Angelo Ferreira
Um dos vários medos que sentimos é o de pensar obsessivamente nesse tal de amanhã e esquecer o hoje, correndo o risco de deixar passar, com uma velocidade assustadora, todas as pequenas coisas da vida, coisas essas que juntas são o que pode se chamar de felicidade, a mais autêntica e espontânea forma, sem grandes motivos. O tempo, que ao mesmo tempo pode nos ajudar como muitos dizem sendo o melhor remédio, também pode ser traiçoeiro, e quando nos dermos conta ser tarde demais.
Fotos vão muito além do superficial óbvio, ao fotografar trago os livros que li, os filmes que assisti, as músicas que ouço, sonhos que realizei ou não, pessoas que amei e amo.
Nossas conversas me deixam feliz simplesmente por está falando contigo, porém essa felicidade é ofuscada pela tristeza de não poder te tocar, te ouvir, sentir o cheiro do teu perfume, lágrimas surgem logo minha vista fica desfocada, vejo fotos suas e o que me vem à mente são lembranças do que ainda vai acontecer.
Como pude sentir saudade do que não houve,
Como pude pensar tanto em alguém sabendo que esse alguém não pensava em mim ou pelo menos com a mesma intensidade,
Como pude amar quem não me amou, como pude complicar tanto as coisas,
Como pude não ter sonhado com você sem que acordasse,
Como pude te querer mais que tudo e te perder,
Como pude tentar ser o que não era,
Como pude magoar quem não merecia,
Como pude amar o impossível.
Em um dia chuvoso de inverno, o frio penetra pela janela entre aberta, lá fora a tempestade parece não ter fim, o céu de claro fica escuro, insetos e pássaros assustados, afoitos a procura de abrigo...
Ela aparece como nos sonhos, a amo que nem sei o quanto, e seu rosto permanece sempre escondido, só sei dizer que é dela que eu preciso, estou perdido sem, as coisa não tem sentido.
(...)Mais uma vez a cada ano que se passa pessoas que significam tanto, ficam, e as que pouco significam são esquecidas no tempo.
Epitáfio
Aprendi que de tudo pode se tirar uma lição seja elas boas ou ruins. Amor e dor, apesar de em certos momentos parecerem sinônimos, prefiro acreditar que são palavras de um talismã, talismã da vida, vida, como em todo romance tem seus altos e baixos, amor e dor. Aprendi na minha viagem que em se tratando de amor, não tem jeito, um sempre vai amar mais que o outro, por isso não exigi o amor de ninguém, simplesmente amei. Aprendi também que se acovardar diante de um sentimento às vezes parece à melhor solução e talvez seja.
Queria ter tido tempo para escrever uma carta a cada pessoa presente em minha vida, não seria uma despedida, mas sim para dizer o que a rotina, talvez o tempo corrido, não permitiu, dizer o quão cada um foi importante , o quanto amei e odiei, chorei e sorri e que quando fui até o fundo vocês me deram forças para nadar até a margem e com toda a paciência mostraram-me o caminho até a praia e no final dizer obrigado por tudo, amigos e inimigos.
Queria ter dito a uma pessoa em especial que o amor vale à pena, mesmo em um coração ou sendo uma ilusão sempre vale. Queria ter dito que ela me ensinou que amar é querer a felicidade de quem se ama e se juntos isso não for possível ou provável, deixe partir, mesmo que pensar nisso seja o pior dos sofrimentos, deixe. Deixei você partir não porque te esqueci, e sim porque te amei e morri feliz simplesmente por estar amando.
Como pude sentir saudade do que não houve como pude pensar tanto em alguém sabendo que esse alguém não pensava em mim ou pelo menos com a mesma intensidade, como pude amar quem não me amou, como pude complicar tanto as coisas, como pude não ter sonhado com você sem que acordasse, como pude te querer mais que tudo e te perder, como pude tentar ser o que não era como pude magoar quem não merecia como pude amar o impossível.
A Carta
Estou aqui mais uma vez contando as horas, os minutos e os segundos para poder estar ao seu lado, infelizmente tenho feito isso tanto e não ter a certeza que um dia vamos viver esse amor intensamente me deixa perturbado, no meu mundo já és a mais bela das estrelas que durante a noite passo horas e horas admirando, apreciando ou apenas olhando sem qualquer preocupação com o tempo, que nesse instante não importa, segundos passam e só tenho uma certeza, a de que nascemos um para o outro, o cansaço bate, o sono começa a chegar, o escuro da noite, dar lugar ao sol, e percebo que por mais uma noite não dormi pensando em ti.
Nossas conversas me deixam feliz simplesmente por está falando contigo, porém essa felicidade é ofuscada pela tristeza de não poder te tocar, te ouvir, sentir o cheiro do teu perfume, lágrimas surgem logo minha vista fica desfocada, vejo fotos suas e o que me vem à mente são lembranças do que ainda vai acontecer. Tudo parece tão confuso para nós, o presente é o futuro, o passado não interessa é o que a distância nos faz, ficamos atormentados sem saber se é ilusão ou realidade. Contrariando tudo que aprendemos, sentimos saudade, e nos perguntamos como sentir saudade se ainda não aconteceu de fato, sensação essa que nem os poetas conseguem explicar, todos tentam, mas não nos dão uma solução consistente, apenas nos deixam melancólicos, pensativos e cada vez mais apaixonados.
Por mais difícil que seja já está escrito no livro da minha vida, não quero que sejas mais um capítulo, quero que você seja a princesa e eu o príncipe, quero que tenhamos um final feliz e viveremos felizes para sempre, quero olhar no horizonte e te ver, com os olhos cheios de lágrimas, mas dessa vez de felicidade, quero te ter sob meus braços para poder te dizer o que nem mesmo as palavras mais bonitas poderão expressar, quero olhar nos teus olhos e sem que diga qualquer palavra dizer o quanto eu te amo, quero te beijar e esquecer o mundo lá fora, quero um dia poder terminar de escrever essa história, mas só quando estivermos bem velhinhos, com certeza será a mais fascinante delas.
Prólogo
Tão perfeito que jamais saberia conceituar, para ser sincero não ousaria tanto atrevimento, sendo honesto, provavelmente creio que não seria. Sua peculiaridade impede-nos de saber precisamente o que é? Como é? Por que acontece?
Poetas amam como uma força que vem d’alma, um fogo que arde sem se ver, uma ferida que dói e não se sente uma dor que desatina sem doer, silêncio cujo são ditas as mais lindas palavras, uma loucura, mas que a sempre um pouco de razão nessa loucura ou sendo um sentimento tão grande que, porém se contradiz quando cabe no breve espaço de beijar.
Seria um monstro composto de dois indivíduos unidos por uma força tão romanesca e ao mesmo tempo tão patética. No dicionário definido como afeição cujos objetos são: paixão, entusiasmo, cupido’, não que o amor seja um monstro, apesar de muitas vezes parecer, no entanto o amor uniu dois indivíduos, talvez separe, mas não sejamos pessimistas.
Nos dias atuais, meados do século XXI, para muitos, considerarem-se completo dependem de um alguém ao lado, uma metade perfeita, que ria dos seus defeitos de forma carinhosa, o qual compartilhe de mesmos ideais ou totalmente o oposto para os que acreditam na teoria onde os opostos se atraem nessas circunstancias, alguém que diga sem medo o quanto o ama, para ser a mãe ou pai dos seus filhos, enfim, alguém.
É interessante fazer-se a seguinte pergunta, quando nascemos e crescemos já estamos completos? Biologicamente não há como negar, mas e espiritualmente? Aprofundando mais no assunto, chegamos à conclusão de que quando nos damos conta do que é o amor, geralmente por volta dos 15 anos de idade, na adolescência, é que percebemos que está faltando algo, e não sabemos ao certo que coisa é essa, o que realmente falta.
Até que em um belo dia uma simples troca de olhar, muda, faz surgir a tal força que vem d’alma. Tímidos ou surpresos diante tal acontecido, as mãos transpiram, a voz trava, rosto fica avermelhado, as pernas indecisas.
Pronto! Nesse instante descobrimos o que estava faltando e logo a conclusão de que não nascemos completos é confirmada. Não estar ao lado desse alguém se torna algo assustador, nada mais tem sentido a não ser ao lado dele ou dela, e somos em seguida apresentados ao que quem sabe seja a face de monstro do amor, a do sofrimento.
Temos noção agora de que quando concebidos e crescidos podemos nos considerar completos apenas biologicamente, entretanto se tratando de amor, nascemos pela metade e vivemos em busca da metade perfeita, até encontrarmos e sermos felizes para sempre ou mesmo quando couber esse amor, de qualquer jeito será eterno, a definição metalingüística de eterno não cabe a esse sentimento.
Todavia o mais certo a dizer é que ‘cada um sabe (ou aprende) amar a seu modo, o modo pouco importa e o essencial é que saiba amar’, frase Machadiana que melhor encaixa no contexto do jeito de amar, que de estranho não tem nada, cada qual tem o seu.
Subvertemos o que era simples e perdemos tudo de mais complexo, agora, só o tempo dirá a hora de voltar.
Domingos de Paz
Diante de ti, deixe-me ir!
O que ficou não regressará,
Então porque ficas a me torturar...
Não! Não voltará, passou, acabou.
Suas ligações já não possuem as mesmas vibrações,
Suas frígidas palavras, estúpidas me atormentam,
Não! Não mereço isso.
Deixe-me seguir meu caminho,
Quero apenas passar os domingos em paz
Sem chorar por acusações caluniosas
De quem eu tanto quero o bem,
Preciso deter minhas lágrimas para tentar não mais te amar,
No início da semana o que me resta é tentar,
Amo você e em nome (do que ainda resta) disso vou te esquecer...
Tens que entender,
O amor tal como a vida
Tem início meio e fim,
O último chegou para nós,
Temos que respeitar,
Podemos ser apenas amigos, mas agora não!
Na verdade só o tempo dirá, mas agora não!