Arutana Coberio
Pratique a virtude de elogiar publicamente os mais sábios do que você, pois tu serás o sábio dos sábios e farás a sociedade produzir seres humanos mais honestos
Não te esconda e nem te acovardes diante dos desonestos, áulicos, pulhas e incompetentes dominantes, pois serás menor e pior que as fezes de um ácaro apodrecido.
Os corruptos defecam no mesmo chocho em que comem seu farelo, e os que os apoiam participam do mesmo banquete.
O idoso que se julga só, é por que não analisou o seu passado, não tem o que fazer no presente e nem perspectiva de ser útil no futuro que ainda lhe resta.
Alguns transformam em textos publicados no Facebook, aquilo que deveriam deixar no papel higiênico que usaram para se limpar, após uma profunda diarreia.
A simples lógica formal explica: todo político corrupto, quando ameaçado de possível inquérito e que ameaça entregar seus comparsas, primeiro: prova que praticou delitos mesmo; segundo: que por longo tempo compartilharam todos da mesma pocilga.
Ao verdadeiro juiz cabe julgar no silêncio da sua solidão diante das Leis, Jurisprudência, Doutrina, Direito Comparado e as provas dos autos.
Aprenda a plantar, cultivar a paciência do esperar nascer, crescer e brotar, aí então, na velhice, colherás os frutos que na vida fizeste por merecê-los.
CAMINHAR
Caminho no meu caminho e
Ando no meu caminho.
Mas, no seu degradante e asqueroso caminhar
Jamais.
CANTO DA PAZ Berlim/DDR 08/1974
E canto a fome, as dores do meu povo.
Canto o trinar do mudo sabiá,
A rouquidão de sonhos destruídos,
A luz,
O ser,
O trabalho criador.
Meu canto é imagem, futuro realidade,
Presente agreste à semente do amor,
Sofrer de um povo traído e humilhado,
O chumbo,
A crise,
O ódio destruidor.
Eu canto o som, da sombra da mangueira,
Que o ninho vela com verde e cálido olhar,
Sacia a sede de terra amargurada,
A flor,
A vida,
O feto do amor.
Eu canto a guerra, sovinas e chicanas,
Canto o detrito das bombas redentoras,
Buscam poder, pimpando a ferro e fogo,
O vazio,
A solidão,
O verme em estertor.
Eu canto o povo unido em uma só voz,
De punho erguido, opõem-se ao miserável,
Lutam uníssonos, sob uma só bandeira,
O sol,
A chuva,
O mundo sem senhor.
Eu canto a luta, vigor e a batalha,
Dos dois opostos, e um há de morrer,
Seus próprios vermes o devorarão,
O sangue,
A morte,
O nutrido ardor.
Eu canto o afago das asas da esperança,
Canto o sorriso do fogo adormecido,
De se livrar, no canto da vontade humana,
Os eus,
Os nós,
A vida p’ro amor.
Eu canto com cantos, versos e bailados,
Pintando o aroma de sua silhueta,
Eu canto ao longe a tinta o pincel,
Eu canto o homem,
Sua obra,
Eu canto a paz.
Berlim/DDR 11 setembro 1974
11 de setembro
Eu vi,
Vi rio convertidos em mortos,
Aço debilitado de dor,
Vi a solidão no olhar distante
Corpos rasgados – qual papel solto no terror da noite –
Vi o sol se ocultar de todos, temendo a tudo,
Vida de pedras chorar espinhos,
Corações partidos em linha de metrô.
Esperanças mortas no da lúgubre perfídia,
A paz, justiça fugindo de tudo e todos
Consciência pressionadas
Chispar das chamas de letras indeléveis
Um asqueroso rugido da besta enraivecida
Que dos lábios descarnados víboras escorriam
Vi,
A história trinta anos retroceder
Mi com ânsia devorados.
Eu vi o milhões de sonhos com ânsia devorados.
Eu vi o ódio na sanha violenta
A impotência diante dos fuzis.
Vi a razão sentida e humilhada,
Arfar do vento trio atordoado.
Vi o presente se tornar passado
Vi o futuro já não poder chegar.
Quão triste era.
O vinho azedo com sangue derramado
Mulheres em gritos:
- Seria parto ou decepção?
Fardas outrora cantadas e aplaudidas
Saqueiam o povo, aterrorizam os e matam.
As avenidas entes engalanadas
Abrem-se em chagas
Corpos deformados, sem nãos sem pés
Brotam qual água de sangue das feridas
Evaporaram-se os vivas, cantos e olés que enchiam os estádios
As arquibancadas cedem lugar para fila de torturas.
A morte viva quer se impor a vida viva,
O tétrico e pútrido, ao festivo e são.
Ar irrespirável de múmias putrefatas
Impor-se ao aroma da flor da esperança.
Vi,
O vermelho tingir até aos altos a cordilheira
A valentia de um povo consciente
Não se curvar diante a prepotência.
Eu vi,
A dor correr.... Correr...
Com seus cabelos soltos e vestes desgastadas
Bradar ao mundo:
“Agora vedes aonde chegam os lacaios,
Pregoeiros da fé, justiça e paz?
Que fazei vós
O mundo experiência
De muitas guerras, injustiça e opressão?
Que fazei vos
Donos da riqueza
Poder humano e fonte de poder?
O cobre derretido as entranhas de um povo queima
E o ouro alheio sarcástico dobra-se em gargalhadas
Watergates, Dawsons e Vietnames,
Ilha das Fores, Auschwitz ao mundo oferecem.
Que fazei vós?
Mas...
As sempre mãos amigas erguem-se em vozes.
Os mortos de quarenta, das tumbas levantam-se e coros
O coração do mundo arde, surgem gritos de oposição
Fotos da besta de óculos e lábios contraídos
E a cruz maldita, para os lados contorcida
Uma vez mais mutila e doce
América Latina.
O dedo não existe só para ser usado no WhatsApp, mas também para votar no candidato certo. Às vezes para segurar o papel higiênico ou tapar o nariz.