Andréa Dias Fernandes
Amizades
Alguns fatos acontecem em nossa vida que nos fazem perguntar quem realmente são nossos amigos.
Será que aquelas pessoas que estão conosco nas festas e comemorações, dão beijos e abraços, fazem elogios a respeito das nossas roupas, cabelo, etc, são as pessoas que realmente querem o nosso bem?
Eu sempre fico na dúvida e sei que amigos são difíceis de encontrar, mas quando isto acontece é uma imensa alegria. Eu já tive e tenho muitos amigos, uns que já faleceram e outros que perdi contato, mas que sempre que encontro permanece aquele sentimento bom, aquele carinho, como se estivéssemos sem nos falar apenas por alguns dias. Porém, existem outras pessoas que convivemos por muito tempo e que são estranhas para nós, as quais jamais podemos considerar amigos. Isto não é um exagero. Aposto que muitos que estão lendo esta coluna concordam comigo, porque normalmente naqueles momentos mais críticos da nossa vida eles somem, desaparecem repentinamente.
Aquela frase muito antiga que diz que os amigos são aquelas pessoas que estão presentes nas horas boas e ruins, mas principalmente nas ruins é verdadeira. Todas as pessoas enfrentam nas suas vidas dificuldades, sejam emocionais, familiares, de saúde, financeira, etc. Nestas horas é que realmente as grandes amizades aparecem, enquanto os “amigos” de ocasião nos julgam e desaparecem.
Geralmente são pessoas que não tem problemas, esqueceram que um dia tiveram ou julgam que nunca vão ter e que nunca precisarão de um ombro amigo. Infelizmente a vida não é tão fácil assim. Precisamos das pessoas. É tão bom aquela sensação de ter feito o bem e talvez assim construírmos um vínculo forte de amizade (quando as pessoas são gratas, é claro).
Será que a falta de pessoas sinceras e amigas ao nosso redor pode ser porque não soubemos cultivar estas amizades, talvez por desconfiança, medo da decepção ou então por pura falta de sorte?
Eu tenho a teoria que é sempre necessário a boa convivência com as pessoas, sejam elas verdadeiros amigos ou não, para evitar conflitos e brigas. Caso contrário, nossa vida seria um verdadeiro inferno. Mas a mensagem mais importante e que sempre procuro falar para meus filhos é que os verdadeiros amigos e que convivemos desde que nascemos estão na nossa família, nossos pais, irmãos, filhos, avós, etc. Este vínculo verdadeiro, construído desde o nascimento, é que nos fará pessoas melhores, com o coração aberto, para também sermos amigos das outras pessoas.
Casamentos felizes
O que torna alguns casamentos felizes e outros infelizes? Certamente são as pessoas que fazem parte dele. No começo tudo é lindo e maravilhoso. As mulheres se arrumam, se perfumam, seus cabelos são da moda, bem pintados, bem cortados. As unhas perfeitas. Desleixo jamais.
Daí vem o casamento, os filhos, daí é aquele horror. Salão de beleza só para festas, talvez por preguiça ou para não gastar. A roupa bem velha, camiseta surrada, pronta para a faxina. Cabelo só amarrado ou bem curtinho (não gasta tempo). A turma das amigas se separa. As novas "amigas" são as namoradas e esposas dos amigos do marido. Acaba o romance, um jantarzinho a dois. Tudo passa a ser aquela rotina. Aquele dia-a-dia previsível. Limpar a casa, lavar roupas, louça, fazer o pão, o almoço, o jantar, as conservas. E o tempinho para o romance, só para o casal não acontece mais. Parece que antes do casamento elas tem uma personalidade e depois adquirem outra. Acho que pensam que o casamento dura para sempre, que a conquista já foi feita. A conquista já foi feita, mas também é uma atitude diária de cada um.
Os homens geralmente não mudam. Se tem a turma de amigos, do futebol, da cerveja, do churrasco, mantém. Se são mulherengos, só pioram. Se são egoístas nas tarefas domésticas, só pioram. Se são violentos, só pioram. Mas a sua personalidade não muda. São o que são. As mulheres é que não querem enxergar e sonham um dia que ele vai mudar: "Depois que nos casarmos eu mudo ele". Mentira. Ninguém muda ninguém. Na convivência no dia-a-dia e com os problemas normais do cotidiano, o "verdadeiro" amor é testado. Às vezes aí está a grande diferença. Quando há amor, cumplicidade, amizade tudo se resolve. Como saber se o casamento está fortalecido? Quando enfrentamos um problema sério, grave e que não desestrutura o casamento, apenas serve para fortificá-lo cada vez mais. Feitos uns ajustezinhos aqui, outros ali e o casamento vai ficando cada vez melhor.
Tem também aqueles casamentos que sobrevivem por muitos e muitos anos, mas o que sustenta não é o amor. É o dinheiro, a conveniência, a acomodação, a cobrança da família, da sociedade e até da religião. Só aparência. Mas isto é problema de cada um. Ninguém. Ninguém pode saber o que se passa dentro de quatro paredes. O que acontece com um casal só diz respeito ao casal.
Acredito também que ninguém deve podar ninguém. Não é porque um gosta de determinada coisa que o outro detesta é que devem cortar estes prazeres para sempre. Muitas vezes é preciso ceder. Um cede uma vez e outro na outra vez. Ajudar nas tarefas de casa, cuidar dos filhos. Infelizmente na vida não podemos fazer somente aquilo que gostamos. Se quisermos viver bem com as pessoas ao nosso redor, como na nossa casa e no nosso trabalho, também precisamos fazer aquilo que não gostamos.
A pessoa que escolhemos para fazer parte da nossa vida deveria ser o nosso melhor amigo(a), que podemos amar, contar sempre nas horas boas e más, compartilhar os problemas e as alegrias, fazer conquistas juntos e, afinal, ser felizes juntos!!!
Inacreditável
Muitos acontecimentos que vemos e escutamos no nosso dia-a-dia são realmente inacreditáveis. Tá certo que a população mundial multiplicou, triplicou, quadruplicou, sei lá. Mas, parece que as coisas que acontecem hoje não aconteciam no passado, pelo menos eu acho. Acontecimentos como um pai matar um filho propositalmente, ou vice-versa; uma mulher doente agonizar por duas horas em um hospital e a enfermeira responsável ficar de braços cruzados sem fazer nada; ou então um simples desentendimento de trânsito acabar em homicídio.
Com o aumento da população brasileira aumentou também a precariedade nas condições de sobrevivência. As escolas não dão conta. A rede pública de saúde não dá conta. Os presídios não dão conta. O trânsito não dá conta. A renda familiar não dá conta. As pessoas então ficam mais estressadas, nervosas, doentes e sentem a necessidade de criar uma armadura para sobreviver. E muitas vezes acham que esta armadura deve vir acompanhada da violência.
Muitas se dão conta deste caos e procuram alternativas. A solução para acalmar o estresse é pessoal. Cada um sabe o que lhe faz bem, como por exemplo, residir em locais mais tranquilos e com mais qualidade de vida, meditar, cultuar uma religião, ou até mesmo consultar um médico, etc. Mas outras não fazem nada. Sabem que estão ficando cada vez mais irritadas, mais nervosas e ignoram. Só que o problema é quando acontece realmente um fato estressante e esta pessoa explode. Geralmente parte para a violência, e daí não adianta mais. Poucos segundos da vida desta pessoa pode terminar com tudo, seja da vida dela ou da outra.
Eu diria que um importante passo para evitar a violência e, mais tarde o arrependimento, é evitar o uso de armas. Quantas vezes escutamos que, em um momento de fúria, a pessoa sacou a arma e atirou por causa de um motivo fútil. Caso não estivesse armada a reação poderia ter sido apenas verbal e nada mais.
Mas, na minha opinião e o que realmente me incomoda é a falta de gentileza das pessoas. Muito poderia ser evitado se as pessoas fossem mais gentis umas com as outras. Tudo bem que a pessoa tem problemas. Todo mundo os tem. Isto não é desculpa. Procure uma solução para eles. Mas, ser agressivo, violento, mal-educado com as pessoas não resolve os seus problemas. Só os aumenta. Quando estiver diante de um conflito com outra pessoa seja gentil, surpreenda. Provavelmente a reação da outra pessoa também será amigável e o conflito deixará de existir. Talvez neste dia você esteja conquistando um futuro amigo. Quem sabe. Na pior das hipóteses, um conhecido. Mas, jamais um inimigo. Pense nisto!
Lucro desvairado
Lucro é bom. É a razão da existência das empresas. Sem o lucro elas fechariam suas portas e muitos trabalhadores ficariam desempregados. Mas devido a grande concorrência, a exigência do mercado, e a necessidade de obter sempre melhores resultados, a busca das empresas pelo lucro está se tornando desumana.
Muitas empresas fazem o social, mas, na hora decisiva para obter a melhor produtividade, o que realmente importa é se a estratégia dará ou não o lucro. Se der lucro, concretizar! E se prejudicar os trabalhadores? Paciência! Que se adaptem!
Não vou afirmar aqui que lidar com pessoas seja uma tarefa fácil. Não é. Porque um funcionário não é 24 horas do dia apenas o funcionário. É um pai, é uma mãe, é um filho, é um esposo, é uma esposa, é um estudante, com todos os seus afazeres e todos os seus problemas particulares. Tudo isto faz parte do pacote. Quem contrata um funcionário recebe todo o pacote de presente.
Alguns funcionários não fazem jus as vantagens e aos benefícios que recebem de seus empregadores. Destroem seu patrimônio, tratam mal seus clientes e seus colegas, não colaboram na execução das atividades em equipe, afinal, estão somente preocupados com si mesmos. Mas, apesar de serem a minoria, existem em todas as empresas.
Mas existem também funcionários que um dia já foram excelentes e que talvez estejam desmotivados. Neste caso, acho importante as empresas fazerem algum tipo de trabalho com este trabalhador para motivá-lo. Muitas vezes apenas a remuneração não é a causa principal da desmotivação. Fatores como incentivos, clima organizacional, colaboração na execução das tarefas igualitariamente entre todos da equipe, sentir-se valorizado, também são importantes.
A tendência mundial será sempre esta e a perspectiva é que fique cada vez pior. Aquela que não se adaptar é engolida pelas concorrentes. E concorrentes hoje não são apenas aquelas situadas do outro lado da rua, mas todas aquelas que ofertam seus produtos e serviços nas diversas formas (internet, catálogos, etc.) em qualquer parte do mundo. Portanto, para “sobreviver” é fundamental que a empresa tenha em seu quadro apenas pessoas competentes. E, para isto, deverão ter a inteligência em diferenciar aqueles funcionários que são competentes mas estão desmotivados daqueles que são realmente incompetentes.
A gratidão
A gratidão é um sentimento que as pessoas tem em relação a algum gesto de bondade que tenham recebido de uma pessoa, uma instituição, uma empresa, etc. Normalmente fazemos o bem não esperando a recompensa, apenas fazemos porque nos sentimos felizes, porque faz parte da missão da empresa, porque é o objetivo da instituição. Mas, mesmo não esperando a recompensa, quem faz o bem espera daqueles que foram beneficiados ao menos a gratidão, o reconhecimento do gesto.
Infelizmente, o que vemos no nosso dia-a-dia são pessoas ingratas, filhos ingratos, pais ingratos, funcionários ingratos, pessoas assistidas por uma instituição ingratas, etc. São muitos os casos e certamente alguém já teve a oportunidade de encontrar com estas pessoas. Nós mesmos, talvez algum dia da nossa vida também fomos pessoas ingratas.
Eu acho que o pior tipo de ingratidão ocorre dentro das famílias. Qualquer pai sabe o sacrifício que é criar um filho, educar, proporcionar o melhor estudo, as melhores roupas, noites em claro quando estão doentes, deixar de fazer um programa, um curso, uma viagem, uma aquisição por causa dos filhos. E quando crescem? A maioria sabe agradecer, mas muitos ignoram tudo o que receberam dos seus pais e os abandonam, os desprezam. Não visitam, colocam em asilos, não dão assistência, maltratam, seja com gestos ou palavras. É claro que os pais nunca devem deixar de fazer o melhor para seus filhos pensando que um dia este poderá o abandonar, mas também deve dar o exemplo e bons ensinamentos para que seus filhos, no futuro, sejam pessoas agradecidas. Tem até aquela frase famosa que diz “tudo o que um pai faz para um filho, um filho não faz para um pai”. Existem também alguns casos em que pais que não souberam proporcionar uma vida feliz aos seus filhos e, quando ficam mais velhos e que requerem mais cuidados, cobram dos filhos a atenção. Alguns destes filhos, mesmo magoados pelas atitudes do passado, sentem-se na obrigação de cuidar deste pai, dando amor e carinho. Outros já não tem o mesmo gesto.
Acredito que cobrar a gratidão das pessoas é algo que não devemos fazer. As pessoas tem ou não tem no seu coração o sentimento da gratidão. Somente quem sofreu a ingratidão de uma pessoa é que pode dimensionar o quanto machuca. E, após muitos e muitos machucados, mesmo a pessoa sendo bondosa, pode se tornar fria e receosa em continuar a fazer o bem. Não deve. Se fazer o bem faz parte de sua índole, de sua personalidade, continue. Isto lhe fará se sentir bem e isto é o que realmente importa para você ficar feliz.
Pessoas
Escrever sobre as pessoas é complicado porque também somos seres humanos. Podemos ser, na maior parte da nossa vida, uma pessoa boa, mas, certamente, em algumas ocasiões tivemos algumas atitudes incorretas. Afinal, somos seres humanos e, portanto, algumas vezes somos egoístas, fracos, maldosos, gananciosos, fofoqueiros, invejosos, etc. Ninguém é perfeito.
Quantas vezes nos deparamos julgando as outras pessoas ao nosso redor. Mas, como escrevi outras vezes, cada um tem uma história e uma bagagem. Esta bagagem que é única, ou seja, a educação recebida, o sofrimento passado, os problemas já enfrentados, que faz com que a pessoa tenha determinados defeitos e também determinadas qualidades.
Porém, apesar de certas atitudes negativas que as pessoas têm, e que talvez possam ser justificadas pela sua história, não impede que nos magoem, nos deixe triste, nos deixe “sem o chão”.
Penso que nestas ocasiões devemos parar, respirar, e respirar novamente. Jamais reagir. Sei que isto é quase impossível. Pois, quando estamos com a cabeça quente falamos qualquer coisa sem pensar e, certamente, nos arrependemos mais tarde. Isto é praticamente um exercício. Escutar e assimilar somente aquilo que nos faz bem.
Se determinadas atitudes de uma pessoa não nos agradam sugiro que convivam com esta pessoa civilizadamente, mas somente o necessário, o que não pode ser evitado.
Mas também devemos reservar para a nossa vida apenas atitudes que façam o bem para as pessoas e que não as magoe. Não devemos fazer aos outros o que não queremos que nos façam. Lembrei-me da parábola da três peneiras e deixo como sugestão para você refletir: Verdade, Bondade e Necessidade: Antes de falarmos algo devemos passar pelo crivo das três peneiras: A primeira peneira: A Verdade.
”Você averiguou se tudo o que você quer dizer corresponde à verdade? Está comprovado? É verdadeiro?”
A segunda peneira: A Bondade. “Aquilo que você quer me contar; e que não foi comprovado ainda; ao menos é bom?”
A terceira peneira: A Necessidade. “Será que aquilo que te preocupa é tão necessário assim?”
“Se aquilo que você quer dizer a respeito de alguém não é verdade, nem bom e muito menos necessário, então enterre e esqueça para que não envenene a mim e a você mesmo”.
Escola X Educação?
A escola para uma criança ou adolescente deveria ser o segundo lar, pois é o local onde eles permanecem por mais tempo depois da própria casa. Não acho que a escola deva ser a responsável por 100% da educação, mas certamente deve ser um complemento e, talvez em alguns casos, ser responsável por educar em 100% aqueles jovens em que os pais são ausentes ou negligentes com a educação dos seus filhos. Muitas vezes os pais esperam que a escola faça milagre como ensinar seus filhos a respeitar os mais velhos, adquirir o amor pela leitura e por línguas estrangeiras, boas maneiras ao tratar os colegas, professores e funcionários, etc. Como fazer um aluno não falar um palavrão na escola se em casa isto é bem comum, como impedir um aluno de agredir outro se em casa os pais se agridem e agridem os seus filhos, como um jovem vai gostar da leitura se nunca viu os pais lendo um livro sequer? Isto sim é milagre, mas milagres são possíveis. Existem muitos jovens que são uma aberração, passam aprontando na escola, não querem saber de estudar, são violentos, parecem que vão para escola apenas para cumprir uma mera formalidade para algum dia receber um certificado de conclusão. E muitos pais destas aberrações acham seus filhos o máximo, acham que os professores tem a obrigação de aturar a falta de educação, que os professores jamais devem impor sua autoridade e que os filhos estão certos. Errado. Estes filhos vão sempre acreditar que ser uma pessoa mal educada, violenta, desinteressada está certo porque seus pais, que são a sua principal referência, lhes dão razão. Já vi até pais, que também são professores, terem este comportamento. Isto é inacreditável! Existem também aqueles pais interessados na boa educação de seus filhos mas que são ingênuos, porque mandam seus filhos para a escola e não fazem o devido acompanhamento. Seus filhos podem se misturar aquelas "frutas podres" e acabar se estragando. Não basta ter proporcionado boa educação, tem que acompanhar, saber como está a escola, como estão as tarefas, as notas, com quem está saindo, onde vai, como vai, o que vai fazer. Geralmente os filhos reclamam destas cobranças, principalmente na adolescência, mas no fundo gostam, porque sabem que são amados e que seus pais se interessam por eles. Felizmente ainda existem aqueles filhos esforçados, estudiosos, com pais que valorizam a cultura e a boa educação e que são a motivação de muitos professores em continuar na luta. Pais que muitas vezes não tiveram a mesma oportunidade que seus filhos estão tendo e querem fazer o máximo em proporcionar o melhor. Claro que deixar um terreno, uma casa, um bem material é importante. Mas isto pode acabar um dia. O conhecimento, o estudo, a cultura, a educação, isto não acaba nunca, só aumenta. E quando pais e filhos tem a consciência disto, melhores serão as chances de sucesso no futuro. Mas, voltando para as escolas. Acho que também não estão completamente certas. Acho que entraram no ritmo da folia. Ao menos algumas. Cobrar mais. Mais leitura, mais deveres de casa, mais reuniões periódicas com pais e alunos, reprovação no caso de incapacidade do aluno em seguir em frente, valorização dos alunos esforçados, mais disciplina no pátio, nos corredores e punição severa para os "infratores". Sei que não deve ser fácil. Muitos fatores impedem os administradores das escolas tomarem atitudes mais drásticas. Mas uma escola é como qualquer outra instituição, e assim deve ter normas claras e que devem ser respeitadas pelos alunos desde as séries iniciais. Os pais e alunos que desejam fazer parte desta instituição, devem se adequar a estas normas. A escola deve ser firme nesta cobrança, e isto só será possível quando tiver o respeito da comunidade, senão as cobranças serão inúteis, porque não serão levadas a sério.
Agradecer, agradecer e agradecer.... E, jamais reclamar!
Parece hipocrisia, mas não é. Eu sei que o certo é fazer isto, mas sei que nem sempre faço. Aliás, nós, seres humanos, nem sempre fazemos. Adoramos reclamar. Reclamar do tempo, das crianças que incomodam, dos preços que aumentam, dos políticos, de ter que acordar cedo para trabalhar, de uma simples gripe, de ter que enfrentar em uma fila, dos vizinhos que chateiam, do chefe. Estamos sempre reclamando....
Mas nunca pensamos na dádiva de termos saúde para podermos acordar todos os dias para trabalhar ou estudar, seja em um dia chuvoso ou ensolarado. De possuirmos um trabalho, afinal quantos estão desempregados e desejariam ter um emprego como o nosso. De chegarmos em casa e encontrarmos nossa família, nossos filhos, brincando e fazendo maluquices. De termos a possibilidade de comprarmos comida e objetos de nosso desejo, mesmo que moderadamente porque o dinheiro é curto, mas, ao menos, não passamos fome e frio.
Também reclamamos de certas situações que nos acontecem, dos problemas que surgem. Ficamos muitas vezes meio bobos nos perguntando por quê? Não adianta reclamar, afinal todos tem os seus problemas. Uns mais pesados, outros mais leves. Ninguém escapa deles. A vida não é uma perfeição (acho que se fosse perfeita não teria muita graça!).
Se algo não está indo como tínhamos planejado, é fundamental que tenhamos paciência, muita calma nessa hora! Seguir em frente acreditando que, no final, geralmente tudo acaba bem. Tudo tem uma razão de ser. É certo que existe um destino traçado para cada um, mas também é certo que todos podem reverter este destino para alcançar uma vida melhor. Para isso são necessárias algumas atitudes e qualidades, como a gratidão, a honestidade e muito, muito trabalho.
Agradecer a Deus, a tudo que possuímos, aos nossos pais, aos nossos filhos, ao trabalho, a saúde, aos amigos, ao tempo. Antes de reclamar deveríamos pensar que existem pessoas em pior situação que a nossa. Sempre achei que isto não é consolo para ninguém, mas pode nos reconfortar e aliviar o nosso sofrimento. Bons pensamentos atraem coisas boas, maus pensamentos atraem coisas ruins!
Problemas ..... Quem não os tem?
Quem não tem problemas? Todos nós temos. Desde os mais ricos, os mais bonitos, os mais inteligentes, os mais sortudos. Não importa! Ninguém escapa deles. Problemas grandes, pequenos, sem solução, insignificantes, tanto faz...
Uns tem um probleminha e o transformam em um problemão. Sofrem, choram, reclamam, falam pra todo mundo. Querem compartilhar com todos as suas dificuldades, como se fossem o centro do universo. Outros realmente tem um problemão e nunca falam nada, enfrentam com sabedoria e resiliência o que a vida lhes apresentou.
Nós, seres humanos somos muito apegados aos nossos familiares, com algumas exceções. Filhos, esposo (a), pais, mães, tios, primos, avós. A perda de um deles nos causa grande sofrimento.
Também somos apegados aos nossos bens materiais, não que isso seja correto, mas muitas vezes eles se transformam em valores sentimentais: casa, móveis, fotografias, eletrodomésticos, roupas, jóias, livros, recordações.
Agora, imagine perder praticamente tudo isto ao mesmo tempo! Aí sim é um problemão, que muitas vezes não pode ser solucionado, porque vidas perdidas não podem ser recuperadas. Temos a possibilidade de reaver apenas os bens materiais. Realmente é angustiante perder tudo aquilo que conquistamos em uma vida toda de trabalho e sacrifício, todavia, nada se compara à ausência das pessoas que amamos.
E, conforme temos acompanhado na mídia nestes últimos dias, episódios assim estão acontecendo na “novela” real da vida, em várias partes do mundo, principalmente no Brasil. Pais que perderam seus filhos, sua casa e, provavelmente, seu trabalho. E daí? Como recomeçar? Na verdade não sei nem o que dizer porque nem consigo me imaginar nesta situação.
Então, por que reclamamos de tudo? Estou sendo repetitiva sobre este assunto, mas ele muito me incomoda, o que me remete a uma oportuna reflexão: será que realmente temos um problemão ou um probleminha na nossa vida? Cada um deve julgar. Jamais devemos nos conformar com ele, existindo alguma solução, é lógico. Mas, o que não se pode é ficar acomodado. É necessário ter sabedoria para saber diferenciar aqueles que podem ou não ser solucionados e tocar a vida pra frente. Torna-se oportuno citar, mesmo que parcialmente, o sábio ditado: ”Para todo mal neste mundo existe um remédio ou não. Se existe, trate de encontrá-lo...”. E sempre agradecer a Deus pelas coisas boas e orar para que estas calamidades jamais aconteçam nas nossas vidas. E, para aqueles que agora sofrem e não estão tendo a nossa sorte, a nossa solidariedade, material e espiritual.