Annd Yawk.
A eternidade se mostrou passageira. Os sonhos acabaram morrendo com o tempo. E do amor… só encontrei boatos.
"Se vc plantasse os próprios sorrisos na sua alma de vez enquando, talvez na se decepcionasse tanto com amores que secam e morrem, paixões que surgem do nada e do mesmo nada somem. E com ctz vc não iria mais chorar por borboletas traiçoeiras q beijam-te o riso, te mostram o paraíso e vão embora pra nunca mais voltar!"
"Estou perdido. Meus remos se quebraram, e este oceano de frustrações parece tanto ser interminável, sendo engolido pelos horizontes em quaisquer direção que eu tente enxergar uma saída, uma ilha deserta pra mascarar as minhas aflições e pânicos descontrolados. O barco está rachando, e já são tantas nuvens plúmbeas que se aproximam denunciando a chuva que vem, sedenta por destruição e mais destruição. O vento sopra as minhas velas, conduzindo-me ao desconhecido. Nada sei do futuro, nem de seus planos pra mim. O sol vai morrendo com o passar das dores, dando lugar a escuridão que logo chega, vendando-me, para que meus olhos não gritem lágrimas de medo ao encarar o fim de minha insignificante existência. As ondas ao meu redor parecem me consolar, e me convidar às tuas profundezas cadentes, às tuas fendas inalcançáveis e soturnas. Não me falta o medo de nadar, nem a vontade de voar. Às vezes só não enxergo em meu barco, forças para continuar."
Eu sabia que aquilo era necessário pra mim. Tão necessário como um barco perdido na escuridão de um mar furioso, precisa de um farol cintilante…
O lado bom de esconder minhas dores é que minha memória é péssima. Às vezes até esqueço em qual das gavetas de minha alma as deixei mofando.
Não te cansa, carregar o infinito em teus olhos?
Não te cansa, suportar as asas de um anjo?
Não te cansa, visitar em meus sonhos todas as noites?
O passado, mesmo que deplorável, não deve ser enterrado.
Às vezes, são as tristes lembranças que nos impedem de cair em precipícios repetidos.
O coração dela estava machucado demais pra acreditar no amor novamente. Se encontrava rachado, ferido, esquecido. Só lhe restava sonhar, longe de todo aquele mundo escuro que ela tinha de olhos abertos.
Me senti pesado, como se tivesse devorado um nevoeiro de nostalgias nunca sepultadas por completo. Eu derramava novamente as lágrimas que o passado refletia em meus olhos.
Saudade
só é bonita no papel,
com verso e rima se encontrando,
mas vivida é ver o céu
do mundo inteiro despencando...
o amor, às vezes, é um pássaro ensaguentado, à beira da morte, que encontramos no meio da neve, e perdemos todas as dimensões de tempo e distancia pra cuidá-lo e curá-lo, impensavelmente mesmo que todo sacrifício venha a ser em vão no final…
o amor, às vezes, é uma nuvem negra que surge quando tudo o que precisamos é de chuva forte, e nem sempre nos damos conta do quanto estivemos secos e sem vida em nossas clausuras infecundas, frias e empoeiradas…
o amor, às vezes, é como despertar num domingo de manhã com a preocupação de atraso, e então nos damos conta que está tudo bem, pois podemos ficar quanto tempo quisermos, porque não precisamos sair, pois não há lugar melhor do que onde estamos…
o amor, às vezes, é tão pequeno a ponto de levarmos pra todo canto, e grande o suficiente pra que nossas vidas o orbite sem que venhamos a cair, porque o amor é como um orvalho que salva a flor, e nele se refletem o céu e todas as constelações de andrômeda.
amor é sei lá o quê e nem sei pra onde, nem como, nem bebo, nem cuspo. apenas me assusto quando chega tombando os trincos, e agarro às cegas, olho, beijo, unho, pra não deixar assim por vir e partir, porque amar também é um rasgo, um bocejo, e entender que nem sempre devemos ter por onde ir.
procurar o foco, o auge de nós mesmos, a plenitude. conseguir garimpar tão fundo a nossa solidão, a ponto de encontrar tesouros vislumbrantes. encontrar em nós mesmos os motivos de ficar, e os de partir sem chorar. aprender o devir, os teoremas, as teorias, os desesperos. o foco é conversar com o medo. ser transparente o bastante pra chorar sem manipular nossa alma, sem corromper nossos desejos. o foco é sentar junto com nossos demônios e fumar tomando café e chegando a um acordo maduro. o foco é não ter força quando precisamos ser fracos e recorrer a um amigo, é não levantar quando o chão for mais atrativo. correr e tropeçar quando for preciso. poupe seus olhos de muralhas e veja a bela tempestade que vem vindo, tão quieta… e o que a gente faz? ossos do ofício: dançamos aos olhos da tragédia. tudo que somos não é mais, e economizar a vida é o maior dos desperdícios.