Andy More

Encontrados 8 pensamentos de Andy More

Fui à igreja com o meu cão, fiquei à entrada a admirar o enorme e magnífico portal, estilo gótico, de uma beleza descomunal... Ele entrou, possivelmente p´ra ir rezar, mas como não tinha pecados não precisou de se confessar.
Estranhei a sua demora, entrei para o ir espreitar, e dei com ele a dormir encostado ao altar.
Penetrei na nave alta e senti um arrepio de frio, pela imensidão do seu vazio...
O padre viu-me entrar na igreja pelo som dos meus passos, e perguntou-me se o cão era meu, respondi-lhe que sim, ele diz-me que o cão não podia ali estar; fiquei indignado pela ousadia de tamanha desfaçatez, ao qual lhe respondi que ele não tinha pecados era feito por inteiro, é apenas um animal sem comparação nem igual.
Após a nossa controvérsia, por final indaguei o padre, que isso era uma autêntica descriminação porque se o cão não podia ali estar as ovelhas também não... Ele encolheu os ombros virou-me as costas afim de ir confessar-se sem emitir qualquer som.
O cão continuou a dormir encostado ao altar, não se incomodando da conversa que estávamos a travar... Neste plebiscito animal reinaram os ecos sem som racional.

Enchi uma jarra de porcelana azul, com as lágrimas que já verti, transparentes de saudade, magoa e amor...
Quando a tristeza não me deixa chorar, enfio as mãos na jarra azul e lavo o rosto com as lágrimas que já deitei...

O amor, no seu conjunto, não se reduz à emoção nem ao sentimento, que não são senão alguns dos seus componentes. Meu coração bate devagar e compassado ao som de uma musica medieval, na esperança que não pare de bater até à noite te abraçar. Te direi por batidas ritmadas com a mesma força do amor que sempre senti mesmo sem nunca te ter tocado, vejo-te todos as noites na minha imaginação, e protejo-te com as palavras da amizade na esperança de não te deixar cair no abandono da solidão, seguro a tua mão e puxo-te em direcção ao infinito onde apenas existe nós dois. Segredo-te ao ouvido muito baixinho - vamos fazer amor antes que o coração deixe de bater.

Inserida por AndyMore

Um dia de manhã, ao acordar, hão-de acontecer coisas para as quais não estava minimamente preparado até então. Levanto-me e começo a trilhar novos caminhos sem destino nem regresso. Levo comigo todas as lembranças guardadas em recordações, afim de evitar poder vir a esquecer-me das minhas origens e morrer a saudade nesse prelúdio. E parto sozinho.
Ao retornar mais conhecedor de quem realmente era e de quem agora sou. Farei por nunca perder o sentido da vida. Aquela que conheço e sinto, e outra que ambiciono desbravar em azinhagas por onde não passou mais ninguém, porque quero lá permanecer sozinho em inexistentes homofobias. Apenas complacente num status quo de conhecimento e paz. Sem a miscelânea dos outros nem disfarces execráveis encenados onde a fusão resplandecente em mim se fundirá só no eu, renasço dentro de mim e liberto o homo sem omitir a espécie de que sou feito.
Nessa terra de ninguém, construo uma cabana junto a um rio que passa ao lado da cama, é nela que me deito no sossego de todas as noites. Aprendi que precisava dar-me ao mundo, partilha-lo, perde-lo de seguida, para depois me encontrar. E só espero que tu chegues um dia.
O céu, as montanhas à minha volta, e o crepúsculo do dia são a única companhia na minha presença. Sinto só o semblante permanecer numa metamorfose equilibrada com a natureza e o espaço dentro do meu corpo doutro amanhecer. Ser feliz não é estar permanentemente bem o tempo todo. Mas olhar para todas as coisas com maior contemplação sem nos exigir o eterno arremesso. Liberto-me do progresso e usufruo da natureza para equilibrar todos os meus sentidos. Aqueles que já possuo na noite e outros que ainda os desconheço durante o dia. Talvez aí, sinta que vivo. Olho as estrelas, medito, e seria aí que talvez também quisesse estar.
E então, um dia voltarei quando a tristeza for apenas uma miragem, e a alegria uma condição sine qua non desse oma-quisi melancólico do hemisfério da vida.

Entre o sonho e o real...

Estacionei, por escassos momentos em memórias descaídas no tempo, onde rasgo palavras perdidas entre silêncios eremíticos... E apercebo-mo da importância que as palavras vão formando como um vínculo a sensações inimagináveis que transformam os sonhos em emoções, como se as estivéssemos vivendo no preciso momento.
A emoção não é mais do que a perturbação das sensações transmitidas pelo sistema nervoso, que, nos chegam ao cérebro e as descodificam para as sentir e definir os nossos sentimentos.

A escrita, consegue transmitir sensações a uma velocidade muito superior do que a própria oralidade da palavra; ela consegue fazer-nos imaginar cheiros, sons e paladar através dos nossos sentidos muito mais apurados numa sintonia perfeita da compreensão que transportamos da realidade para o nosso imaginário.
Servimo-nos de todos os componentes que conhecemos e alteramo-los nos sonhos para satisfazer um prazer que ainda não tivemos e aspiramos a todo o momento para que ele se torne real. Por tal motivo, e não é por um mero acaso que, os sonhos são um dos maiores enigmas do homem.
Numa conversação, focalizamos muito mais a audição na oralidade e dispersamo-nos mais dos nossos restantes sentidos. Ao invés dos sonhos que nunca nos servimos da audição, mas cujos restantes sentidos estão todos activados, e até, muito mais alertados e apurados, por não haver interferências exteriores. Logo não existe a desilusão. A desilusão só faz parte do real, nunca no imaginário do sonho, estejamos nos a dormir ou a sonhar acordado. O homem sonha e a obra nasce... Ou seja, hoje vivemos numa realidade que passou pelo sonho de alguém, os quais, já não nos é permitido sonhar, mas pensar e vive-los. E o pensamento requer silêncio absoluto para a meditação ou reflexão, para nos facilitar a tarefa de fazermos chegar o sonho à nossa realidade.

A vida é precisamente isso, um sonho constante. Sonhamos com o amor que ainda não se teve, regra geral todos sonhamos em querer paz e ser felizes, e transportamo-los para objectivos que queremos atingir.
Sentir paixão em tudo aquilo que fazemos é essencial para o nosso equilíbrio e sentirmos satisfação. Em suma, vivemos em cima de sonhos para justificar a nossa própria vida no desejo de querermos alcançá-los realiza-los e sobretudo vive-los.
É precisamente, nestas circunstâncias, que eventualmente se sentirá surgir angustia o desânimo e o dolorosamente insuportável pelo fracasso. Os quais, nos deixam infeliz e sem objectivos.
A coragem é fundamental, para avançarmos em direcção àquilo que desconhecemos e retirarmos daí as elações da vida que consigamos absorver e construir outros objectivos com satisfatória elevação.

Ladyhawke

Aquele silêncio entrecortado de inúmeras pausas, quando as vozes dos fantasmas vêm pernoitar nos meus pensamentos vazios, queria ter aquela certeza que tudo está bem. Espelho ilusionista que me engana toda vez que o olho, faz parecer tão fácil ou tão simples mas esconde toda a verdade. Queria quebrá-lo em mil pedaços para poder ver o que realmente acontece, deixar de lado toda essa ilusão.

E se achas que isto é recente.... Refuto em dizer-te que não!

Quantas vezes já me surgiram a imagem envolta dos teus sonhos, enquanto eu permaneço nesta quietude recostado no meu canto, adormecido pelos sons que me chegam... E voo neste silêncio, desperto e encontro-te onde te aninhas no teu canto... numa tentativa desesperada em dar-te a mão, como se fugíssemos para bem longe da realidade... irmos simplesmente ao encontro dos nossos sonhos que nos espreitam e nos aguardam nessa vinda do ser em nós, como se no amanhecer nascesse um novo sol que nos aquecesse e nos fundisse.

Nunca tinha sentido o etéreo silêncio assim, a terra podia estar desabitada sem a tua presença em mim, mas mesmo assim, consegui prender-te a mão, adormeci, e fui ao teu encontro. Já a noite ia alta, a madrugada surgia desocupada de sonhos e emoções. Transforma-se em sorrisos, num leito em pétalas de rosas vermelhas. Enlaçados prosseguimos a permuta do instante, ao som de uma doce melodia dessa noite mágica moldada. Ouço o teu toque insinuante, rolamos no chão em que espraias o teu corpo e onde agora dançávamos os dois... Sentes-te sereia imaculada na profundeza desse teu mar e, agora, passou a ser também meu numa fusão transmitida pelo prazer.

Gostaria de estar ai, nesse canto, num presente que fazes teu e o sinto distante do meu, mas não sinto as palavras, elas não surgem nesta memória ausente... O passado já o deixou de sentir e o futuro é o instante onde tu estarás sempre presente. Sinto o impacto das palavras a refugiarem-se dentro do corpo numa suplica... E confesso-me nos segredos que trago escondidos na alma... e é um sobre o Amor, e outro é aquele que muitas vezes se sonha numa Paixão e nos envolvermos com os dois, sem percebermos o significado dessa loucura que nos escapam entre os dedos e lançam ternura e carícia nos corpos rendidos.
São como a mesma veemência das palavras que vou espalhando no vento ensaiando o percurso e as leve a um mar sem praias, onde tu as possas ler e senti-las, aí, sentada no teu canto, em que tudo é perfeitamente possível de acontecer... E quando os sorrisos equivalem a beijos envergonhados, na ternura desse olhar encoberto. Onde se esconde a fragilidade do teu corpo, com receio que ele seja negado ao prazer sonhado! E sempre que penso com as palavras vou-te transmitindo cada sinal neste silêncio verosímil e a ventania eleva-se onde se celebra a missão dos seduzidos.

Inserida por AndyMore

Ortónimo



Observo silenciosamente tudo aquilo que me escapa. Falo com o pensamento e deixo-me levar pela imaginação. É na solidão que os pensamentos se tornam mais graves, mais fantasiosos e tomamos consciência da nossa mediocridade. Ocupamo-nos mais do que devemos no silêncio, e transformamos o acontecimento numa sistemática aventura imaginada.
Agarramos emoções e damos-lhe o significado que julgamos sentir. É na solidão que nos tornamos mais estranhos pela distorção do pensamento, mas mais ousados, no absurdo e destemidos pelo que é proibido.

Esta minha complexa maneira de ser, onde os vícios produzem formas estranhas que se vai sentindo, altera-nos, modifica-nos sem darmos conta disso. Vestimos trajes de diversos tecidos consoante a moda, e julgamos que tudo nos fica bem. Para logo de seguida os despirmos por terem ultrapassado a moda antes do tempo. Vestimos trajes que nunca são nossos. Adquirimo-los como se ficassem depois colados na nossa pele para não nos sentirmos desnudos; e os quais, foram-se acumulando no epiderme alterando a emoção na camada da pele. Nesse crescimento atingimos o nosso limite, mas nunca se consegue anular ou discrepar as sensações. Elas vão surgindo mediante as diversas etapas da nossa vida. Despimos e vestimos as roupas tantas vezes, que deixamos de nos conhecer. Deixamos de nos sentir. Crescemos sempre mais depressa do que evoluímos, e o traje vai ficando cada vez mais gasto e apertado. Fui-me adaptando na aprendizagem natural e evolutiva do tempo, compreendendo o mecanismo das sensações, algumas vezes, decifrando-as e atenuando a escarpa oculta da loucura. E noutros casos, deixando que seja ela livremente a extorquir as rédeas das minhas emoções para me libertar; porém, nunca permito interferências de modo a monopolizar a minha personalidade para não me anular nem arruinar o equilíbrio da sensatez. Persisto sempre em viver dentro de mim, mesmo que os meus defeitos possam incomodar os outros. Eles não sabem que eu próprio os adormeço, para me sentir livre no sonhar... Mas o que me salva desta realidade, é sempre a minha soberana loucura. Gosto de me sentir despido, nu. Mas anseio continuar a galopar entre os mistérios da sensação de viver. Sinto-me mentalmente agarrado à vida, psicologicamente alterado por ela e fisicamente arrumado no meu canto pronto para outra alucinação.
Interiorizo a sensação para que ninguém a veja por fora, cuja apreensão de explorarem o que habita dentro de mim e me neguem as vitórias.

As virtudes são quase sempre inferiores às nossas fraquezas, mas regra geral, elas são superiores aos nossos defeitos. Tenho defeitos como qualquer mortal. Sou imperfeito por natureza, e creio, não iria a tempo de sangrar e tornar-me menos imperfeito. Deixaria de ser eu tal como me conheço, e sobretudo ser unicamente o homem simples que encarno com todos os meus defeitos. Por isso, o melhor é deixá-los estar onde estão, hibernadas no fundo do meu ser... Só os acordo quando estou assustado ou completamente só, para depois tentar entende-los no meu silêncio antes de encontrar o confronto das derrotas.

Porem é na minha sensibilidade, onde encontro os meus piores defeitos, pois é nela precisamente que reside a minha maior fraqueza e a minha dor. E quem não sente dor sofre menos. E isso leva-me muitas vezes a distanciar-me daquilo que propriamente não consigo controlar, mostrando uma aparente frieza como autodefesa. Obstruindo assim, a razão onde não sobressai a teimosia mas sim a indiferença. Muitas vezes, isso implica fazer cedências numa luta constante com a consciência perante as adversidades. Mas mesmo assim, quando me neutralizo, prefiro manter-me na retaguarda, calado, a levantar questiúnculas para não magoar ou ferir susceptibilidades. Mas nem sempre consigo abstrair-me da sensibilidade que me atraiçoa, precisamente por gostar de dizer o que penso. Tornando-se assim, mais cómodo no estado de inconsciência mas incómodo à minha consciência quando não digo o que sinto e penso. Contudo existem pessoas que conseguem despertar o animal irracional e permito-me ter a audácia de os enfrentar com a mesma desfaçatez... Todos me vêem mas poucos são aqueles que sabem sentir-me.
No entanto, há conceitos que raramente abdico, está entranhado na minha natureza. Posso ser simpático, educado ou atencioso mas nunca vão para além disso, quando desconheço o espaço onde me insiro. Primeiro observo, analiso e não forço situações porque iria contra os meus próprios princípios onde valorizaria a hipocrisia e o cinismo. Então penso, e prefiro calar-me quando sei que isso só implicaria desentendimentos desnecessários ou falsas interpretações e me derrotariam na tristeza.
Será que a tristeza acaba quando as lágrimas cessam e o sorriso brota por algo que veio ocupar a sensação do espaço oco e destituído... quando as paredes vazias se fecham sobre nós e o mundo se encolhe e dobra à força deste sentimento...
Esta é uma luta constante perante vida, ela intriga-nos, escraviza e delicia-nos e pulsa dentro de nós. Sou assim nesta paixão inquietante que sinto pela vida nutrindo um amor natural pelas gentes. E é entre algumas das quais, que encontro o meu próprio caminho num equilíbrio emocional e psicológico... Mas nem todas as pessoas que se atravessam nessa vereda conseguem encaixar-se nesta minha estranha forma de ser.
Só as especiais, aquelas a quem daria a minha vida por elas, porque essas, são as que me proporcionaram momentos felizes e sem elas a minha vida não faria qualquer sentido.

Não sou perfeito, tenho defeitos que duram uma vida inteira, todavia, encontrei ao longo da minha existência pessoas que conseguiram entende-los e nisso, sinto-me um privilegiado pela sua tolerância. Foram essas que conseguiram colocar-me sorrisos no rosto e proporcionaram-me momentos de alegria. Assim fui entendendo todos os defeitos que elas tinham e aprendi a conviver com eles em harmonia. Sabendo respeitar todas essas diferenças numa igualdade inequívoca dos direitos e deveres alcançados.
Nunca é fácil ter uma vida em comum quando duas pessoas pensam de maneira desigual, mas quando se consegue equilibrar essas diferenças numa valia ao entendimento, existe uma possível compatibilidade intrínseca de vivências, quando a amizade surge num estado de graça o amor acontece. Sem amor e tolerância dificilmente se encontrará paz...
É enorme a necessidade de sentir-me isolado de quando em vez, onde estaciono para meditar e reflectir, e sentir-me embrenhado na solidão é estar só comigo quando as palavras se vão amontoando no pensamento da escrita e saindo dos dedos da mão soltando sensações que voam ao encontro do meu silêncio sem o arruinar.
Mas quando pretendo sair desse isolamento, tranco a porta da obscuridade e sinto um espaço repleto onde habito e deixo no patamar todos os meus mutismos... E esse é o motivo que me leva a estar bem relacionado com a vida, e faz-me ser uma pessoa feliz por conseguir entender quando a tristeza sobrevoa os meus sorrisos. Onde o amor é um estado de alegria permanente que habita na profundeza da alma, mesmo quando os olhos se encontram tristes.

Brilhos

O fascínio poderá se encontrar em cada frase que escrevemos, nas quais poderão dizer tanta coisa, só com sorrisos delineadas nas palavras, mas também podem distorcer os sentidos que se calam… E na poesia, são os gritos do nosso silêncio que se escapam da alma, e ela nem sempre sente os sorrisos para lhes secar as lágrimas.
Na prosa já assim não é, por vezes torna-se tão difícil transmitir nas palavras, aquilo que sentimos que muitas vezes acabamos por escrever tanto e nada se diz; por que para mim, escrever, é sempre uma tarefa dolorosa quando não encontro um fio condutor daquilo que pretendo transmitir. É como me sinto neste momento. Não sei se a inspiração me falta ou se é o raciocínio que me tolda a razão… ou se foram apenas as tuas palavras que me deixaram neste estado letárgico.

É sempre agradável saber que conseguimos envolver alguém através daquilo que escrevemos ao ponto de incutir um sentimento de fascínio por quem as escreve. No entanto, isso não implica que seja dirigido a alguém especial, e muitas vezes são somente pensamentos que me escapam sem serem elaborados, e tornam-se numa consequência daquilo que se sente na altura, na qual escrevemos o que vai saindo naturalmente, pois na maioria das vezes escrevo para mim… Neste momento, esses pressupostos estão a ser adulterados pela falta de inspiração e do qual este sentimento me devolve uma ingénua culpa, onde nem tão pouco sinto vontade de me defender… Poderia, eventualmente desenvolver um conjunto de frases elaboradas com intuito de te seduzir, mas tu já me facilitaste agradavelmente essa parte, excepto quando referes eu ser um pouco ordinário... Esta parte não entendi, mas também não me vou esforçar para tal, pois é a tua opinião, e possivelmente terás alguma razão para isso… não sei. Além do mais, se neste momento tentasse seduzir-te, seria notório ao leres que eram só para tentar ser agradável. E neste momento não o irei fazer… Aguardo sereno o seu desenvolvimento e deixo-te unicamente um poema de Eugénio de Andrade

O SILÊNCIO

Quando a ternura
parece já do seu ofício fatigada,
e o sono, a mais incerta barca,
inda demora,
quando azuis irrompem
os teus olhos
e procuram
nos meus navegação segura,
é que eu te falo das palavras
desamparadas e desertas,
pelo silêncio fascinadas.

Eugénio de Andrade

Inserida por AndyMore