Andréa Sacchi
O Vento
Sou como o vento. Não no sentido se ser incolor, sou bem colorida quando alegre, mas sei tempestade quando brava, ou simples brisa quando calma... Sou como o vento no sentido de que ninguém o controla, seu humor quem define é a sua força. Quando fraco, o vento é calmo, sereno, às vezes alegre, mas geralmente querendo esconder seu ressentimento, mas sua força vem da fúria, onde tudo que se vê é tristeza, quando às vezes é acompanhado de lágrimas e formando um grande rebuliço de água e ar. Eu só gostaria de ser livre como o vento. Voar e voar, sem laços e obrigações, no mais puro sentido da liberdade. Eu gostaria de me igualar mais ao vento, o que também é um pouco contraditório por eu querer amar. Quem ama cria expectativas, não voa sozinho, gosta da solidão de ser só dois... Também não sei se conseguiria viver sem atenções voltadas pra mim. Ninguém presta atenção no vento, todos se preocupam com a chuva, com a umidade, com a poeira, mas o vento só percebem quando causa destruição, desamor. E eu vivo assim? É, assim sou eu. Não tão majestosa essencial como o vento, mas uma simples admiradora da sua grandeza. Assim sou eu, simples assim - ou não tão simples.
Pra que continuar vivendo de aparências se sou muito melhor que isso?
Precisamos entender que nada é o que não era pra ser.
Esclarecer pensamentos, nomear sentimentos, decifrar a realidade. Tudo isso sem perder a razão.
Porém me parece que já não a tenho... Eu penso que tudo isso seja inútil.
Talvez mesmo entendendo meus pensamentos, mesmo sabendo o que eu sinto e descobrindo o que realmente é real, talvez mesmo assim eu ainda viva em devaneios.
Mas tenho que tentar. Não vou mais me esconder em meus escombros. Posso estar em pedaços, destruída e completamente apaixonada, mas não desisto.
Talvez um dia eu me depare com a verdade ideal pra mim – A minha.
Como explicar essa vontade louca de estar contigo a todo segundo,
A aceleração incontrolável da minha pulsação ao lembrar teu calor,
A ânsia em conhecer insignificâncias, qualquer coisa a seu respeito,
O choro inexplicável, súbito, que me afronta quando em sua ausência...
Sinceramente não sei explicar. Coisas inexplicáveis acontecem...
Talvez seja amor...
O desejo fixado em minha mente
Que me consome a cada instante, me intriga a todo momento
Onde estas, em quem tu pensas, quando chegas?
Meu pensamento te implora
Quero sentir teu calor, teu hálito fresco, tua melanina
A insanidade me devora
Preciso de você agora ou enlouqueço de vez.
Sabe, ando meio que resolvendo minha vida... Decidindo os meus passos, embora eu saiba que nem todos eles são completamente certos...
Preciso abandonar de vez a infância, a ingenuidade.
Mais que isso. Preciso abandonar a ignorância, sair um pouco do conto de fadas, passear pela realidade. É criança demais quem nunca se ausenta do mundo de ilusões.
Mas seria esse o método da evolução? Quem assegura? Das duas uma: É isso ou o total contrário.
Como se pela ultima vez
Me encontre, me desmonte, me chame de indecente
Me ame principalmente quando carente
Quando louca, divirta-se comigo
Como se pela ultima vez.
Diferentes ou iguais, somos o que somos
Nosso amor nos transforma, ou nos enlouquece
Um casal de insanos, nossos átomos e cromossomos
Vibram em sintonia em um conjunto maluco...
Eu e você, como se pela ultima vez
Entremos em combustão
Nossos momentos de loucura nunca se perderão
Mas, como se pela ultima vez
Faça eu me lembrar porque te amo.
Eu sim gostaria de ter quem amo todos os momentos. Assim, não mais sentiria sua falta, não mais me afligiria com sua demora e nem tão pouco sofreria por não saber onde estas.
Alguém talvez diga que assim eu me enjoaria, o que não deixa de ser verdade, porem eu considero uma chatice. Não enjoamos de dormir... Dormir é tão sem graça... Porque nos enjoamos do próprio namorado? De coisas monótonas não nos enjoamos, mas daquele quem amamos sim. Grande sacanagem do Big Boss.
“É como se uma parte de mim amasse muito uma pessoa e a outra parte, a mais sóbria, dissesse: - Sua idiota, ele não presta!”
No geral, ninguém quer amar quem realmente presta. Geralmente, os que são os mais confiáveis, não têm o dom da conquista. Já os ‘não-confiaveis’, ah, eles sim sabem como conquistar uma mulher. Falam difícil, são galanteadores e quase sempre não te amam de verdade. Ou pelo menos comigo é isso que acontece.