Antony Valentim
Em tempos de obscurantismo, assaltantes de mentes se tornaram muito mais perigosos do que os ladroes que roubam à mão armada.
Quando entendermos que todos somos partículas de um único ser, compreenderemos que o mínimo mal que fizermos a outrem, independente dos motivos e razões, representará prejuízos sérios a nós mesmos.
A pretexto de vender uma imagem de ‘personalidade forte’, muitos de nós evidenciamos uma nítida capacidade de ‘controle emocional fraco’.
Onde moral e ética são pequenas, ou inexistentes, a ideia de felicidade não passa de ilusão semelhante a bolhas de sabão.
O grande mal deste século, e de todos os outros, causa original de tantos e diversos males particionados, é aquela mistura catastrófica e calamitosa de orgulho e vaidade, que por muitas vezes acontece dentro de nós.
Seja previdente: não saia por aí oferecendo ajuda indistintamente. Seja caridoso: jamais negue ajuda a quem dela precisar. Seja generoso: em vez de ajudar só com aquilo que a pessoa precisa, ajude também com o que ela deseja.
Quando vou tratar alguém, deixo de ser eu; me torno a pessoa a quem estou tratando, fazendo por ela exatamente o melhor que eu desejaria que alguém fizesse por mim se fosse eu o necessitado. Não se trata de bondade. É empatia com uma boa dose de inteligência.
Se eu te ofendi, magoei, machuquei, feri ou lesei, não tenho problema algum em ser notificado a pedir desculpas e a reparar minha falha. E o faço com imenso gosto, quase como um prazer. Mas se quem te ofendeu foi a sua imaturidade, eu é que lhe peço perdão por permanecer impassível.
Uma mãe que ama seu filho verdadeiramente não o traz apenas à luz do mundo: o ilumina também com o sol radiante de seu coração.
Enquanto o mundo místico, esotérico, de terapias holísticas ou alternativas continuar recebendo novos profissionais por que lhe faltam opções de trabalho naquilo que são verdadeiramente aptos e possuem vocação para fazer, o grau de descrédito das pessoas frente a este ramo de atividade será miseravelmente crescente, onde não se saberá se a incompetência está travestida de charlatanismo ou vice-versa.
Muitos de nós passamos a vida regendo os sentimentos e as relações amorosas com aspectos do orgulho que nos faz crer que um dia, uma pessoa aureolada de perfeição surgirá e nos arrebatará ao céu de amor que merecemos, sem que a nada precisemos nos adaptar ou ceder. E depois de percebermos a idade avançando e a vitalidade se esvaindo sem a realização de nosso ideal, decidimos nos abrir verdadeiramente a um amor real passível de desafios. O problema é que em muitos casos, o tempo de plantio já passou, as pessoas com maior potencial de chance de nos felicitar com plenitude já encontraram outros caminhos e por mais estejamos dispostos, não há mais oportunidade. Neste momento, tombamos com o coração oprimido crendo que a vida seja injusta, e que o infortúnio está sendo cruel conosco para além da conta. Eis aí um exemplo de como a dor opera o aprendizado em nós quando ignoramos a suavidade do aprendizado pelo amor.
O que nos frustra primariamente não é a realização inalcançada, mas sim, a criação da expectativa exagerada.
Armadilhas sempre vem travestidas de oportunidades, apesar de muitos acharem que armadilhas vem com placas indicativas que as denunciem de pronto. Portanto, diante de um plano, se empolgue menos e investigue mais, isonomicamente.
Sobre quem amamos, com quem vez por outra brigamos: Quando a lucidez da maturidade nos fizer perceber de uma vez por todas que a vida é finita, e que o tempo corrobora permanentemente para levar cada um a uma morte física, interromperemos o processo de queixas e reclamações pelo que temos de desafiador junto a quem amamos, nos conectando ao entendimento de que um dia, quando tudo passar, quando as pessoas passarem, sentiremos muita saudade delas. Tolice é deixar que atentemos à isso só depois que elas não estiverem mais em nossas estradas caminhando ao nosso lado.
Todos nós temos um contrato reencarnatório individual e único. Cumprir suas cláusulas nos leva à plenitude. Ignorá-las nos leva à frustração. Funciona assim em todos os casos, independente do contexto. Pena que a maioria das pessoas que se importam verdadeiramente com essa realidade, o fazem apenas a partir da segunda metade da vida, onde grandiosas oportunidades já se perderam nos abismos do ego. Felizes os que empregam o vigor da juventude no correto cumprimento do Plano de Vida. Normalmente são os que deixam os mais belos legados.
Quem já conhece suas mazelas, tem consciência do estrago que elas causam e insiste em alimentá-las regularmente não precisa de alguém para lhes criticar ou julgar. Precisam é aprender com as próprias experiências. Em muitos casos, séculos de encarnações são necessários para desvitalizar um aspecto negativo de uma personalidade. Respeitemos o tempo de cada um, pois em muitos casos é só um grande número de colheitas de frutos amargos que ensinará à individualidade gradativamente o caminho para plantios em solos mais férteis que gerem os frutos mais saborosos.
Toda vez que criticamos, julgamos, condenamos e executamos alguém psiquicamente ou verbalmente com nossa medida de justiça, estamos pedindo ao universo aos berros a mesma experiência que levou a pessoa a agir daquela forma, para provarmos que temos a moral necessária para não tomarmos as mesmas decisões que o outro tomou ao passar por aquela situação. E acredite: o Universo atende a esse tipo de pedido em todos os casos, indistintamente.
Existe um certo tom de ingenuidade na inveja: chega a ser tolo achar que vou conseguir o que o outro conseguiu sem passar pelo esforço que ele passou para chegar lá; sem sofrer o que ele sofreu; sem abrir mão do que ele abriu; sem estudar o que ele estudou; sem pagar o preço que ele pagou. No fundo, a maioria dos invejosos são apenas preguiçosos entusiasmados.
Ao todo, investi cerca de 18 mil dólares em toda minha formação como Tarólogo, sem contar as outras formações. Mas continuo ouvindo que tenho que dar de graça o que recebi de graça. Não me recordo de alguém deixando gentilmente uma maleta de dinheiro grátis em minha porta com o bilhete: “toma, vai, se capacite com os melhores e depois atenda de graça”. É que muitos fantasiam que Taromancia é a mesma coisa que mediunidade. Essa sim, não deve ser cobrada jamais.
Formação universitária é base fundamental para o sucesso na vida. Não nos esqueçamos contudo, que em uma obra, investir tempo, energia e dinheiro só no alicerce, não resolve coisa alguma. Mesmo que lentamente, foquemos na construção de todo o edifício. Ou de muitos deles.
Se a cada vez que minha vaidade não é alimentada, eu fico profundamente triste; ou se a cada vez que as pessoas não me colocam no centro de suas atenções, eu fico profundamente magoado; isso é um sinal claro de que carrego em mim uma grave doença de alma.
O grande equívoco de achar que todos os problemas possuem uma receita pronta e fixa para se solucionarem, é que essa crença geralmente nasce em quem está disposto a fazer tudo quanto possa no externo, sem nenhuma disposição honesta de resolver a questão a partir da modificação de si mesmo, do esforço e sacrifício internos, do abrir mão de orgulho, vaidade e egoísmo. Queremos solucionar os problemas mas equivocadamente pensamos que não fazemos parte deles, que são entidades apartadas de nós. Pois se os atraímos, o fizemos por causa do que somos. Logo, a melhor de todas as soluções está na reforma íntima. Mas como é à mais difícil, continuaremos preferindo as soluções prontas vendidas nas prateleiras dos comércios de milagres. Se víssemos o recurso externo apenas como aliado coadjuvante, entendendo que cabe a nós fazer parte da cura, ela se manifestaria mais rapidamente.
Na escola do mundo, as classes que mais nos ensinam lições como alunos que somos, são as do dinheiro, do amor e da família. Desafios, problemas, obstáculos e oportunidades nesses três setores não tem outra função a não ser nos impulsionar a uma formação com nível de distinção Cum Laude na Universidade da Vida.
Quem recebe nesta vida um inimigo de vida passada como filho, se assemelha ao herói que foi prejudicado no passado por aquele ser, e hoje aceita a nobre missão de buscar a harmonização da questão pelas vias do amor. Não por acaso existe o mandamento que recomenda honrarmos pai e mãe. Quem engole o ego e aceita ser genitor nessas condições, é digno de muita honra. E se consegue realizar a tarefa de transformar em amor o que antes era ódio, avança mais um degrau na escala evolutiva.