Angélica Kafle.
PRISIONEIRO DA VIDA.
Morreu ou libertou-se? Qual será o crime que tivera cometido, que lhe trouxe à essa prisão? Não sei...
Mas alguns, cumprem logo a pena, e então se vão. Outros demoram. E outros ainda, partem sem cumpri-lá.
Não sei de seus delitos, mas ninguém é merecedor desse cárcere cheio de promessas.Promessas que nunca se cumprem.
Eu não deixaria o amor passar, nem por vaidade, nem por orgulho e nem por medo de deixar de viver. O que ninguém percebe é que amar não consiste em abster-se e que estar sozinho nem sempre significa ser livre.
Não confunde-se solidão com liberdade.
Amor que não é entregue, por qualquer que seja o motivo, é desperdício. Mais do que isso, é egoísmo.
Há na vida, muitas coisas que são prescindíveis ou remediáveis, mas o amor, não!
A compreensão é o mais arriscado caminho. Não, eu não a recomendo. Ela te leva ao real, à materialidade das coisas, ou seja, ao imutável.
É preferível não saber, o abstrato é tão mais interessante e faz parte da sutileza da vida. Sim, faz parte da sutileza da vida não entender, porque a melhor realidade é aquela inventada, passível de mutabilidade, que não se paga para ver, que nasce e morre na hora certa e renasce quando necessário, aquela que se basta por si só e que vai além do razoável.
Eu não compreendo, então eu invento.