André Morrot Hemerly.

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A dor de quem parte é menor do que a dor de quem fica, pois quem não parte, fica com o peso da vida que não mudou.”

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Poema é a obra do Poeta e a Poesia é o Poeta

Inserida por Morrot

⁠Quando o amor bater na sua porta esteja preparado:
Seja um Homem livre para recebê-lo;
Seja um Homem amoroso para guardá-lo;
Seja um Homem sonhador para vivê-lo.

Inserida por Morrot

⁠Devemos combater o vício da certeza.

Torna-se urgente aprender a olhar não somente o novo, mas aprender a olhar de novo.

Inserida por Morrot

Quando me calo ao ver injustiças,
Permito ao chicote zurzir...
Quando me calo à beleza da vida,
Abro a porta para a morte entrar...
Quando me calo ao ver teus olhos,
Aceito viver na solidão...
Quando me calo para uma borboleta voando,
Não vejo as rosas no jardim...
Quando me calo para uma criança chorando...
Deixo a vida, com com certeza, mais triste,,,
Quando me calo, calo-me apenas,
Fecho os olhos e esqueço de mim...

Inserida por Morrot

⁠O Retrato

As lágrimas que na face rolaram

Cicatrizes no retrato deixaram

O riso puro que na foto existe

Fica sendo mais tarde o toque triste.

A cor que era viva o tempo apagou

Triste olhar na foto foi o que restou

O sonho da vida torna-se passado

Só lembranças no peito já cansado.

Na imagem da criança agora eu noto

Já desejava a vida além da foto

E o adulto cansado de não viver

Consegue escutar na foto sem cor

O coração da criança sem dor

Bater forte querendo apenas ser.

Inserida por Morrot

Quando uma pessoa lembra muito do passado com saudades é porque o presente não é o bastante.

Inserida por Morrot

Não sou de direita e nem de esquerda, tão pouco do centro, nem ocupo a posição de cima ou de baixo, se é que existem como definição politica...

Ocupo a posição vertical na Terra, ando, sorrio, choro, leio, odeio como qualquer vil Humano.

Ocupo também, às vezes, uma posição horizontal quando durmo ou amo, embora essa posição será para sempre no final.

Morrot

Inserida por Morrot

Quem dera pudesse nesse meu cantar,
Reviver o canto alegre dos pássaros.
Adormecer entre sonhos de criança
E num leve sopro de mãe despertar.

Inserida por Morrot

⁠Queria ver teus olhos com meu olhar de hoje,

Ver seu olhar ao perceber o que hoje sou.

O espanto seria meu e a tristeza seria sua.

Olharia para mim como um estranho que olha para um espelho…

O que vc diria para mim?

O que eu diria para você?

Eu teria a ternura de um pai…

Você teria a angústia de um filho…

Eu olhando o que um dia eu fui,

Você sabendo no que se tornou

E os dois chorando por um passado e futuro

Inserida por Morrot

⁠Minutos, horas, somam-se anos...

A vida surge nas mãos postas.

A cada dia novos desenganos,

Tantas perguntas sem respostas.

Minutos, horas, os anos passam...

No íntimo resta uma esperança.

construir um mundo em que se enlaçam

O amor e amizade sem cobrança.

Inserida por Morrot


No início dos tempos, sem haver o tempo, existia o vazio, o nada...

Uma escuridão sem limites, sem claridade, existia o silêncio, o vácuo...

Um universo ainda não nascido, um infinito sem área e inconspícuo.

Surgindo do vazio, Deus grita por luz, explode a vida numa jornada.

Inserida por Morrot


Quem dera o tempo não existisse, fosse apenas uma ilusão
E que a vida fosse somente um simples passar das horas.
O medo da noite eterna me persegue na aurora,
Os vaga-lumes brilham como estrelas na minha noite.

No quarto o monstro da madrugada flutua perfumado,
Sinto o aroma da fronha nos meus sonhos verdejantes,
Nunca disseste que a vida era dura com quem vive,
Nunca sorriste para mim com a ternura de um olhar infantil.

Inserida por Morrot

⁠O perdão requer também o arrependimento sincero de quem vai ser perdoado, não há perdão se não houver arrependimento de quem cometeu o erro.
Não posso dar o que não me foi pedido.

⁠Tempo! Tempo cruel e ingrato,

Por favor, não pare, volte atrás...

Devolva o sonho e a esperança,

Torna-me novamente criança,

Depois eu morro e nada mais...



Devolva as brancas asas foragidas

Ao meu coração sofredor.

Leve para longe esta negra tristeza,

Devolva a infantil e pura realeza

Que era viver num tempo sem dor.

Inserida por Morrot

⁠Eu derivei meu amor
Mas percebi que o limite
Tendia para o infinito.
Como solução
Somente a integração.
Usei a integral indefinida
Para calcular seu tamanho
Mas percebi
Que era n-dimensional.
Então achei
Que era tudo relativo.

Inserida por Morrot

⁠Cheiro de infância risonha no fogão,

Lenha queimando em ardente brasa

Criança adormecida voando alto

Num mundo colorido e sem asa.

Gosto de café com amendoim torrado,

Perfume do campo lembrando flor.

Lençol branco secando no varal

E no peito da criança somente amor.

Inserida por Morrot

⁠No jardim, coloridas flores nasciam
Éramos jovens e o futuro bem distante
O sol tocava levemente nossas faces
A felicidade, naqueles dias, uma constante.

Tua pele, pura seda, sempre perfumada
Teus beijos tinham gosto de hortelã
Passeávamos pelo jardim de mãos dadas
Vivíamos alegres num hoje sem amanhã.

⁠Em cada verso lido, em cada verso escrito, tenho em mim, os sentimentos de todas palavras que formam a poesia viva e que teimam em existir em cada respirar, em cada lágrima que rola no meu rosto, em cada sorriso que ficará perpetuado na foto da vida, cuja cor será amarelada pelo tempo, até que por fim, com meus olhos cerrados, num sono profundo, na cama eterna do túmulo, a poesia continuará, não mais em mim, mas em alguém que lerá meus versos.

⁠Se um anjo de olhos claros, cabelos dourados e encaracolados, com um olhar meigo e lábios úmidos de infância, descesse à Terra e me concedesse um único e derradeiro pedido, para que eu possa viver que por medo não vivi ou para que eu possa corrigir o que por mim foi vivido, se uma última chance me fosse dada por esse anjo que possui o olhar de quem indaga e a boca de quem não responde, se uma última chance me fosse dada, eu não iria desejar não morrer, iria apenas desejar não ter nascido, para nunca em momento algum sentir falta do que já passou ou muito menos sentir falta do que nunca existiu.

Inserida por Morrot

⁠O dia rasgou a noite num horizonte vermelho, afastando as estrelas como as velas dos barcos que se distanciam ao navegar no imenso oceano.
Trouxe seu sorriso de infância, num retrato de um passado envelhecido pelo tempo.
E o amarelado do retrato transformou-se em rugas no semblante do adulto que olha o horizonte a procura dos sonhos não realizados e que se tornam nevoeiro, flutuando como fantasmas atormentando as estrelas no mar infinito.

Inserida por Morrot

⁠Da janela da minha casa vejo meu quintal...

As árvores, as montanhas e o azul do céu que corta seus cumes,

Tudo que está além da minha casa é o meu quintal...

Posso andar, navegar, sobrevoar... basta apenas sonhar...

Da janela da minha casa vejo teu olhar refletido no meu pensamento,

Teus olhos cor de folha de abacateiro...

Mais fácil penetrar na profundeza do mar

Do que entender o silêncio do teu olhar.

Da janela da minha casa contemplo o mundo

Com ar de filósofo...

Inserida por Morrot

⁠Ainda sinto o perfume da fronha acalentando o medo da noite eterna e com teus olhos me velando, entregava-me ao sono profundo;

Ainda escuto tua voz na sala, quando deitado, ficava esperando o monstro da noite chegar flutuando no escuro do quarto de dormir;

Ainda sinto os delírios da febre na pele, suando na cama, tendo tua presença na doce mão tocando minha testa, fazendo-me crer que na manhã seguinte ouviria os cantos dos pássaros num cantar de mulher;

Ainda vejo os brinquedos no chão, onde criança eu construía os mundos, habitados por duendes e monstros e protegidos por um olhar atento de uma mulher;

Inserida por Morrot

O passado é um sonho na memória, é a vida que parece que não foi vivida e o futuro é a ilusão de um sonho, é a vida que nunca será vivida.

Inserida por Morrot

⁠Mãe querida

Ainda sinto o perfume da fronha acalentando o medo da noite eterna e com teus olhos me velando, entregava-me ao sono profundo;

Ainda escuto tua voz na sala, quando deitado, ficava esperando o monstro da noite chegar flutuando no escuro do quarto de dormir;

Ainda sinto os delírios da febre na pele, suando na cama, tendo tua presença na doce mão tocando minha testa, fazendo-me crer que na manhã seguinte ouviria os cantos dos pássaros num cantar de mulher;

Ainda vejo os brinquedos no chão, onde criança eu construía os mundos, habitados por duendes e monstros e protegidos por um olhar atento de uma mulher;

Ainda sinto o cheiro da janta a penetrar no quarto de dormir como plasma de uma física ainda não vista, misturado ao doce perfume de uma mulher;

Ainda escuto minhas palavras duras de criança, como quem não enxerga o mundo cruel além do quarto de dormir, palavras que se tornavam doces no ouvido atento de uma mulher;

Ainda sinto o medo, quando numa noite, perdido no jardim da fazenda, olhando os vaga-lumes como olhos brilhantes de monstros noturnos, gritei desesperadamente por um nome de mulher;

Ainda sinto a vontade de crescer, de me tornar livre e independente, de voar até onde as asas dos sonhos possam levar e me ver caindo num vácuo profundo nos braços de uma mulher;

Ainda me revejo criança, nos anos efêmeros da infância, onde a vida vivida era os sonhos sonhados no doce desejo de uma mulher;

E quando Marcelina me trouxe o despertar dos sentimentos, eu ainda criança, sentindo-me rubro ao despertar de algo ainda desconhecido, sentido-me eternamente perdido tive consolo num sorriso de mulher;

E quem é essa mulher que até hoje relembro?

Uma mulher mortal e humana como qualquer uma...

Mas o que a torna única é a pureza do seu sentimento em relação a um ser que um dia saiu de suas entranhas, como um Deus que dá a vida.

Uma mulher que se torna mãe.

Inserida por Morrot