Artur Tutti
Infidelidade,
tanto no amor
quanto na amizade,
destempera todo sabor
e mostra nossa imaturidade.
É quando, esquecendo da sua flor,
o jardineiro infiel perde a credibilidade,
nega reconhecer tanta beleza, cor e valor,
subtrai luz e energia, semeando infelicidade.
Depois, desprezando o novo jardineiro,
a flor, insensata, dispensa amorosidade,
troca quem bem acolheu, toda por inteiro,
e se faz igual, trazendo dor e incredulidade.
Não esqueça: quem planta infidelidade (re)colhe desamor, aqui, lá e ali, (a)onde for.
Priorize reciprocidade, sentimento de verdade.
Benvindos os que chegam de repente
assim como quem tudo bem quer,
que "invadem" o que se sente
oferecendo "bem me quer",
a m o r o s a m e n t e.
Por que pessoas são tão cruéis com pessoas
mesmo sabendo quanto são difíceis e diários
todos os desafios para serem energias boas?
Seres hipócritas que falam que só querem paz e que detestam brigas mas atropelam o outro
com atitudes que ferem e machucam demais.
Tem gente que até lê, relê
Buda, Chico, Osho, Rumi
mas nunca se vê, ou-vê
porque não assume
as lições para ser,
quiçá, um lume.
Nem sei se quer saber,
nunca pensei viver sem você,
e não precisaria dizer-lhe o "porquê",
mas hoje a saudade me perg-untou, cadê?
Tudo que se preza e presta
só nos aproximará do amar.
Meu olhar vai dar uma festa
quando puder te reencontrar.
Nunca comecei uma relação
sem terminar a anterior,
dentro de mim.
Também já caí em tentação
mas resisti, fugi do pior,
me escolhi, fim.
Sempre respeitei o coração
com o melhor do amor,
flor quer ter jardim.
Nunca questione os seus amigos espirituais sobre quem escolheu se afastar da sua vida.
Eles podem ler pensamentos e sentimentos
que, felizmente, você não conseguiria, ainda.
Que se sintam vencedores,
fiquem com todos os sabores
mesmo não sendo construtores,
às vezes traidores, sem pudores,
e tr-amando como conspiradores,
absorvendo o veneno dos rancores,
mirando ou atirando feito caçadores,
comp(a)rando falas, fontes e favores,
reagindo como tolos hipócritas atores,
semeando dúvidas, dores e dissabores.
Apesar deles, são tantos, de tudo, de todos,
que não, e nunca, nos sintamos perdedores
porque ainda cremos na beleza dos amores.
Todo cadinho de felicidade é uma flor
no cantinho aceso dentro do coração
em busca da chama intensa do amor
ou da faísca do fogo tenso da paixão.
Se não tiveres a palavra doce
com aquele gostinho de céu,
guarda-te, silenciosamente,
até reencontrares teu mel.
Tente mas não se atormente
porque sentimento é somente
semente daquilo que se alimente
o coração da gente, amorosamente.
Ela sabe quem é, com quem quer caminhar,
tudo que sente, (a)onde quer pisar e chegar
mas não cansa e nem para de se perguntar:
será que a sandália combina com meu jeito
elegante, sincero, delicado e doce de amar?
Já que SOMOS tão BREVES,
que tal se fôssemos TODOS
assim LOUCOS, mais LEVES,
SOLTOS, INTENSOS, LIVRES,
SORRIDENTES, F E L I Z E S?
O tempo passou e, ainda, me questiono
se nos diversos momentos nada serenos,
onde, sempre, me entrego e me emociono:
como seriam se tivesse complicado menos.
Não, não fique assim
tão triste, toda cabisbaixa,
se tudo terminou antes do fim,
é que, às vezes, nada se encaixa.
Diferenças não são defeitos,
são oportunidades de troca,
momentos plenos, perfeitos,
outros jeitos de se ver, fazer,
amar, e de respeitar direitos.
Quantas maravilhas
e tantas boas energias
passaram pela minha vida,
e hoje ainda me pergunto
por que não as misturei
mais com as minhas?
Tantas maravilhas
e quantas boas energias,
"presentes" na minha vida,
e agora eu me permito
misturá-las cada vez
mais com as minhas.
Volte para a casa da sua saudade
porque lá se vive muito mais feliz.
Retorne trazendo sua amorosidade
pois quem bem te quer merece bis.
Para onde vão todas as nossas diversas dores
quando não falamos dos nossos sentimentos?
Dançam desesperadamente pelo nosso corpo
e desequilibram nosso espírito, são tormentos.
Bênção divina é ter a presença amiga do outro,
incondicionalmente, e em todos os momentos.
Têm ausências que se mostram tão presentes.
Têm presenças que demonstram ser ausentes.
Têm saudades que se parecem equi-distantes.
Têm distân-cias que deixam vazios relevantes.
Quantos silêncios e tantos samsaras,
buscando quem, e aquilo que, se ama.
Onde estão os "sins" de sintonias raras
que trarão o sonhado e sagrado nirvana?