Andre Pesilva
Acendo um prazer dispensável,
sento e trago na vida,
tristeza que passa:
Pessoas desconhecidas.
Pessoas diferentes.
Tento conhecer
esqueço quem sou,
sem saber quem são
as que realmente
me conhecem.
Volto para casa,
sonho com outro mundo,
do nascer ao braço do mar,
tenho a paz das árvores no campo.
Pássaros pairam ao meu lado.
Sou um deles!
Tudo lindo, tudo tranquilo, tudo maravilhoso!
Só faltou um romance!
Para que parecer com os homens
que acordam lúcidos?
Carentes de assuntos,
com os seus sonhos e os segredos
guardados na gaveta
do criado-mudo...
A infância vai, a criança senil fica,
ao menos farto de anos,
comemoro os melhores dias nesta vida,
até que eu pisque um olho, acordado,
quem é já nasce pronto!
Perguntam o que penso,
ébrio, o meu silêncio é sincero.
Peço a saideira, ensaio a saída, outra rodada...
Perguntam quem sou.
Penso e não mais estou.
Mãos à obra,
pé na estrada,
o resto é prosa fiada!
Ah! Que saudades!
O meu bem!
Ah! Que saudades!
Da “Rua Das Ilusões Perdidas”,
que terminou, numa bela
e “Doce Quinta-feira!”
Hoje pela manhã,
senti a mesma insegurança
que me confessou um dia,
enquanto dava
sem saber
a proteção que temia!
De mãos dadas com os sentimentos,
caminhei na esperança,
os sonhos amigos,
as emoções parceiras,
repulsei o ódio,
que a ira traiu, passageira,
quando o fraco batia,
acolheu-me um desespero.
Eu já me abriguei nas paixões.
Moro no amor!
Descobri quem sou,
palavras de amor, são o que tenho.
Não sei para onde vou,
mas não ignoro de onde venho.
Pitágoras me empresta uma máscara,
para que eu possa conquistar um amor
somente com o poder das palavras,
não quero expor o meu rosto
a quem tem soberbo gosto
e não enxerga a beleza
que tem dentro do meu corpo.
sou eu Os trinta Valérios,
espalhados, por todos
os lados. Encontro-te
na beleza adolescente
de Marília de Dirceu!
Durmo cedo,
sonho que sou uma criança,
canteiro de areia,
palmeiras imperiais,
brinquedos solitários,
o dia é gigante, maior que a idade!
Redescobri nos dias
feitos para nós,
já não os tenho,
como outrora,
eu estive
apaixonado
por você e pela vida!
O dedo bate na corda do violão,
bate uma saudade!
As mãos batem no tambor,
bate uma solidão!
Estou no som da dor,
não há lamento no silêncio.
Coração por que me inquietas com tantas paixões,
já não basta bater, para manter, o meu corpo vivo?
Partido por dentro
procuro a minha outra parte.
Pessoas percorrem
entre os carros,
o tráfego para a cidade.
Prefiro um abraço!
Sem cortar fila,
vou esperar
por toda a minha vida,
até você passar por ela.