ania lepp
...ao fundo a impressão de ouvir som de violinos...mas, é só impressão...não há violinos, só trovões...(ania)
O tempo rasga a vida em frente, a todo vapor, singrando...sempre em frente...levando consigo os sonhos e as ilusões...
Quando estás comigo, acendem-se todos os desejos e apagam-se todos os medos que habitam as varandas dos meus olhos...
Olho o horizonte como se nele pudesse encontrar uma resposta para todos os meus anseios e minhas vontades...
A noite surgiu...
E a noite surgiu...
de brisas e rosas,
sinfonias e sussurros...
...e de sonhos se vestiu...
e a noite prosseguiu...
de vinhos e beijos,
de mãos e toques...
...e de amor se cobriu...
Sinto medo...
Sinto medo desses ventos,
desse céu negro,
sem lua...
dessas insanas tormentas
de lembranças tuas...
Quando todo o resto
de mim, em ti fenecer,
por certo,
apesar de tudo,
sentirás na brisa que te afaga,
leves toques meus...(trecho do poema Por certo)
E se eu me for...
E se eu me for,
e me vestir de brumas,
trilhar distâncias,
me transformar
em milhas,
e ser só partida?
E se eu me for...
Com o olhar no além,
lá na varanda,
no som do vento,
ouvirás minha voz,
e me verás chegando
mesmo sem ver ninguém...
E se eu me for...
Ficarás tão só
Chorarei por ti,
Chorarás por nós...
...e é tão difícil entender e aceitar que amar
também rima com renunciar e fingir que tudo está
bem quando nada mais faz sentido...
Não tem jeito...
Em meu regaço
só há espaço
para o teu abraço...
Em meu peito
em meu leito
só você...não tem jeito!
...escrever é a minha maneira
de preencher um pouco
do meu vazio...
um jeito que encontrei
de não me sentir
tão só...
...não sou poeta,
sou solidão...
Depois detudo...
Depois do frio no coração
Das palavras vazias...
Dos dias longos e cinzas
De infinita solidão...
Da madrugada sem estrelas
Das noites insones...
Depois de tudo
Ainda resta um pouco de mim
Pedindo prá sonhar...
outra vez!
Na noite fria e tão vazia,
Descanso meus olhos cansados,
Adormeço meu coração apaixonado,
Fitando teu retrato...