Antonio Paim
Objetivamente não vejo que vantagem poderia advir para os liberais brasileiros em renegarmos uma personalidade como Keynes, cujo nome está associado não só ao encontro de uma saída para a Grande Depressão de 29, como ter conseguido que na Segunda Guerra não se impusessem reparações aos vencidos (ajudando-os, ao contrário, a recuperar-se), exorcizando de vez as guerras na Europa Ocidental. No esquema da Escola Austríaca é como se o capitalismo não tivesse experimentado, desde o século passado, sucessivas crises.
“Todo povo que não sabe domar-se nas suas paixões de momentos - e esta é uma lei histórica de fácil verificação, escreve Jackson de Figueiredo - e se faz presa dos instintos revolucionários, todo o povo que se deixa guiar pelas mediocridades cujo único brilho é a impaciência, toda nação em que o fenômeno da demagogia domina na esfera política, é, mais tarde ou mais cedo, objeto de irreconciliáveis divisões entre os próprios filhos, desaparece na luta entre interesses opostos e por fim torna-se pasto da ambição estrangeira.”