Anônima - TCL
Não imaginei que alguém me faria rever os alicerces que na vida edifiquei
Você chegou me desconstruiu e me redescobriu
Trouxe paz e inquietação.
Trouxe o gelo no dia quente e o fogo no dia frio
Me fez repensar, sem pensar...
Não penso!
Não entendo no mesmo instante que compreendo tudo!
Aceitei a imposição do meu corpo em te querer, entreguei o que tenho de mais sublime: “eu”
Desejei que tudo fosse uma ilusão, porém minhas entranhas evidenciavam que jamais seria um simples devaneio.
Outrora você me tocou sem ao menos me tocar, hoje te toquei e neste toque senti sua imensidão.
O olhar que eu temia amar, me olhou e não bastasse me olhar, me enxergou!
Por vários momentos ali, contive o mar que estava em meus olhos. Represei a chuva de emoção por te "re"encontrar.
É sonho real, mistério desvendado
Poesia e poema na ponta da mesma caneta
Seu corpo mergulhado no meu
Minha respiração nascendo no seu corpo
Ali, eu estava mais em você do que em mim
Eu era novamente sua
Que loucura ter achado que seria diferente
O tempo inteiro os versos apontavam este enredo
Não dava pra ser um breve relato, você nem caberia num desabafo.
Tentei te estudar, busquei significado até de nome para entender tantos efeitos que provocastes em mim
De "pequeno" apenas o nome. Uma luz imensa, uma energia incrível.
Chegou no primeiro dia do mês, não seria outro número vindo de você.
Revirou conceitos e me ensinou em 13 dias o que não aprendi numa vida
Neste instante revivo os momentos, onde entendi que nunca fui dona do meu corpo, como seria do que ele sente?
Se ao menos tivesse esse domínio, conteria a emoção que escorre em meu rosto agora, trancaria dentro de mim o sorriso que insiste nortear meus passos e tatuaria no meu rosto o formato do seu sorriso pra jamais esquecer o que vi hoje.
Não pretendo adivinhar o que está por vir, não ouso entender o ontem. Ao hoje reverencio gratidão, não sou a mesma mulher que despertou sonhando ansiosamente por um encontro, sou a mulher que entendeu que não é necessário entender nada para compreender tudo.
Voltando de uma reunião, observei a agitação das pessoas, a correria de um lado p outro e percebi que quase não olham uma pra outra, algumas nem levantavam a cabeça.
Lembrei que sou uma pessoa como todas essas que me chamaram atenção e neste momento resolvi olhar-me.
Sempre fui tão segura, determinada, resiliente, não foi esta a primeira mulher que encontrei dentro de mim.
Fui recebida por uma menina de olhar doce porém um tanto assustado.
Me dei conta que estou numa fase, onde baixei a guarda, me entreguei ao sentimento e fiquei esperando pra viver (de novo!), um sonho que não aconteceu.
Novamente estou como uma criança que espera aquele presente que pediu de Natal. O presente esta la, ao pé da árvore, mas só pode abri-lo meia noite.
Fiquei assim...
A distância é de um toque de mãos, estamos próximos, mas não posso tê-lo. Preciso esperar que me entreguem o presente.
Busquei um pouco mais, encontrei a adolescente que se permitiu viver esta aventura.
Ela sorria c olhos brilhantes, esperançosos e convictos de que a magia estava prestes a acontecer.
Porém não tinha certezas, não sabia se realmente viveria o que planejou.
Estava ali, na dependência de alguém se dispor a embarcar com ela.
Resolvo procurar um pouco mais...
Encontrei a mulher segura, intensa e decidida, esta sou eu!!! Me reencontro!
No entanto, estou ali, inerte, sentada observando a vida.
Neste momento qdo estou de frente pra mim, me reconheço e pergunto o que poderia ter acontecido?
A resposta foi uma lágrima...
Enquanto escorria em meu rosto, olho dentro dos meus olhos e vejo que mais uma vez o presente não era o escolhido, a viagem não havia se concretizado, eu havia acordado do sonho. Não era pra ser!
Que justificativa mais batida!
Era pra ser sim! Não dependia só de mim e por isso não aconteceu.
Penso que todas as tentativas frustradas me causam um desapontamento maior que eu mesmo.
Por que crio tantas expectativas?
Por que espero tanto que as pessoas não sejam frias comigo? Eu jamais seria com elas!
Por que ainda me decepciono?
Por que o universo traz se não é pra mim?
Por que devo pensar que foi apenas um aprendizado?
Sento ao meu lado, seguro minhas mãos.
Olho pra mim com olhar de amor, me acolho!
Acho que estamos vivendo vidas distintas e somos uma só.
Me abraço! Estou aqui por nós!
Falo pra todas minhas versões que precisamos usar toda essa bagagem pra recomeçar uma nova página da vida.
Podemos juntas escrever quantos capítulos sejam necessários.
Não posso deixar que alguém que não seja eu, tire meu brilho.
Não posso atribuir à alguém a realização de um sonho meu.
Não posso delegar à outra pessoa, o poder de decidir minha vida, meus desejos e vontades.
Respiro fundo, vou entendendo e absorvendo cada um desses meus pedaços.
Volto a ser eu mesma, reconstruída, preparada para mais uma vivência e desta vez, que a experiência fale mais alto que qquer sentimento alheio a mim.
Tenho mil mulheres dentro de mim, não será mais uma decepção que vai me fazer desistir de ser eu mesma e o mais importante de me fazer feliz, afinal de contas minha felicidade não depende de ninguém que não seja eu!
Fala-se muito sobre intensidade do beijo, sobre ser um é o termômetro da relação, mas vc já parou pra sentir a intensidade de um abraço?
Abraço é refúgio, é abrigo.
Encanta, acolhe, aquece, acalma.
Dentro dele cabe todo nosso afeto, cabe até um silêncio confortável entre duas pessoas que se querem bem, pois mesmo sem palavras, no abraço os corações estão juntos, então não há necessidade de outro som, a não ser o pulsar.
Num abraço cabe o suspiro de alívio de alguém que encontra no outro um lugarzinho para aquietar a alma.
Por isso, seja abraçado sem pressa de afastar-se e quando abraçar que seja devagar.
Permita-se sentir a troca de energia de dois corpos enlaçados.
Neste momento, vai perceber que ali é lugar de morada, certamente sua alma sentirá que está em casa!
Fome de amor
De paixão
De afeto
Fome de carinho
De beijos
De abraços
Fome de verdades
De intensidade
De cumplicidade
Fome de empatia
De se colocar no lugar do outro
De se doar
Fome de histórias para contar
De aventuras
De sonhos
Fome de ser criança
De acreditar que felicidade existe
De ter esperanças
Fome de ser gente
De ser de verdade
De "SER" humano.
1 universo com 10 sextilhões de estrelas, 8 planetas no sistema solar, 18 mil ilhas, 5 oceanos,193 países, 7.888 bilhões de pessoas e a gente se encontrou.
Não faz sentido ter sido apenas um mero acaso!!!
De repente o silêncio vai se fazendo muito mais presente. As ligações mais breves, nas mensagens apenas o básico.
As conversas não são sobre nós, falamos deles, de outros e outros tantos.
Por um tempo acreditei que era normal, costume, rotina, cansaço, correria. Passamos a nos falar menos, preferi engolir as palavras, me aliei ao silêncio.
Guardei as histórias que queria contar e qdo as contava era pra pessoas que realmente iam me escutar e não apenas me ouvir.
Olhando de fora, tudo fluia perfeitamente.
Olhando de dentro, tudo funcionava silenciosamente.
Olhando por dentro, percebo qto me anulo pra continuar.
Olhando pra dentro, percebo que continuando nada vai mudar
Olhando pra fora, vejo a vida passar.
Nada muda, a rotina que por vezes achei benéfica passou a me incomodar, seguimos todas as regras da boa convivência que criamos (talvez inconscientemente), vez ou outra tinha o carinho no sofá, cabeça no colo, cafuné gostoso, seguíamos pra cama, fazíamos amor em silêncio e dormíamos. Nossos olhos não se fitavam mais, há silêncio até no olhar.
Nossa imaturidade misturada com a inexperiência nos fez acreditar que o amor era isso, aliás que o amor era "só" isso!
Mas, lá dentro de mim existia uma inquietação, eu precisava ir mais além.
Ficamos longe por um tempo...
Neste tempo voei alto, me ouvi, me permiti, me encontrei comigo mesmo.
Sou muito mais do que imaginei.
Me apaixonei por quem eu sou de verdade, me permiti ser eu mesmo, sem ter que me explicar.
Decidimos voltar...
Nesta volta achei que muita coisa mudaria, de fato mudou, passamos a disfarçar melhor. Seguimos com mais destreza o script e agora sabemos como esconder a sujeira debaixo do tapete, pra deixar a cada limpa.
Disfarçamos pra nós mesmos que está tudo certo. Nossa amizade se fortaleceu, é isso!
Passei a sentir a necessidade de dar voz ao meu corpo, e era nestes momentos que percebia algo preocupante demais: nossos corpos nunca se falaram.
Não somos culpados, achávamos que este era o limite do amor.
Só que nunca houve a vontade ou interesse de ultrapassar esse limite, de ousar um pouco mais.
Qdo percebi que queria ir além, peguei sua mão e tentei te mostrar o que vi lá fora, vc não quis.
Não foi por falta de tentar, tantas vezes tentei avançar o sinal, vc me segurou e eu aceitei. Não queria que fizesse só por mim.
Agora sim me culpo!
De novo me calei, errei!
Errei muito comigo por silenciar minhas vontades, pra ficar onde era confortável pra você e consequentemente mais cômodo pra mim.
Só que o comodismo aos poucos foi se transformando no inconformismo.
Será que pra você está realmente assim?
Tenho tanto pra falar!
Não sobre a vida lá fora, mas sobre essa vida que existe e persiste aqui dentro de mim.
Até que ponto somos iguais?
Será que você sente o mesmo e também silencia pra que manter o que está aparentemente perfeito?
Tenho tantas perguntas mas prefiro me calar.
Muitas vezes me senti como o poeta que abandona a poesia antes de escrevê-la.
Como quem não tem habilidade com as palavras e precisa palestrar.
Como o artista de circo que arranca sorriso da plateia, mas qdo tira sua maquiagem percebe que não sabe sorrir.
Quero seu bem, mas me quero bem tb.
Te gostar é algo que nunca vai mudar, só que decidi que preciso amar!
Construímos nosso amor sobre uma estrutura muito sólida: a amizade. Equivocadamente ou propositadamente: não sei!
Sei que era o modelo menos arriscado, era o padrão imposto, exemplo a seguir. Seguimos! Chegamos aqui...
Deu certo até agora e poderia permanecer assim por décadas e décadas.
(O silêncio do início desse texto se fez presente agora, enquanto busco as palavras da próxima frase!!!)
Só preciso me ouvir!
Quem disse que o "vocês são perfeitos" é o perfeito pra mim.
Somos seres imperfeitos, então preciso viver minha imperfeição.
Quem disse que o que é bom para os outros é o bom pra mim?
Dessa vez, não posso me calar e nem quero engolir o que tenho a dizer, entende?
Não dá mais pra engolir as palavras pra evitar impasses e conflitos, estou sufocado de tanto silêncio.
Não dá mais pra adiar, a vida é agora.