite inerentemente através do ser, muito mais que do dizer.
Nunca serei teu professor.
Nunca terei discípulos.
Recuso-me a sistematizar meu conhecimento pra transmissão.
Recuso-me a aceitar sistemas.
Sempre que me disponho a pensar sobre um assunto, faço-o do zero.
Tudo o que aprendi, se é que aprendi, está integrado à minha vida.
Não à minha memória.
Não possuo conhecimento algum.
Sou-o ou não o sou.
Sim, creio que seja possível alguém dominar tanto mais as completudes da linguagem, do que as complexidades da conjuntura envolvida no convívio social - modas, etiquetas, retóricas... Assim, muito mais estará ela verdadeiramente presente na sua escrita, do que na sua presença em pessoa. Mas certamente isso é apenas válido para os que efetivamente são.
Para que uma solução [ou sistema] exista [ou funcione], é necessária a manutenção do mesmo estado de consciência que a [o] gerou.
Imbecis costumam gostar de classificações. Discursos que dividem. Apartamentos.
Inquestionáveis e perfeitas, verdadeiramente preciosas convicções.
Não se profana. Não se expõe.
Não se discute.
Alicerce e murada envolventes.
Jóias da intriga.
O que mais ocorre, porém, na Grécia, é o Imbecil que não se dispõe nem como joio, nem como trigo. É o conquistador compulsivo da teoria própria, senhor cacoético do sorriso de deboche ...
Acima de qualquer disputa cereal, lá nem não está: aparte, pairante.
Felicidade é extática. Não é virtude.
Está-se ou, mais comum, não.
Ser-se é cheio: plenitude.
Dar-se tudo, doar-se todo.
Sem arremedos.
Pessoas costumavam narrar fatos e histórias de suas vidas para o velho sábio:
- Isso é bom ou mau, mestre?
Até a morte, repetia:
- Não acabou ainda...!