André Ricardo de Amorim
Quase sempre, tudo não é para alguém. Tudo, quase sempre é por causa de alguém. Sempre, tudo, quase não vai além. Só existe um único porém... Deixe fluir, vai sentir, é isso que pensou.
E se um poeta eu fosse?
Eu diria com explendor e magia
o amor que me contagia
esse seu beijo molhado
Eu diria mil vezes, as vezes
que me pus a pensar, em algo falar
sobre seu sorriso gostoso
Mas poeta não sou
vou me conformar em apenas olhar e beijar
sem nada dizer
Porém se deixar eu pintar
vou exemplificar
o que sinto aqui dentro.
você vai admirar sem nada falar
ou definir o q sente
[...]Então vamos amar e sonhar
até o prazo acabar
vamos sorrir e viver
só eu e você
não pensar, só agir
até o dia vir.
E quando chegar a dor
suportaremos com amor
Se não fico até o final
não é por mau...
é q esse avatar quer viver
sem dever(sem poder)
quer sorrir sem pedir
e dever sem saber a quem prover
(ou pedir?)
Ah se tudo que eu penso fosse posto em poesias. Te daria um campo de flores, onde só no paraíso verias. É que a poesia me fantasia, e faz-me da arte viver... e viver na hipocrisia, sem utopia, é contudo sofrer
Quem é você, que me tira o juízo?
...e meu cabelo me faz alisar
quem é você, que me arranca suspiros?
...e minhas pupilas faz dilatar
Quem é você, que me faz sonhar?
...e acordar sedento de beijos.
Me diz!
quem é você?
Vem realizar meu desejo!
Por hoje não direi o que penso
é que vício tem que se controlar
Por hoje farei uma pausa
até que possa novamente sua boca beijar
Só hoje darei descanso
para que você possa acompanhar
Tantos ontem passaram
sem q eu te tocasse, abraçasse
entediado de escrever
E quando o amanhã chegar
irá me inspirar e renovar o que sinto
Mas por hoje, só hoje
não alimentarei essa ânsia
de querer me expressar
Qual a razão dessa exposição
e total abnegação
dos segredos do coração
para satisfação
de alguém com noção do que sinto?
Porque não deter
conter e jazer
esses sentimentos profundos e cruentos
que expõe o meu mundo
amoroso, vaidoso
ufano e insano?
Duvidas que és para tu que escrevo com veemência? Não percebes em meus olhos quanta eloquência?
Sua insegurança, ende, é forte
mas serei seu suporte
te darei proteção
não temas, sabei
segura na minha mão!
Tudo que escrevo tem um destino certo, liberto
Feito por elaboração, da intuição
É que depois que escrevo, esqueço
Permanece apenas a emoção, no coração
ou será que na mente? (Depende!)
Ontem sonhei que era um poeta
a fazer canções de amor
Acordei, me vi um pateta
senti o langor
Agora em frente a uma tela
escrevo todo devaneio sucinto
Todo resquício grafado no papel
num recinto
É tudo muito indistinto
como se minotauro fosse
dentro de um labirinto
facundo, terno
- eu não minto!
Só ao te ver tudo fica certo
cantado como uma loa
Pois é na canoa
do destino ferrenho
na proa
com divino empenho
Que estamos navegando
decerto, antecipados
A ver o futuro incerto
não longe, bem perto
De um fim malogrado e tirano
de um sentimento humano
Esse é o destino
insano, fadado ao sarcasmo.
Não adianta olhar
e tentar decifrar
o que escrevo em versos
É que só vai encantar e euforizar
o destino, à quem me expresso.
Hoje estou cansado
bem pouco inspirado
pra rimas montar
É que poeta não sou
só escrevo com amor
pensando em você
Agora vou descansar
quem sabe sonhar
em um poeta ser
E quando acordar
vou enfim recitar
e frases tecer.
Em tudo que escrevo
verdades existem
por poeta vou passando
sem ter diretrizes
Por aqui vou expressando
com um único alanco
viver de amores
não morrer como santo.
Todos os versos que fiz
na minha mais nobre invenção
foi por ti tudo que escrevi
não foi uma paixão em vão
Por mais que tenha q acabar
um fim verídico não darei
estarás sempre em mim
e mais uns versos por ti eu farei
Pois enquanto a hora não chegar
vou expressar o que sinto
vou externar os desejos do fundo
e viver no meu mundo distinto
Isso é para que não esqueças
os momentos que tivemos juntos
não foi história de castelos
nem fadas, nem heróis de outros mundos
Mas foi digno de uma história devota
como Romeu e Julieta outrora viveram
em castas opostas, uma guerra travando
vivendo uma paixão, com uma única meta
Mostrar para o mundo o bem verdadeiro
que para o amor não existe limites
Só uma lei move o mundo em conjunto
amar e ser amado, eis o decreto inteiro
Ontem tive um sonho
Muito real parecia
Foi um tanto risonho
Coerente em demasia
Me ensinastes gramática
Talvez até teologia
Te falei da retórica
Toquei na filosofia
Me mostrou um adjetivo
Que o chamei de beleza
Me disse um transitivo
Direto, senti a pureza
Em meio as aulas severas
Descansamos minutos de ouro
Beijos molhados me deras
Em amor me sentia calouro
Bom aluno, aprendia
Mas queria tudo de novo
E não foi ironia
Por um sorriso maroto
O amor se fundia
Foi um sonho relâmpago
Acordei sem saber onde estava
Pois atacou o meu âmago
Levantei e senti a ressaca
Agora lembro e te conto
Um sonho gostoso vivido
Não é o fim do raconto
Só o que tenhas pedido
Quando terminares de ler
Do sonho saberás o bastante
É que é o mesmo clichê
Que outrora sonhaste antes
é bom saber, ver e sentir
Um sonho contado em versos
Vou sentir prazer em dormir
Sonhar e fugir do meu ego
Chegou a hora, e agora?
Me diz: 'é brincadeira!'
Ou então, me acorda!
Eis aí uma boa maneira
Me diz: 'estás sonhando!
coisa do inconsciente
meu querer eu que mando!
eis o seu grande presente!'
Me perdoe pela atitude
Egoísmo de impertinente
Altruísmo é uma virtude
E pra mim conveniente
Acabou-se a ilusão
Terminou a fantasia
Chegando depressão
Assim termina o dia
Eis o fim do carnaval
Ecoa a voz do silêncio
A voz tenaz habitual
(ouço como auspício)
volto com a rotina
(à vida ou à partida?)
Se fecha a cortina
Agora é vida real
Todo carnaval tem seu fim
E minha vida é carnaval
Então será o fim pra mim?
Não. é só um vendaval.
Sinto cada vez mais nauseante
devido aos sagrados cordões reluzentes
o cheiro podre da riqueza dissimulada
não quero ser esse ser indolente.
Estava em minhas mãos, embalada
Só seu cheiro eu sentia
Minha boca secava, dormente
Seu beijo me anestesia
Palpitava forte o coração
Parecia alegria, euforia
Mas no final depressão
Solidão, a nostalgia
Foi isso que hoje senti
Quando contigo sonhei
Lembro de quando te conheci
Percebi como perecerei
Senti o beijo da morte
Partindo meu coração
Enxerguei um contraste forte
Lembrei seu visual habitual... numa explosão!
Usava um batom vermelho
Vermelho sangue parecia
Em contraste com sua pele
Logo, um efeito neurastenia
Então encontrei branca de neve
Com o contorno dos lábios vermelho
Misturando o sangue com neve
Apreciei um gosto revelho
No fim a tal branca de neve traiu
O homem que por ela viveu
Sem piedade o coração dele partiu
Com um sorriso, um último suspiro deu
Pois ele morreu. E a branca?
De neve só tinha a frieza e a cor
Se espalhou no suspiro do cujo
Apenas um sonho, e aquilo me acordou.