Aroldo Arantes
A verdade sobre a verdade é que ela não existe. O que existem são pontos de vista, e cada ponto de vista é uma verdade absoluta!
Não dê desculpas, viabilize-se! Sonhar alimenta a alma, mas o que realmente vai ficar é o que você fez!
A gente recebe do universo aquilo que semeia. Que o seu semear frutifique harmonia e poesia em suas linhas e que o seu verbo conjugue a felicidade!
Quem morre por dentro, finge-se ser o que te controla, inibe-se o ver e o que não te sobra, encenando vida pra quem vê de fora.
No Brasil, índices fictícios, criados como factóides, para tornar o inverossímel factível, são semeados com fartura!
Amor não rima com nada! Ele está sem nunca ter sido. Ele quer sem nunca ter estado. Ele é sem nunca ter sentido, e há sem nunca ter passado.
Eu vesti o sorriso da vida e dancei sozinho o errado. Eu sorri o sentido da rima e amei descompassado. Eu sou eco e som! Eu sou eu, fora do tom! Eu sou do tamanho de meus instantes, da estatura de meus desejos e aconteço em uma frequência insana, que emana o meu coração.
Tem muito ruído, achando que é orquestra! Tem muito barulho, pensando que é canção! Tem muito silêncio, achando que ainda presta! Tem muito vazio, pensando que é chão.
Aguça minha cabeça confusa, que não sabe se vai, se cai ou se vem. Acusa assim avessa, intrusa, que não cabe mais o ai de ninguém.
Espero um sentido novo, que vá além do frescor das estações! Quero um amor ditoso, que tenha gosto, sabor e sensações! Quero neve e vulcões.
Tenho voltas que não se resolvem em mim. Um verso caído que nunca se desculpa. Um verbo perdido que não sente culpa. Uma dor que não tem fim.
Sorrisos sustenidos, carinhos diluídos. O amor é sol bemol em dissonante. O amor é instável, pulsa em transe e insulta o instante.
Desalinhado é o amor que pulsa sem regra, que expulsa a mesmice pra longe e se alegra, pede bis, ao se ver completamente disforme, mas feliz.
A saudade grita alto, e me maltrata, quase sem falar. Sinto falta dos seus versos e dos seus verbos, sinto vontade de te conjugar.
Pobre menina tonta, acho que ela nunca se deu conta, vivendo assim tão distraída, que a vida com ela apronta, que apronta com ela a vida.
Teu amor me trata, me hidrata, me complica. Teu amor me mata, me retrata, me excita. Então vem por um momento e me dinamita, me manda pelos ares, me levita, me faz evaporar de mim, me faz ficar sem meio e sem sim, buscando meus pedaços em poucos traços de um verso surrado, de um amor complicado, por palavras dispersas, por lágrimas confessas, de uma saudade que falta, de uma vontade que salta, de um triste enfim.
Se for calar o amor, não vá achar que a dor é melhor companhia. Se for cantar a cor, não vá amar o amor por pura covardia.
O que não existe é vago, e tudo que é vago é livre, e vive, pois ao se libertar do concreto, se despe da razão e passa a se alimentar do vão.
Amor, não é metade, é verbo decassílabo, conjugado em primeira pessoa. Amor, não é saudade, é verso infinitivo, consumado em poesia à toa.
O mundo se acaba a cada mão desatada, a cada verso não dito, a cada não concebido, a cada lágrima calada. O fim de tudo está nas reticências...
O mundo se acaba a cada flor não regada, a cada verbo perdido, a cada chão destruído, a cada palavra não dada. O fim do mundo está na incoerência...
A poesia está solta, vive... em cada gota que o vento transpire. A poesia está louca, livre... em cada boca que o verso respire.
Na verdade, a inércia do Estado é gritante. O silêncio da omissão, em todos os níveis, é ensurdecedor. O país não funciona!