arnaldo albarelli
Uma civilização que dispõe o próprio planeta que a sustenta e os seres que o habitam, como bens descartáveis, não escapa da conclusão de que vê a si mesma como lixo.
Estupidez inindentificável, autodisfarçada, com o cérebro preso na língua e a lingua presa na mão, é a pior forma de escravidão.
A finalidade do ser sobre a face da Terra é aprender a reconhecer que, para a existencia do Planeta e de toda a Vida que ele sustenta, o humano é inútil, dispensável, nocivo e covarde. Mas que não precisa ser assim.
O Ser Humano é, ao mesmo tempo, as duas faces de uma mesma moeda, cunhada nas forjas da evolução. A primeira delas, simbolizando a inteligencia e a criatividade, é a responsável pela construção e pelo esplendor das nossas catedrais. A outra, responsável pelas gárgulas que se empoleiram nos beirais. Talvez, para nos lembrar que habitamos um mundo povoado por demônios, que compactuamos na criação. Tais figuras grotescas refletem os laivos de insania que, desde tempos imemoriais, percorrem a história da nossa espécie, indicando que, por falha no projeto inicial, erro essencial ou desvio na função do processo evolutivo, algo, insistentemente, predispõe a raça humana à servidão voluntária, à estupidez despropositada e à autodestruição.