António Prates
Muitas pessoas vêem o seu país como vêem um filho: o que faz bem é mérito seu; o que faz mal é defeito dele.
Quem vê as minhas palavras como indirectas e não quer enfiar a carapuça, mande-me o número da sua cabeça, para eu não lhe tirar as medidas erradas.
Os mal-formados gostam de mostrar poder para com os necessitados, e de serem generosos com quem não precisa de generosidade.
O amor à camisola de muitos políticos é o dinheiro. Se assim não for, ofereçam-lhe o ordenado mínimo e peçam-lhe uma resposta.
O aumento considerável de selfies individuais revela que estamos cada vez mais solitários, e por consequência mais egoístas.
Há uns anos atrás fiz um livrinho e chamei-lhe "Sesta Grande". Se hoje publicasse outro livro chamar-lhe-ia "Grande Sesta".
De vez em quando, Deus revela-nos que a ciência dos médicos não é tão exacta quanto eles nos querem fazer crer.
Aprendi que tal como um equipamento bonito não faz um bom atleta, um fato, uma gravata e um diploma não fazem um bom ser humano.
Quem na nossa frente descobre qualidades que não possuímos, nas nossas costas vê defeitos que não temos.
Dizem os velhos ditados, para desconforto das mães, que os homens e alguns cães duram pouco tempo lavados.
Costumamos dizer que estamos em casa ou que vamos para casa, ao invés de dizer que estamos no lar ou que vamos para o lar. A casa faz-se de tijolo e cimento, o lar faz-se de princípios e de valores morais.
O Dia das Mentiras é uma homenagem que o calendário presta a todas as pessoas que não tiram a máscara depois do carnaval.
Os primeiros elogios que recebi na vida foi quando nasci, por nascer com cinco quilos e duzentos gramas. Como consequência disso partiram-me um braço.
Por nascer com cinco quilos e duzentos gramas recebi elogios logo no dia do meu nascimento. Em consequência disso partiram-me um braço.